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Exame de Suficiências - Algumas dicas e assuntos.

Nessa postagem falarei de alguns assuntos que têm causado dúvidas nos participantes e que podem fazer a diferença na prova. Muitos dos temas envolvem os Pronunciamentos Contábeis CPC´s, mas nada que fuja a realidade da nossa área.

01/04/2014 14:25

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Exame de Suficiências - Algumas dicas e assuntos.

Mais um Exame de Suficiência se aproxima, para aqueles que irão fazer a prova pela primeira vez bate um certo medo, apreensão por algo desconhecido e muitas vezes rotulado como assustador e impossível. Para aqueles que já fizeram e vão tentar novamente, vem aquela desconfiança o medo de falhar novamente.Para todos eu digo a mesma coisa - tenham fé e tranquilidade! Me dediquei mais de uma semana nessa postagem e espero que seja útil para alguém, espero que ao final da prova, alguém possa dizer que eu tenha ajudado, que lembrou de alguma coisa que coloquei aqui, se uma pessoa passar por isso já estarei feliz, pois criei essa página para o bem de todos da classe contábil, boa sorte a todos no dia 06 de abril. Confira:

Todos nós temos o conhecimento necessário para conseguir a aprovação, o que vimos na faculdade é suficiente, talvez apenas seja preciso relembrar e praticar mais um pouco. Tais como Princípios Contábeis, estrutura da DRE, Balanço Patrimonial, natureza das contas, classificação em circulante e não circulante, lançamentos, diferenciação entre custo e despesa, custo fixo, variável, direto, indireto, despesas pagas antecipadamente e contas retificadoras. Estes itens que acabei de citar são fundamentais na prova, no curso e na vida do profissional Contábil, então todos tem que saber disso com se fosse seu próprio nome, se alguém te alguma deficiência em alguns destes, sugiro ler e praticar bastante um livro de Contabilidade Básica.
 
Nessa postagem falarei de alguns assuntos que têm causado dúvidas nos participantes e que podem fazer a diferença na prova. Muitos dos temas envolvem os Pronunciamentos Contábeis CPC´s, mas nada que fuja a realidade do que aprendemos durante o curso de Ciências de Contábeis. A postagem é longa, mas tentei resumir e simplificar o máximo sobre cada tema, para tentar facilitar o entendimento, caso tenham alguma dúvida ou discordância deixe seu comentário que debateremos com maior prazer. Para navegar pelos itens basta clicar em cima do nome do tema que quer ver e automaticamente a página irá até aquele determinado assunto. Vamos lá.

Índice


DUPLICATAS DESCONTADAS


PROVISÃO PASSIVOS CONTINGENTES


INSTRUMENTOS FINANCEIROS


VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO ESTOQUES


VALOR RECUPERÁVEL (IMPAIRMENT) ATIVO IMOBILIZADO


DEPRECIAÇÃO


DRE E RESULTADO DAS OPERAÇÕES NÃO CONTINUADAS


OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES


DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - DFC


DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA



CONTEÚDO 


DUPLICATAS DESCONTADAS

Quem assim como eu iniciou e terminou o curso há alguns anos aprendeu no 1º ou 2º semestre que a conta Duplicatas Descontadas era retificadora do Ativo, mais precisamente da conta Clientes ou Duplicatas a Receber. Porém com o advento dos CPC´s e adequação das Normas Brasileiras de Contabilidade com as Normas Internacionais, esta conta agora é de fato e corretamente evidenciada no Passivo, pois trata-se nada mais, nada menos que um empréstimo bancário, que tem por garantia as Duplicatas em Carteira da empresa.

Veja nota e posição do Conselho Federal de Contabilidade sobre o assunto no link abaixo:
http://www.portalcfc.org.br/coordenadorias/camara_tecnica/faq/faq.php?id=2040

PROVISÃO PASSIVOS CONTINGENTES
 
Quem trabalha na prática com Contabilidade, mais especificamente no Setor Pessoal com certeza usa muito o termo Provisão seja para férias ou décimo terceiro, também usa-se dizendo para provisionar uma nota do fornecedor. Porém isto é um erro porque o significado do termo Provisão está distorcido pelo uso convencionado no dia a dia. 
 
Segundo o CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes, Provisões são passivos de prazo ou valores incertos.
 
O CPC 25 tem como objetivo definir critérios de  reconhecimento e bases de mensuração aplicáveis a provisões, contingências passivas e contingências ativas, bem como definir regras para que sejam divulgadas informações suficientes nas notas explicativas às demonstrações contábeis, para permitir que os usuários entendam sua natureza, oportunidade e seu valor. 
 
De acordo com este pronunciamento uma provisão deve ser reconhecida, quando atendidas, de forma cumulativa, as seguintes condições:
 
  • A entidade tem uma obrigação legal ou não formalizada presente como conseqüência de um evento passado;
  • É provável que recursos sejam exigidos para liquidar a obrigação; e
  • O montante da obrigação possa ser estimado com suficiente segurança.
 
