O sonho é o combustível que impulsiona as pessoas para atingir objetivos que parecem impossíveis. A inexistência de sonhos desmotiva e conduz ao fracasso pessoal e comercial. Desde criança fui considerado um sonhador. Confesso que, algumas vezes, esta qualidade me pareceu um erro, mas depois tive certeza da sua importância, pois as pessoas que têm grandes sonhos e correm atrás para transformá-los em realidade são as que obtêm destaque. A título de ilustração podemos citar os renomados sonhadores Alberto Santos Dumont, inventor do avião, Thomas Edison, inventor da lâmpada elétrica, Steve Jobs, criador do computador pessoal e Nelson Mandela, líder contra o regime de segregação racial sul-africano (apartheid), que conquistaram o reconhecimento do mundo.
Quando enxerguei que a conquista da valorização profissional depende das conquistas da classe engajei-me e passei a lutar pela união e conscientização. A classe empresarial contábil no Brasil é formada por 80 mil empresas que, infelizmente, trabalham de forma individualizada, na base do “cada um por si e Deus por todos”, o que provoca o caos.
Sonhar é uma necessidade de todos, mas é necessário pensar e traçar estratégias de forma coletiva a fim de alcançar a realização com maior lucidez, respeito aos colegas e com aplicação do menor esforço possível. O sonho coletivo é aquele que decidimos compartilhar e adequar ao sonho de outras pessoas com as quais temos afinidades. O empresário que sonha escreve o futuro da empresa que dirige.
A maior luta das classes é pela valorização, especialmente pela busca da remuneração justa, aquela que recompensa todo o esforço aplicado na formação profissional e que permite oferecer condições dignas às pessoas que amamos.
É nesta luta pela remuneração justa que participo ativamente na Comissão de Precificação dos Serviços Contábeis (Copsec), na qual buscamos desenvolver formas para aprimorar a gestão das empresas contábeis que permitam conhecer e controlar todos os custos envolvidos para proporcionar condições da remuneração digna.
Desenvolver metodologias para facilitar a gestão profissional ao empresário contábil é vital, mas devem ser complementadas com a divulgação. Temos realizado diversas palestras em universidades e associações de empresários contábeis apresentando métodos que permitirão a valorização. Os principais pontos para os quais chamamos a atenção são:
* proprietários de empresas contábeis devem atuar como empresários e não como operários;
*o cálculo do valor do honorário deve tomar por base os custos e o valor percebido pelo cliente, e não apenas a concorrência;
*adoção do controle do tempo, indispensável à precificação;
*participar de treinamentos para gestores e não apenas os de execução de tarefas operacionais (DIRPJ, SPED, NFe etc.);
*adoção de softwares para a gestão dos clientes e colaboradores;
*valorizar-se, respeitando a classe e praticando preços com lucro justo;
*investir em marketing pessoal para melhorar a imagem profissional.
Um sonho sonhado coletivamente é mais fácil de tornar-se realidade.