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Ferramentas de Gestão - Parte 4

Utilização do conceito de Margem de Contribuição e Cenários de Custo x Volume x Lucro para a Gestão de Resultados.

02/01/2014 16:18:22

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Ferramentas de Gestão - Parte 4

No artigo da semana passada definimos e enfatizamos o seguinte: o cálculo do Custo Líquido de Aquisição; o conceito de Preço de Venda; a fórmula simplificada da Margem de Contribuição unitária; a importância de uma Previsão de Vendas por produto, participativa e mensal; o valor total da Margem de Contribuição de nossa empresa hipotética; a necessidade de apurarmos as Despesas Fixas, os Impostos Diretos e o Lucro Líquido a disposição dos sócios ou acionistas.

Neste artigo, iremos falar sobre Despesas Fixas, Impostos Diretos e Lucro Líquido.

DESPESAS FIXAS

Lembro, ao prezado leitor – colega ou empreendedor – que o enfoque deste método é gerencial, priorizando a simplicidade, a praticidade e a clareza, sem abrir mão, no entanto, da profundidade dos conceitos. Não entraremos em tecnicismos ou em detalhes, que dificultarão o entendimento dos interessados (nem sempre ligados à área contábil), contudo estaremos voltados para a aplicação prática desta poderosa ferramenta. Vamos lá...

O tema das Despesas Fixas em uma empresa é sempre muito “quente”.  Para sua apuração poderemos ter duas situações: na primeira há um registro dos gastos mensais da empresa e na segunda  o que se tem não é confiável. Se há um registro dos gastos mensais, faça o seguinte: deduza desse total tudo aquilo que se referir à compra de produtos, embalagens, fretes de compra e venda, comissões, as demais Despesas Variáveis, os impostos recolhidos e tudo que se referir a folha de pagamentos e os respectivos encargos. As Despesas com Pessoal e encargos serão tratadas de forma diferenciada. Feito isso, e a grosso modo,  a diferença poderá ser utilizada como Despesa Fixa mensal da empresa. Se, no entanto, os dados disponíveis não são confiáveis, faça o seguinte: relacione, com a ajuda do pessoal que cuida do Contas a Pagar, todos os valores importantes relacionados às despesas do dia-a-dia da empresa: alugueis, honorários profissionais, Pro Labore, material de consumo, água, energia elétrica e todos os gastos que não estão relacionados às vendas. Não inclua os impostos indiretos e diretos recolhidos, nem os gastos com o pessoal e encargos. Analise o resultado dessa relação em busca de uma coerência com a realidade. Se estiver OK, adicione mais 10% para os imprevistos. Esse valor poderá considerado como Despesa Fixa mensal da empresa.

Um caso à parte: Despesas com Pessoal:

Somente para efeito de nosso orçamento e para simplificar a apuração dessa importante despesa, faça o seguinte: peça ao Departamento de Pessoal uma relação com os salários mensais de todos os funcionários, sob o regime de CLT, de preferência por departamentos. No total teremos o número de funcionários ativos e o total dos salários mensais. Para efeito de nosso orçamento, a Despesa de Pessoal será: a soma total dos salários mensais de todos os funcionários, multiplicado por dois. Esse fator 2, deverá cobrir todos os encargos, férias, 13º. Salário, enfim tudo que se referir a remuneração do pessoal. As Horas Extras não farão parte de nosso orçamento e deverão ser controladas ferreamente pela administração.

IMPOSTOS DIRETOS

Os seus valores dependerão do tipo de tributação da empresa. Se a tributação for pelo Lucro Real vamos nos utilizar do porcentual de 34% (IRPJ+Adicional+Contribuição Social) que incidirá sobre o lucro operacional. Se a empresa é tributada pelo Lucro Presumido, o percentual que incide sobre a receita deverá ser considerado como despesa variável.

LUCRO LÍQUIDO

Para que esse valor seja considerado no orçamento, pois se trata da remuneração aos acionistas ou sócios, nos utilizaremos do custo de oportunidade, por exemplo, a aplicação em bancos de primeira linha, taxa de juros que incidirá sobre o Capital Aplicado ou o Patrimônio Líquido da empresa. Bem... se os acionistas ou sócios aceitarem. Se não, temos que levar em conta as “orientações” da empresa. Afinal, é essa a nossa maior responsabilidade: maximizar o valor ao acionista com a perpetuação da atividade.

Na próxima semana, continuaremos.

 

Grato a todos.

João Eugênio Manetti

Especialista em Controladoria, Contador e Consultor.

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