O que tem sido muito cobrado no exame e em concursos é a questão da Provisão de alguns fatos como ações judiciais e trabalhistas, riscos ambientais e garantias. Então resumidamente este pronunciamento diz que só deve ser feita uma Provisão quando está for PROVÁVEL a saída de recursos futuros, se for apenas POSSÍVEL deve ser apenas mencionada nas Notas Explicativas e quando as chances forem REMOTAS deve ser desconsiderada a informação, confira abaixo:
 
SITUAÇÃO
PROVÁVEL
POSSÍVEL
REMOTA
PROCEDIMENTO
CONTABILIZA
NOTAS EXPLICATIVAS
NADA
 
Neste link abaixo tem um material completo sobre o assunto:
http://angelabportela.blogspot.com.br/2010/10/cpc-25-provisoes-passivos-contingentes.html
 
INSTRUMENTOS FINANCEIROS

O CPC 38 - Instrumentos Financeiros, que trata sobre a mensuração e reconhecimento destes. De acordo com o CPC, os instrumentos financeiros são classificados comumente em Disponíveis para Negociação Imediata, Destinadas para Venda e Mantidos até o Vencimento. Fala ainda sobre a mensuração destes, onde os que são para Negociação Imediata e Destinados para Venda, devem ser avaliados pelo Valor Justo ou seja Valor de Mercado, e dependendo se estes estão acima ou abaixo do valor contábil deve ser feito um ajuste na Contabilidade. Este ajuste é que é a grande questão ultimamente em provas de concursos. Segue um exemplo.
 
Suponha que uma determinada empresa adquiriu 3 títulos do Governo, ao valor unitário de 10.000 cada um, com a seguinte finalidade: 
 
Título 1 : será mantido até o vencimento. 
 
Título 2 – classificado como “destinado à negociação imediata” 
 
Título 3 – classificado como “disponível para venda futura”. 
 
Contabilização no momento da compra: 
D – Instrumentos financeiros “mantidos até o vencimento”...........................10.000 
D – Instrumentos financeiros “ destinados à negociação imediata” ................10.000 
D – Instrumentos financeiros “disponíveis para venda futura”........................10.000 
C – Caixa..........................................................................................................30.000 
 
No final do ano, tais títulos apresentam um rendimento de juros de 600 reais, os quais 
serão pagos no vencimento do título, e o seu valor justo é de 11.000 reais. 
 
Contabilização : 
 
1 – mantido até o vencimento : 
D – Instrumentos financeiros “mantidos até o vencimento”..........................600 
C – Receita de juros (resultado)......................................................................600 
 
Obs; neste caso, não há avaliação a valor justo. O título fica registrado “pela curva”, ou “pelo custo amortizado”, ou seja, pelo valor pago mais os rendimentos apropriados por competência. 
------------xx------------- 
2 – Destinado à negociação imediata: 
 
pelo rendimento : 
D – Instrumentos financeiros “ destinados à negociação imediata” .........600 
C – Receita de juros (resultado).................................................................600 
 
Com este lançamento, o Título fica registrado pelo valor de 10.600. Mas, como o valor 
justo é de 11.000, precisamos reconhecer uma receita de 400 reais, também no 
resultado: 
 
Pela avaliação a valor justo: 
D – Instrumentos financeiros “ destinados à negociação imediata” .........400 
C – Ajuste a valor justo (resultado)............................................................400 
-------------xx----------- 
3- Disponível para venda futura: 
 
Pelo rendimento : 
D – Instrumentos financeiros “disponíveis para venda futura”.................600 
C – Receita de juros (resultado).................................................................600 
 
Pela avaliação a valor justo: 
D – Instrumentos financeiros “disponíveis para venda futura”................400 
C – Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL)...............................................400 
 
Repare que apenas a parcela do valor justo que altera o valor do título após a 
apropriação dos juros afeta o Patrimônio Líquido. 
 
A apropriação dos rendimentos (juros) é contabilizada no resultado do exercício
 
 
 
TABELA COM CLASSIFICAÇÃO NO BALANÇO PATRIMONIAL

INSTRUMENTO FINANCEIRO
GRUPO
CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO
AJUSTE
NEGOCIAÇÃO IMEDIATA
ATIVO CIRCULANTE
VALOR JUSTO
RESULTADO
DESTINADOS PARA VENDA
ATIVO NÃO CIRCULANTE
VALOR JUSTO
PL
MANTIDOS ATÉ O VENCIMENTO
ATIVO NÃO CIRCULANTE
CUSTO + RENDIMENTOS
NÃO TEM


VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO ESTOQUES

CPC - 16 - Estoques, orienta sobre métodos de atribuição dos custos nos estoques. Estoques que enquadram-se na definição de estoques do CPC 16, devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. 
 
O valor de custo inclui custos de aquisição, transformação, e todos os custos que forem incorridos até que o produto esteja em condições de venda. Os custos de aquisição, incluem os preço de compra, impostos (exceto os tributos recuperáveis, como por exemplo o ICMS) , frete, seguro, serviços e descontos comerciais (Não confundir com desconto financeiro). 
 
