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Crise: uma sombra constante

Temos que aceitar o fato de que as crises sempre existiram e serão cada vez mais frequentes. Portanto, antes de sair por aí reclamando de tudo e de todos, temos que fazer o nosso dever de casa (cuidar do nosso próprio quintal), e fazer tudo que estiver ao

13/01/2015 08:33

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Crise: uma sombra constante

As perspectivas para 2015 não são nada favoráveis para o Brasil. Apesar da elevação dos juros, não se espera um alívio na inflação, que já está corroendo a renda das famílias, que sentem no bolso o peso das compras do mercado (basta conversar com qualquer dona de casa). Os economistas já falam até que 2015 será um ano perdido.

Só que isso, de maneira alguma, pode ser utilizado como bengala para justificar nossas próprias falhas na administração de nossas empresas.

Uma empresa, qualquer tipo de empresa, deve trabalhar dentro das condições que o mercado oferece naquele momento, pois esse cenário é oferecido igualmente a todos os concorrentes. Ou seja, se está ruim para mim, está igualmente ruim para o meu concorrente.

Portanto, o que irá definir o destino de cada empresa serão a forma e a rapidez com que ela conseguir se adaptar a essa nova realidade.

E, nesse quesito, as pequenas empresas, apesar de todos os problemas enfrentados (burocracia, impostos, falta de recursos), levam vantagem sobre as grandes, pois são bem mais ágeis numa possível mudança de rota.

No final de 2013, todos estavam fazendo previsões terríveis sobre os efeitos maléficos que a Copa do Mundo e as eleições trariam para a economia brasileira como um todo, mas, apesar de ter sido realmente um ano difícil, sobrevivemos.

É claro que, por melhor que esteja a economia de um país, sempre haverá empresas fechando as portas. Empresas abrem e fecham a todo momento, isso faz parte da roda da economia.

Agora, o que me preocupa mesmo, olhando somente o lado negativo, ou seja, somente o dos negócios que fecham as portas, é a reação que cada pessoa terá após esse tipo de experiência.

Preocupa-me porque eu lido, no dia a dia, com pessoas que acreditam e apostam tanto num sonho que fica quase impossível assimilar e aceitar o fracasso de seu empreendimento.

E isso geralmente acontece por não existir um limite ou um freio que estabeleça exatamente até que ponto você irá continuar investindo num negócio que não está dando resultado. Esse limite pode ser bem elástico, desde que você possua um suporte financeiro que não comprometa a segurança de sua família.

Portanto, partindo desse princípio, de que os recursos investidos podem não mais retornar ao seu aconchegante lar, você poderá encarar o empreendedorismo de forma bem mais natural, sem aquele apelo emocional que tanto faz mal àqueles que têm uma experiência mal sucedida.

Falo isso com propriedade, pois, além da minha atividade na área contábil, já fui sócio em três pequenos negócios diferentes e, infelizmente, nenhum deles prosperou. Mesmo assim, estarei disposto a encarar outros empreendimentos sempre que eu acreditar que sejam viáveis financeiramente e que haja afinidade e confiança nos parceiros envolvidos.

Por outro lado, posso afirmar que essas experiências foram extremamente positivas para mim, pois me possibilitaram vivenciar e entender, na prática, todos os mecanismos do funcionamento de uma empresa, que até então eu conhecia somente na teoria do curso de ciências contábeis, e de conversas com clientes. Porque, mesmo não estando envolvido diretamente na administração de nenhuma delas, participava de todas as decisões importantes e estratégicas que eram tomadas, e sentia na pele as suas consequências.

Atualmente, quando algum cliente compartilha alguma situação ou dificuldade encontrada na gestão de seu negócio, consigo entender, interpretar o problema e ajudá-lo de maneira mais precisa, pois a sua linguagem já me é bem mais familiar do que antes dessas experiências.

Para finalizar, temos que aceitar o fato de que as crises sempre existiram e serão cada vez mais frequentes. Portanto, antes de sair por aí reclamando de tudo e de todos, temos que fazer o nosso dever de casa (cuidar do nosso próprio quintal), e fazer tudo que estiver ao nosso alcance para minimizar seus efeitos.

E, um dos ensinamentos mais antigos para nos prevenir das crises, diz-nos uma coisa bem simples: “Não guarde todos os ovos na mesma cesta”.

 

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