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A moeda que precisa cair em pé

A alta do dólar, como ocorre com todos os indicadores desta inexata ciência chamada economia, suscita polêmica quanto aos seus efeitos na economia brasileira.

21/08/2013 17:10

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A moeda que precisa cair em pé

A alta do dólar, como ocorre com todos os indicadores desta inexata ciência chamada economia, suscita polêmica quanto aos seus efeitos na economia brasileira. Para alguns, como os exportadores, é algo positivo, pois seus produtos tornam-se mais baratos no exterior. O fluxo contrário apena os importadores e o turismo externo, além de encarecer mercadorias, máquinas e equipamentos nos quais haja componentes estrangeiros.

Contudo, além dessas variáveis corriqueiras, há uma consequência da depreciação do Real mais preocupante: o aumento do endividamento externo. Segundo o Banco Central, o setor privado tem compromissos de amortização de US$ 59 bilhões entre abril e dezembro de 2013 e mais US$ 38,6 bilhões em 2014. O serviço da dívida pública, incluindo União, estados e o Tesouro, apresenta números bem menores: US$ 4,62 bilhões até dezembro próximo e US$ 4,3 bilhões no ano que vem.

No total, a amortização do principal de nossa dívida externa deve chegar próximo de US$ 150 bilhões ao final de 2014. Assim, o setor público e as empresas com dívida em dólar, normalmente companhias de grande porte, terão expressivo aumento de despesa em Real. Nada, porém, que não possa ser resolvido, em especial pelas organizações que primam pela boa e velha contabilidade.

A grande questão, a rigor, é a seguinte: até que ponto essas variáveis comprometem a credibilidade dos investidores na economia brasileira? Manter a confiança não depende da variação cambial, mas da solução de velhos problemas, como carga tributária excessiva, insegurança jurídica, juros altos, risco inflacionário e redução do gasto público. Mitigar esses gargalos significaria minimizar o impacto da alta ou desvalorização do dólar. Ao invés de nos preocuparmos com esses dois lados da moeda norte-americana, estaríamos fazendo com que o Real caísse em pé no intrincado jogo monetário. Contudo, temos pouco tempo para concretizar a façanha, pois a pressão do câmbio torna nossas fragilidades superexpostas aos predadores globais.




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