Valor realizável líquido é o preço de venda, estimado no curso normal dos negócios, deduzido dos custos estimados de produção, mais os gastos para a concretização da venda. Valor justo, segundo o CPC 16, é o valor aceito como suficiente, por entre partes interessadas no negócio, conhecedoras do negócio, independentes entre si, sem fatores que pressionem para uma transação compulsória.
 
Estoques de natureza e uso semelhantes devem ser mensurados pelo mesmo método de custo. Na data de publicação do CPC 16 (R1), apenas os métodos PEPS e MPM eram aceitos pela legislação brasileira. No método PEPS - Primeiro que entra, primeiro que sai -, os itens mais antigos do estoque são baixados primeiro. No método MPM - Média ponderada móvel -, os itens são mensurados pela média ponderada dos custos de um determinado período. O método UEPS - Ultimo que entra, primeiro que sai não é mais aceito na legislação Contábil e nunca foi aceito pelo Fisco.
 
Vamos para um exemplo do Exame de Suficiência 2011.2
 
7. Uma sociedade  empresária mantém no seu estoque de mercadorias para revenda três tipos de mercadorias: I, II e III. O valor total do custo de aquisição, preço de vendas e gastos com vendas, em 31.12.2010, estão detalhados a seguir:
 
 
Mercadoria
Custo
Preço de Venda
Gastos com vendas
I
R$ 660,00
R$ 820,00
R$ 100,00
II
R$ 385,00
R$ 366,00
R$ 38,00
III
R$ 800,00
R$ 750,00
R$ 45,00
       
 
No Balanço Patrimonial em 31.12.2010, o saldo de Estoque de acordo com a NBC TG 16 é de:
a) R$1.693,00.
b) R$1.753,00.
c) R$1.845,00.
d) R$1.936,00.
Resolução
 
Mercadoria
Custo
Preço de Venda
Gastos com vendas
Valor Realizável
Saldo Estoque
I
R$ 660,00
R$ 820,00
R$ 100,00
820-100=720
R$ 660,00
II
R$ 385,00
R$ 366,00
R$ 38,00
366-38=328
R$ 328,00
III
R$ 800,00
R$ 750,00
R$ 45,00
750-45=705
R$ 705,00
       
TOTAL
R$ 1.693,00
 
Resposta Correta Letra A, pois os produtos II e III o valor realizável é menor que o custo registrado na contabilidade. 

VALOR RECUPERÁVEL (IMPAIRMENT) ATIVO IMOBILIZADO

O CPC-01 Redução do Valor Recuperável de Ativos, define a metodologia a ser aplicada por uma empresa para assegurar que seus ativos de longo prazo ou de natureza permanente não sejam registrados contabilmente por um valor superior àquele passível de recuperação por uso nas operações da companhia ou por meio de sua venda, assim como procedimentos relacionados à identificação (testes de impairment), mensuração, reconhecimento, reversão e divulgação de uma redução do valor recuperável desses ativos.
 
Utilizados na identificação e na mensuração de perdas do valor recuperável, os testes de impairment têm por objetivo assegurar que o valor contábil líquido de um ativo ou de um grupo de ativos de longo prazo não seja superior a seu valor recuperável, sendo este último o maior entre o valor líquido de venda e o valor em uso.

Para melhor compreensão da norma, é necessário o entendimento de alguns dos principais termos e conceitos. São eles:

VALOR CONTÁBIL LÍQUIDO:

É o valor do ativo registrado nas demonstrações financeiras, líquido da depreciação acumulada e de provisões para perdas registradas para esse ativo.

VALOR LÍQUIDO DE VENDA:

É o valor obtido ou que se pode obter na venda de um ativo ou de uma unidade geradora

de caixa, deduzidos os custos correspondentes. Esse valor deve considerar uma transação entre partes independentes, em condições usuais de mercado.

VALOR EM USO: 

É o valor da estimativa de fluxos futuros de caixa descontados a valor presente, derivados do uso de determinado ativo ou unidade geradora de caixa. É importante ressaltar que a determinação do valor em uso através dos fluxos de caixa descontados requer bastante cuidado e análise técnica, uma vez que envolve alguns parâmetros de cunho subjetivo, como a determinação da taxa de desconto a ser utilizada, por exemplo.

UNIDADE GERADORA DE CAIXA:

É o menor nível identificável de um ativo ou de um grupo de ativos capaz de gerar entradas de caixa representativas e independentes de outros ativos ou grupos de ativos.

Embora não seja necessária a determinação do valor recuperável para todos os ativos anualmente, a empresa deverá avaliar e documentar a existência ou não de indicativos de impairment a cada encerramento de exercício ou período contábil.

