Nas empresas prestadoras de serviços o custo com a mão de obra é, geralmente, aquele que mais representa em relação ao faturamento. Segundo a Pesquisa Nacional da Empresas Contábeis (PNEC) é de 45,23%, sem considerar o pró-labore dos sócios.
Índice tão expressivo naturalmente que exige muita atenção dos gestores, pois ações acertadas gerarão custos menores e contribuirá para a penetração no mercado ou obter maior lucratividade.
Para saber como a empresa está posicionada em relação aos custos com a mão de obra primeiramente deve-se totalizar todos os custos diretos com a mão de obra dos colaboradores (salários, benefícios, encargos sociais e trabalhistas etc.) e dividir pelo faturamento bruto e depois comparar com as pesquisas disponíveis.
A outra conta importante a ser feita é o balanceamento da mão de obra, ou seja, conhecer as horas disponíveis que a empresa possui para vender e aquelas efetivamente vendidas. De posse dessas informações é possível fazer o balanceamento e saber se há ociosidade ou excedente de horas vendidas.
Para conhecer o tempo disponível calcule as horas média que cada colaborador consegue efetivamente produzir. Por exemplo: a empresa que possui 10 colaboradores e apurou-se que cada um produz 140 horas por mês, então terá 1.400 horas para vender mensalmente.
Agora só falta descobrir quantas horas a empresa já tem vendida e para fazer esta conta, de uma forma bastante rápida, tome o faturamento mensal e dívida pelo preço de venda da hora trabalhada. (Se ainda não calculou a valor da hora sugiro que acesse www.gilmarduarte.com.br/2014/02/voce-conhece-o-preco-da-hora-trabalhada.html). Imagine que a empresa prestadora de serviços de contabilidade possui o faturamento mensal de R$ 70 mil com base nos contratos (honorários fixos), e que o valor da hora vendida é de R$ 60,00. Então dívida R$ 70.000,00 por R$ 60,00 e encontrará 1.167, que é o número de horas vendidas.
Ao deduzir as horas vendidas (1.167) das horas disponíveis (1.400) encontra-se a diferença de 233 horas, ou seja, 17%. As 233 horas podem ter a seguinte interpretadas como:
- Ociosidade – há tempo disponível e poderá ser ocupada com a contratação de novos clientes;
- Serviços acessórios – existe o tempo disponível, mas é ocupado com serviços acessórios aos próprios clientes, tais como, alteração contratual, elaboração de contratos, consultoria etc. Estes serviços são faturados aos clientes e normalmente o valor da hora é maior.
- Ocupação desordenada do tempo – as tarefas são mal planejadas e acompanhadas e passam a exigir muito tempo para desenvolve-las.
- Tempo excessivo para alguns clientes – alguns clientes exigem muito tempo para executar todas as tarefas contratadas e portanto sugere a renegociação do honorário (vender mais horas).
A partir do balanceamento deve buscar a redução máxima do tempo aplicado para executar cada tarefa e assim obter maior lucratividade ou preços mais competitivos.