Formamos a ilusão de que uma economia estável é sinônimo de estabilidade e sucesso social. As análises políticas se restringem ao viés econômico. O paraíso político é alcançado quando há crédito para estimular o consumo de massas, quando existe o controle da inflação, dos juros, do câmbio, enfim um governo “bom” ou “ótimo” é aquele que consegue gerar estabilidade financeira.
A atual crise financeira será imediatamente esquecida quando se retornar, por mínimo que seja, o crescimento. Enquanto isso, as liberdades são dia após dia diminuídas; a educação afunda em imoralidade e perversidades; as manipulações ideológicas crescem; os políticos continuam representando seus interesses próprios e seguindo agendas internacionais sem se interessar pelas necessidades dos brasileiros; os juízes da Suprema Corte, muito ocupados em julgar opções sexuais, que jamais deveriam ter saído da esfera da intimidade para se tornarem públicas, continuarão dando de ombros para as demandas de significância para a garantia dos direitos e bem comum; a violência continuará crescendo em escala geométrica; jogadores de futebol continuarão ganhando milhões e ostentarão o título de heróis nacionais, enquanto os trabalhadores do presente e do passado serão esquecidos; as novelas e programas de domingo seguirão cumprindo a sua meta de imbecilizar as famílias, os jovens e até as crianças.
É um retrato do está e do que prosseguirá no pós-crise econômica. É fato que crises econômicas são cíclicas: dinheiro vai e vem. A moralidade, o bem estar, a grandeza e o respeito de uma Nação, depende da economia, mas também da sanidade organizacional e da elevação de valores consolidados na história do povo honesto ao grau de princípios fundantes das instituições. Os Estados Unidos, por exemplo, é uma grande nação, pois os princípios de seus fundadores continuam presentes na consciência dos cidadãos e, por consequência, na sociedade, e estes são utilizados como critério na escolha de seus representantes. No Brasil tais princípios também existem, porém os detentores do poder minguam ou anulam o poder dos valores, principalmente utilizando a mídia e a propaganda, reduzindo tudo em termos econômicos.
A crise do Brasil não é de ordem simplesmente econômica, é uma crise de representatividade dos princípios nacionais.