Vamos para um exemplo do Exame de Suficiência 2011.2. Resolução tirada do site do Professro Mário Jorge, link do site: 
http://profmariojorge.com.br/questoes-resolvidas/exame-de-suficiencia-%E2%80%93-cfc-%E2%80%93-0211-%E2%80%93-bacharel-%E2%80%93-solucao-da-questao-05/
 
5. Uma empresa  industrial possui um Ativo Imobilizado cujo custo histórico é igual a R$50.000,00 e cuja depreciação acumulada equivale a R$12.000,00. A empresa apurou, para esse ativo, um valor justo líquido de despesas de venda de R$10.000,00 e um valor em uso de R$20.000,00.


Com base nos dados informados, considerando a NBC TG 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos –, o valor a ser registrado como perda por desvalorização do Ativo Imobilizado será de:

 
 
a) R$18.000,00.
b) R$28.000,00.
c) R$30.000,00.
d) R$40.000,00.


Resolvendo
Então, como vimos no texto do Pronunciamento, haverá desvalorização quando na comparação do Valor Contábil do Ativo com seu Valor Recuperável, aquele (Valor Contábil) for maior.
 
Primeiro devemos saber qual é o Valor Recuperável que utilizaremos para comparar com o Valor Contábil.
Muito bem, deveremos utilizar sempre o maior valor entre o Valor justo líquido das despesas com vendas, com o valor em uso.


Segundo o enunciado os valores respectivos são:
 
Valor justo líquido das despesas com vendas = 10.000,00
Valor em uso = 20.000,00


Valor Recuperável = 20.000,00
Neste caso, para sabermos o valor da desvalorização, vamos comparar o Valor Contábil com o Valor Recuperável
Calculando o valor contábil:
Valor Contábil = Custo histórico menos depreciação acumulada
Valor Contábil  =  50.000,00  -  12.000,00  =  38.000,00
Calculando a perda por desvalorização
Valor contábil menos Valor em uso (neste caso)
38.000,00  -  20.000,00  =  18.000,00
Resposta correta:
a) R$18.000,00.

DEPRECIAÇÃO

Muitos participantes ainda têm dúvidas sobre Depreciação, vamos tentar aqui de forma reduzida explicar com base no CPC 27 de que forma pode se dá a depreciação e seus métodos.

Primeiramente em uma questão que envolva depreciação, temos que descobrir o valor de custo do bem adquirido que será depreciado.
Pois bem o CPC 27 diz que o custo de um item do ativo imobilizado compreende:
 (a) seu preço de compra, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis sobre a compra, após deduzidos os descontos comerciais e abatimentos;
 (b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição necessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela administração;
 (c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de restauração do local (sítio) no qual este está localizado. Tais custos representam a obrigação em que uma entidade incorre quando o item é adquirido ou como consequência de o usar durante um determinado período para finalidades diferentes da produção de estoques durante esse período. 
Resumidamente de acordo com o Pronunciamento, o valor do custo do bem compreende tudo que você gastou efetivamente para deixar o bem em condições de uso, ou seja, o valor pago pelo bem mais  fretes, seguro, instalação e por fim se a empresa sabe que terá um custo para removê-lo ou restaurar o local que ele foi instalado então este custo futuro também faz parte do custo do bem. 
Depois de descobrirmos o valor de custo do bem, agora devemos saber qual valor usaremos como base de cálculo para a depreciação e a partir de qual momento se dará o início do registro da depreciação.
O CPC 27 fala que o valor depreciável de um ativo é determinado após a dedução de seu valor residual. Na prática, o valor residual de um ativo frequentemente não é  significativo e por isso imaterial para o cálculo do valor depreciável.
 
A depreciação do ativo se inicia quando este está disponível para uso, ou seja, quando está no local e condição necessários para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela administração. A depreciação de um ativo deve cessar na data em que o ativo é classificado como mantido para venda ou incluído em um grupo de ativos classificados como mantido para venda conforme CPC 31 - Ativos Mantidos para Venda.
Pois bem com base no CPC 27 vimos que o valor depreciável ou seja o valor que será base de cálculo para a depreciação é o valor de custo do bem deduzido do valor residual determinado pela empresa para aquele bem. Vimos também que a depreciação se inicia no momento em que o bem está pronto para uso e não precisamente funcionando, essa é uma pegadinha clássica. 
 
Bem agora vejamos os métodos de Depreciação mais utilizados e cobrados no exame e outros concursos.
 
Método Linear ou Quotas Constantes
É o método que contabiliza, como despesa ou custo, um valor constante do valor do bem em cada período, para encontrar a taxa depreciação do bem basta apenas dividir o valor depreciável pela vida útil.
.
Exemplo: A empresa comprou, no início de janeiro, um veículo com vida útil estimada de 5 anos pelo valor de $ 30.000,00, sem valor residual estimado. Qual será o valor da depreciação?

No final do primeiro ano, deverá reconhecer a despesa de depreciação de
 $ 30.000,00 : 5 = $ 6.000,00 por ano.

