Para muitos, o cálculo de juros compostos é um grande desafio a ser enfrentado porque os conceitos acerca de sua resolução não foram bem assimilados ao longo do estudo. Porém, acredite que compreender juros compostos é tão fácil quanto juros simples, apenas necessitamos dos “caminhos” corretos para encontrar as respostas. Neste artigo, iremos ensinar como calcular os juros compostos ou “juros sobre juros” sem e com o auxílio da calculadora financeira HP12.
Conceitos iniciais:
É importante que tenhamos o devido esclarecimento acerca das nomenclaturas utilizadas nas fórmulas. Para tanto, é pertinente alertar sobre a existência de mais de uma terminologia para a mesma variável. As mais utilizadas estão expostas abaixo:
Para calcular juros compostos, utilizaremos basicamente as fórmulas:
M = C. (1 + i)n M = C + J e J = M - C
Onde:
M é considerado o montante que é o todo que será pago ao final da operação (capital + juros).
C é o capital investido ou retirado, no caso de um empréstimo, por exemplo.
i é a taxa de juros expressa em valores decimais e n é o tempo que durará a operação.
Alguns autores também consideram o C de capital como P de principal e expressam o n que representa o tempo como sendo a letra t.
Citaremos inicialmente, um exemplo simples que considera um empréstimo no valor de 1.000,00; Juros 5% a.m.; Prazo: 5 meses. Qual o valor dos juros pagos ao fim da operação?
Note que prazo e taxa são expressas em meses e não haverá necessidade de realizar a transformação. Se ao contrario fosse, deveríamos adequar para que taxa e tempo estejam sempre na mesma unidade de medida seja diária, mensal, anual, etc.
Para saber o valor dos juros que foram pagos, precisamos descobrir o valor do montante (total pago ao fim da operação) e utilizaremos a primeira fórmula expressa acima.
M = 1.000,00 x (1+0,05)5 = 1.276,28. O montante foi 1.276,28.
Para saber os juros pagos, basta que realizemos a seguinte subtração:
J = M – C J = 1.276,28 - 1.000,00 = 276,28 (valor dos juros pagos).
Talvez você já tenha ouvido falar que é atrativo o rendimento da poupança (agora nem tanto) ou que as prestações são perigosas porque embutem “juros sobre juros”. Mas, o que seriam juros sobre juros? Simplesmente são juros que se acoplam ao principal e se sobrepõem em cada novo período aumentando cada vez mais. Nos juros simples, não temos os juros sobre juros. Você pega um dinheiro emprestado e paga juros (mensais, por exemplo) sobre aquele valor inicial que retirou. Nos juros compostos, há uma acumulação de juros a cada período que oneram mais o capital tomado tonando a operação mais cara.
Veremos abaixo com base no exemplo anterior como um empréstimo de R$ 1.000,00 se comporta a uma taxa de 5% durante 5 meses nos juros compostos:
1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês
R$ 1.050 R$ 1.102,50 R$ 1.157,63 R$ 1.215,51 R$ 1.276,28
1000x5% 1050x5% 1102,5x5% 1157,63x5% 1215,51x5%
Perceba que com a taxa aplicada, o valor principal sobe e se acumula com o próximo a cada mês.
Para resolver o mesmo problema na HP 12, deveremos seguir os seguintes passos:
1.000 |
CHS/PV |
5 |
i |
5 |
n |
FV |
1.276,28 |
PV é o valor presente expresso. Neste caso são os 1.000,00, capital ou principal tomado.
i é a taxa aplicada (5%).
n é o tempo que é 5 meses.
FV é o valor futuro ou montante que teremos ao fim da operação.
* Na HP12, a tecla CHS embute o sinal negativo ao valor principal. Seria uma correção na operação com a calculadora financeira para que o montante que estamos procurando não fique negativo ao fim do cálculo. Neste contexto, essa tecla é facultativa já que não interfere em nosso resultado final.
Questão nº 32 do 1º Exame de Suficiência de 2015:
32. Uma empresa adquiriu um bem destinado ao imobilizado por meio de uma transação de financiamento. O financiamento será pago em duas prestações de R$150.000,00, cada, vencíveis ao final de cada ano. A taxa de juros compostos pactuada para a operação foi de 4% ao ano. O valor presente na data em que foi efetuada a transação de financiamento é de, aproximadamente:
R$277.778,.
R$282.914,.
R$283.120,.
R$294.231,.
Neste caso, a questão quer saber, em juros compostos, o valor principal, ou capital inicial da operação. Já temos os valores das prestações com os juros de 4% ao ano inclusos e queremos saber efetivamente quanto a máquina custou. Teremos então:
150.000,00 |
CHS/PMT |
4 |
i |
2 |
n |
PV |
282.914,20 |
A tecla PMT diz respeito ao valor pago da prestação. Neste caso foram duas prestações no período de dois anos (150.000,00 em um ano e 150.000,00 em outro ano) sendo juros de 4% ao ano. O PV que é o valor presente indica que o preço de custo da máquina ou valor que ela custaria se fosse comprada a vista (sem nenhum desconto) seria 282.914,20. Note que, diferente do exemplo anterior que tencionava saber o valor total a pagar, a questão do exame quis investigar qual seria o valor de custo da máquina inicialmente.
O gabarito desta questão é letra B.
Questão nº 32 do 2º Exame de Suficiência de 2015:
32. Uma Sociedade Empresária financia a compra de uma máquina de costura em três prestações mensais iguais, no valor de R$573,50, com a primeira prestação com vencimento um mês após a compra. Considerando-se uma taxa de juros composta de 5% ao mês, o valor presente da máquina é de, aproximadamente:
a) R$1.991,69.
b) R$1.720,50.
c) R$1.634,48.
d) R$1.561,78.
Idêntico ao exemplo anterior, o 2º exame de suficiência trouxe uma questão que deveria ser resolvida da mesma forma:
573,50 |
CHS/PMT |
5 |
i |
3 |
n |
PV |
1.561,78 |
Para juros compostos no Exame de Suficiência, basta que conheçamos as nomenclaturas corretas de cada tecla a ser utilizada entendendo sempre o que pede a questão. Neste caso, o gabarito foi a letra D.
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