Para calcularmos o valor da depreciação mensal, para efeito de apuração de resultados mensais, basta dividir o valor da depreciação anual por 12:
R$ 6.000,00 : 12 = R$ 500,00 por mês.

Se considerarmos um valor residual de R$ 3.000,00 o valor anual da depreciação será:
($ 30.000,00 - $ 3.000,00) : 5 = $ 5.400,00 por ano.

Para calcularmos o valor da depreciação mensal, para efeito de apuração de resultados mensais, basta dividir o valor da depreciação anual por 12:
R$ 5.400,00 : 12 = R$ 450,00 por mês.

A contabilização do valor da depreciação mensal será efetuada da seguinte forma: débito de despesa de depreciação e crédito da conta Depreciação Acumulada, portanto o lançamento será:
Débito – Despesa de Depreciação $ 450,00
Crédito – Depreciação Acumulada $ 450,00

No final do primeiro ano, o Ativo Imobilizado da empresa deverá ser apresentado no Balanço Patrimonial da seguinte forma:
Veículos $ 30.000,00
(-) Depreciação Acumulada ($ 6.000,00) 
Saldo do Ativo Imobilizado $ 24.000,00
Desta forma, o leitor do balanço saberá a idade aproximada do Ativo Imobilizado da empresa.

Soma dos Dígitos
Este método consiste em somar os algarismos desde a unidade até o algarismo que representa o número de anos da vida útil do bem.
No exemplo do item anterior, sem considerar o valor residual, teríamos:
 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15
Quota do 1o. Ano = 5/15 x $ 30.000 = $ 10.000
Quota do 2o. Ano = 4/15 x $ 30.000 = $ 8.000
Quota do 3o. Ano = 3/15 x $ 30.000 = $ 6.000
Quota do 4o. Ano = 2/15 x $ 30.000 = $ 4.000
Quota do 5o. Ano = 1/15 x $ 30.000 = $ 2.000
 soma = $ 30.000

Neste método, o valor mensal da depreciação:
no primeiro ano, seria de R$ 10.000,00 : 12 = R$ 833,33.
no segundo ano, seria de R$ 8.000,00 : 12 = R$ 666,67.
no terceiro ano, seria de R$ 6.000,00 : 12 = R$ 500,00.
no quarto ano, seria de R$ 4.000,00 : 12 = R$ 333,33.

no quinto ano, seria de R$ 2.000,00 : 12 = R$ 166,67.

DRE E RESULTADO DAS OPERAÇÕES NÃO CONTINUADAS


O CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada exige que os ativos não circulantes que venham a ser colocados à venda (ativos não circulantes mantidos para venda) sejam:
  • mensurados pelo menor entre o valor contábil até então registrado e o valor justo menos as despesas de venda, e que a depreciação ou a amortização desses ativos cesse;
  • apresentados separadamente no balanço patrimonial e que os resultados das operações descontinuadas sejam apresentados separadamente na demonstração do resultado.
Assim, se a companhia resolve, de forma conclusiva (a venda é altamente provável), vender, por exemplo, as máquinas de uma se suas linhas de produção, esses bens devem ter seu valor contábil ajustado, caso ele seja inferior ao valor justo deduzido das despesas necessárias à venda das máquinas (redução ao valor recuperável de ativos). Outra providência é parar de depreciar as máquinas.
O ganho ou perda na alienação dessas máquinas será classificado como resultado de operações descontinuadas. Assim, pode-se dizer que o resultado de operações descontinuadas representa na essência aquilo que tradicionalmente se identifica no Brasil como resultados não operacionais.
Eis o modelo de DRE proposto pelo CPC:

(em milhares de $)
20X2
20X1
Operações em continuidade
 
Receita
 X
 X
Custo dos produtos vendidos
(X)
(X)
Lucro bruto
 X
 X
Outras receitas
 X
 X
Despesas de distribuição
(X)
(X)
Despesas administrativas
(X)
(X)
Outras despesas
(X)
(X)
Participação no lucro de coligadas 
 X
 X
Lucro antes das despesas financeiras
 X
 X
Despesas financeiras
(X)
(X)
Lucro antes dos tributos
 X
 X
Despesa de imposto de renda e contribuição social
(X)
(X)
Lucro do período proveniente de operações em continuidade
 X
 X
Operações descontinuadas
 
Lucro do período proveniente de operações descontinuadas
 X
X
Lucro líquido do período
 X
 X
 
   

OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES

Outros resultados abrangentes compreendem itens de receita e despesa (incluindo ajustes de reclassificação) que não são reconhecidos na demonstração do resultado como requerido ou permitido pelos Pronunciamentos, Interpretações e Orientações emitidos pelo CPC. 
 
Os itens de resultado abrangente são:
 
  • os efeitos de correção de erros e mudanças de políticas contábeis apresentados como ajustes retrospectivos de períodos anteriores;
  • alguns ganhos e perdas provenientes da conversão de demonstrações contábeis de operação no exterior
  • alguns ganhos e perdas atuariais;
  • algumas mudanças nos valores justos de instrumentos de hedge.

Vamos a um exemplo do Exame de Suficiência 2013.2.
 

3. Uma sociedade empresária apresentou em 31.12.2012 as seguintes informações:
 


CONTAS
SALDOS
Ajuste Credor de Avaliação Patrimonial 
 R$     400,00
Ajuste Credor de Conversão do Período
 R$     400,00
Aumento do Capital Social
 R$     600,00
Custo da Mercadoria Vendida
 R$  2.400,00
Despesa com IRPJ e CSLL
 R$       80,00
ICMS Incidentes sobre Vendas
 R$     400,00
Receita Bruta de Vendas
 R$  4.000,00
Receitas Financeiras
 R$     800,00
Com base nessas informações. assinale a opção que apresenta o Resultado Abrangente Total do Período.

a) R$2.320,00
b)R$2.720,00
c)R$3.520,00
d)R$4.320,00
 
Primeiramente temos que apurar o lucro líquido do exercício elaborando a DRE
  1 - Receita Operacional Bruta
4.000,00
      . Venda de Mercadorias
4.000,00
  2 - Deduções e Abatimentos
(400,00)
      . ICMS sobre Vendas
(400,00)
  3 - Receitas Operacionais Líquida
3.600,00
  4 - Custos Operacionis
(2.400,00)
      . Custos das Mercadorias Vendidas
 
  5 - Lucro Antes do Resultado Financeiro
1.200,00
      . Receitas Financeiras
800,000
  6 - Lucro Antes do Imposto de Renda e CSLL
2.000,00
        IRPJ e CSLL
(80,00)
  7 - Lucro ou Prejuízo Do Exercício
1.920,00
   















Segundo o CPC 26:
Resultados abrangentes incluem:

Lucro Líquido

Ajustes de avaliação patrimonial

Variações de reserva de reavaliação

Ganhos e perdas atuariais em planos de pensão

Ganhos e perdas derivados da conversão de demonstrações de operações no exterior.
Proprietário é o detentor de instrumentos classificados como patrimoniais (de capital próprio, no patrimônio líquido).

Resultado do período é o total das receitas deduzido das despesas, exceto os itens reconhecidos como outros resultados abrangentes no patrimônio líquido.
Ajuste de reclassificação é o valor reclassificado para o resultado no período corrente que foi inicialmente reconhecido como outros resultados abrangentes no período corrente ou em período anterior.
Resultado abrangente é a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que não derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários. (Capital Social, portanto, não está inclusa na DRA)
Resultado abrangente compreende todos os componentes da "demonstração do resultado" e da "demonstração dos outros resultados abrangentes".
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE - DRA
 
RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO
        1.920,00

OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES
           
           800,00
Ganhos e perdas derivados de conversão de Demonstrações Contábeis no exterior
           400,00
Ajuste de avaliação patrimonial
           400,00
 
RESULTADO ABRANGENTE DE EMPRESAS INVESTIDAS
                -
(POR EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL)
                -
 
RESULTADO ABRANGENTE DO PERÍODO
        2.720,00








Resposta: Letra B

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - DFC

CPC 03 trata sobre a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) que esta tem o propósito de esclarecer de forma condensada as entradas e saídas da conta Caixa (caixa + banco) em determinado período ou exercício gerados por atividades operacionais, de investimento e de financiamentos. Tem-se como base às informações contidas no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício.
 
As atividades operacionais compreendem as transações que envolvem a consecução do objeto social da Entidade. Elas podem ser exemplificadas pelo recebimento de uma venda, pagamento de fornecedores por compra de materiais, pagamento dos funcionários, etc.
 
Atividades de investimentos compreendem as transações com os ativos financeiros, as aquisições ou vendas de participações em outras entidades e de ativos utilizados na produção de bens ou prestação de serviços ligados ao objeto social da Entidade. As atividades de investimentos não compreendem a aquisição de ativos com o objetivo de revenda.
 
Atividades de financiamentos incluem a captação de recursos dos acionistas ou cotistas e seu retorno em forma de lucros ou dividendos, a captação de empréstimos ou outros recursos, sua amortização e remuneração. 
 
Existem dois modelos de apresentação da demonstração do fluxo de caixa, podendo ser utilizados os métodos direto ou indireto. Nosso estudo será focado o método indireto, pois acredito ser de mais entendimento e fixação. Este método consiste em ajustar o Lucro Líquido por meio de alterações no Ativo e Passivo Circulantes as quais provocaram aumento ou redução no Caixa da empresa. Vamos entender melhor com o exemplo a seguir.
 




 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

                       

                                                                       
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Bem vamos tentar explicar, para resolver bem simples essa questão temos que pegar o Lucro e ajustá-lo, vamos ver de que forma.
 
Atividades Operacionais
 
Lucro do Exercício..................15.000,00 (Iniciamos o método indireto pelo lucro e vamos ajustá-lo)
(+) Depreciação........................7.000,00 (a questão diz que a redução no ativo imobilizado foi por meio de Depreciação, e esta conta não reduz caixa efetivamente é apenas reconhecida no resultado como desvalorização dos bens, por isso ela entra somando no lucro, pois não saiu dinheiro de verdade)
(-) Aumento no Contas a Receber....... (60.000,00) Se esta conta aumentou então entende-se que a empresa vendeu a prazo, quer dizer que das receitas contidas na DRE nem todas foram a vista e por isso o aumento dela nos reduzimos do lucro, se tivesse diminuído subtenderia que a empresa teria recebido de seus clientes então aumentaria o caixa.
(-) Aumento no Estoque.... (20.000,00) Se esta aumentou então a empresa comprou mercadorias se comprou saiu recursos por isso diminui, quando confrontarmos o aumento no estoque com o aumento de fornecedores, então teremos a diferença do que realmente saiu de dinheiro da empresa.
(-) Redução nos Fornecedores, se esta conta diminui então foi devido a pagamento feito pela empresa, então saiu recursos da mesma. 
(-) Redução no Contas a pagar mesmo entendimento da Conta de Fornecedores.
Após tudo isso temos quanto a empresa gerou ou consumiu de caixa nas suas atividades operacionais, agora vamos tentar finalizar essa DFC e ver se bate o valor do caixa no final.
 
Atividades de Investimentos
 
(-) Aumento no Imobilizado...... (35.000,00) se aumentou o imobilizado é porque a empresa comprou então saiu recursos.
(-) Aumento de Investimentos...(70.000,00) se a empresa aumentou seus investimentos então investiu caixa, o que logicamente reduz, pois é uma retirada para colocar no banco. 
 
Atividades de Financiamentos.
 
(+) Aumento de Empréstimos.....110.000,00 se a conta empréstimos aumentou, então entrou dinheiro na empresa.
(+) Aumento Capital Social.... 90.000,00 mesmo entendimento de empréstimo, se o Capital Social aumentou foi devido a integralização então entrou recursos na empresa.
 
Então fazemos os cálculos e vejamos se a variação do Caixa condiz na DFC igual ado Balanço.
 
   (65.000,00) Atividades Operacionais
 (105.000,00) Atividades de Investimentos
   200.000,00 Atividades de Financiamentos
     30.000,00 Variação de Caixa no Ano.
     10.000,00 Saldo de Caixa do Ano Anterior
     40.000,00 Saldo de Caixa Final, tem que ser igual ao que tá no Balanço Patrimonial. 


Como podemos ver a DFC é bem lógica é descobrir o que causa a redução ou aumento de Caixa da empresa.

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA


CPC 09 - DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA, Esta demonstração representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzidos por terceiros e transferidos à entidade. E também demonstra de que forma essa riqueza foi distribuída, e ela tem que ser demonstrada da seguinte maneira: Pessoal e Encargos (salários); Impostos, taxas e contribuições (governo); Juros e aluguéis (remuneração de capital de terceiros); Juros sobre Capital Próprio (Dividendos pagos); Lucros ou prejuízos retidos.
 
Definições:

Receita de venda de mercadorias, produtos e serviços representa os valores reconhecidos na contabilidade a esse título pelo regime de competência e incluídos na demonstração do resultado do período.
Outras receitas representam os valores que sejam oriundos, principalmente, de baixas por alienação de ativos não-circulantes, tais como resultados na venda de imobilizado, de investimentos, e outras transações incluídas na demonstração do resultado do exercício que não configuram reconhecimento de transferência à entidade de riqueza criada por outras entidades.
Insumo adquirido de terceiros representa os valores relativos às aquisições de matérias-primas, mercadorias, materiais, energia, serviços, etc. que tenham sido transformados em despesas do período. Enquanto permanecerem nos estoques, não compõem a formação da riqueza criada e distribuída.
Depreciação, amortização e exaustão representam os valores reconhecidos no período e normalmente utilizados para conciliação entre o fluxo de caixa das atividades operacionais e o resultado líquido do exercício.
Valor adicionado recebido em transferência representa a riqueza que não tenha sido criada pela própria entidade, e sim por terceiros, e que a ela é transferida, como por exemplo receitas financeiras, de equivalência patrimonial, dividendos, aluguel, royalties, etc.
 
 
Distribuição do Valor Adicionado

Remuneração paga aos vários elementos que contribuíram para a geração da riqueza:
 
Remuneração do trabalho - Refere-se à parte da riqueza gerada distribuída com os empregados em forma de salários, encargos, 13º salário, férias, comissões, gratificações etc. Neste item não devem ser incluídos os encargos com o INSS, pois estes vão diretamente para o governo, não retornando integralmente ao empregado;
Remuneração do governo - Representa o conjunto de tributos e contribuições sociais pagas ao governo. Neste item são incluídos os valores de taxas, impostos e contribuições diversas, bem como INSS, IR etc. Os valores relativos ao ICMS e IPI são os já recolhidos aos cofres públicos; devem ser considerados apenas os valores devidos ou já recolhidos, e representam a diferença entre os impostos e contribuições incidentes sobre as receitas e os respectivos valores incidentes sobre os itens considerados como “insumos adquiridos de terceiros”.
Remuneração de terceiros - Remuneração de pessoas que colocaram à disposição da empresa seu próprio capital sob forma de juros. Inclui aluguéis pagos ou creditados a terceiros, juros e despesas financeiras relativas a empréstimos e financiamentos. Note-se que os juros são uma distribuição de renda, uma transferência de riqueza, e não uma riqueza criada;
Remuneração do capital próprio - São recursos pertencentes aos investidores e acionistas sob a forma de dividendos e lucros retidos, uma vez que estes estão sob a guarda da entidade e são reinvestidos na atividade. Também se deve considerar o prejuízo do exercício. Vamos para um exemplo do Exame de Suficiência.


Questão 12 - Uma sociedade empresária é constituída com um capital de R$100.000,00, totalmente integralizado em dinheiro. Após a constituição, a empresa realizou as seguintes transações:
 
  • Aquisição de mercadorias por R$50.000,00, neste valor incluído o valor de R$6.000,00, relativo ao ICMS recuperável.
  • Venda das mercadorias por R$90.000,00, neste valor incluído ICMS, no valor de R$15.300,00.
  • Despesas com energia do período, no valor de R$900,00.
  • PIS e COFINS incidentes sobre vendas, no valor de R$3.285,00.
  • Despesa com aluguéis, no valor de R$1.000,00.
  •  Despesas com salários e FGTS, no valor de R$2.000,00.
  • Despesa com INSS, no valor de R$400,00.
  • O lucro foi destinado como se segue:
 
5% para reserva legal;
40% para dividendos obrigatórios; e
55% para lucros para deliberação da assembleia.
 
Na Demonstração do Valor Adicionado, o Valor Adicionado Total a Distribuir, é de:
  1. R$45.100,00.
  2. R$44.100,00.
  3. R$39.100,00.
  4. R$38.100,00.
Resolução
Trata de uma questão de DVA (CPC 09). Para resolvê-la (e isso servirá para qualquer questão envolvendo a DVA) é necessário que se tenha em mente a estrutura da demonstração, completa.
Uma dica importante para ganhar tempo na prova é entender o que se pede. Nesse caso, o examinador pergunta sobre o “Valor Adicionado a Distribuir”. Dessa forma, não precisaremos preparar a DVA por completo durante a prova.
Vamos elaborá-la, considerando as informações do enunciado:
 
  • Aquisição de mercadorias por R$50.000,00, neste valor incluído o valor de R$6.000,00, relativo ao ICMS recuperável.
A primeira informação é de que foram adquiridos R$ 50.000,00 em mercadorias e que nesse valor está incluído R$ 6.000,00 de ICMS recuperável. Nenhuma outra informação é dada sobre estoque de mercadorias, Podemos concluir, então, que o CMV será de R$ 50.000,00. Lembre-se de que na DVA, em seu item 2 (Insumos Adquiridos de Terceiros) os valores dos custos DEVEM incluir ICMS, IPI, PIS e COFINS. O valor está alocado na linha “2.2” no modelo de DVA apresentado abaixo:
  • Venda das mercadorias por R$90.000,00, neste valor incluído ICMS, no valor de R$15.300,00.
O valor de venda das mercadorias deverá ser liquido dos descontos concedidos e devoluções de venda
  • Despesas com energia do período, no valor de R$900,00.
Basta alocar as despesas com energia na linha 2.3.
 
Demonstração do Valor Adicionado
Cia. Empresária
em R$ mil
 20XX
DESCRIÇÃO
 
1-RECEITAS
       90.000,00
1.1) Vendas de mercadoria, produtos e serviços
       90.000,00
1.2) Provisão p/devedores duvidosos – Reversão/(Constituição)
 
1.3) Não operacionais
 
2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)
-     50.900,00
2.1) Matérias-Primas consumidas
 
2.2) Custos das mercadorias e serviços vendidos
       50.000,00
2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
            900,00
2.4) Perda/Recuperação de valores ativos
 
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
       39.100,00
4 – RETENÇÕES
 
4.1) Depreciação, amortização e exaustão
 
5 –VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
       39.100,00
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
 
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
 
6.2) Receitas financeiras
 
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
       39.100,00
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO
       39.100,00
8.1) Pessoal e encargos
         2.000,00
8.2) Impostos, taxas e contribuições (INSS e ICMS S/ Vendas, menos ICMS recuperável)
       12.985,00
8.3) Juros e aluguéis
         1.000,00
8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos
         9.246,00
8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício
       13.869,00
* O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.
 

RESPOSTA LETRA C

A questão pede o valor a distribuir, mas este valor tem que dar igual na distribuição se não a DVA estará incorreta. Como vemos o item 7 é igual ao item 8, então esta demonstração está correta.

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