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Economia

Cadê o meu dinheiro?

É claro que todos temos o sonho e a ambição de obter a maior renda mensal possível, que cubra todos os nossos gastos e desejos. Mesmo assim, independentemente do quanto você ganha, o que pode fazer a crise alcançá-lo é o quanto você gasta

31/10/2016 11:13:05

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Cadê o meu dinheiro?

Existe um ditado que diz: “Quem paga mal, paga duas vezes”. Mas eu acredito que esse ditado está desatualizado, pois, na atual realidade da economia brasileira, quem paga mal está sujeito a pagar duas, três ou sei lá quantas vezes mais a mesma conta.

O cartão de crédito é um exemplo clássico dos efeitos maléficos que a cobrança de juros astronômicos pode causar em pouco tempo nas finanças de qualquer pessoa que caia na tentação (que atire a primeira pedra quem nunca...) de pagar o valor mínimo da sua fatura: “Ah, mas é só esse mês...”.

A crise atinge a todos em maior ou menor intensidade, mas o que vai definir isso é a capacidade de cada um em se adaptar o mais rapidamente possível a uma nova realidade.

É perfeitamente natural que se gaste mais em épocas de bonança, que, convenhamos, estão cada vez mais raras, mas essa mesma naturalidade não é verificada quando ocorre o efeito inverso.

Quem tem renda fixa (funcionário, por exemplo) só sente a crise de fato quando perde o emprego, considerando que mantenha os gastos sob controle, é claro. Já quem é profissional liberal e tem renda variável sente na pele a oscilação dos rendimentos, portanto, está mais vulnerável à montanha russa da economia. Por isso mesmo, tem a obrigação e a necessidade de cuidar ainda mais do aumento descontrolado dos gastos, que é sorrateiro, como um tigre à espreita da sua presa, e pode devastar suas finanças em apenas alguns meses de baixo rendimento.

Tenho notado um padrão naqueles que sofrem ainda mais a cada crise, que pode ser resumido em três pontos básicos:

1)     Falta de controle nos gastos;

2)     Falta de reserva financeira para gastos extraordinários;

3)     Falta de poupança mínima para a época de vacas magras.

Não existe mágica para fazer dinheiro, assim como também não existe uma fórmula para fazer com que as nossas contas simplesmente desapareçam da nossa frente, mas há uma coisa que qualquer pessoa pode e deve fazer: adequar seus gastos à sua realidade financeira. O remédio é bem amargo, mas é a única saída.

O problema é que o corte dos gastos deve sempre envolver a família inteira, mas falar de finanças ainda é considerado um tabu entre muitos casais, sendo que essas falta de comunicação e transparência acabam criando percepções diferentes sobre o tamanho da crise e da real necessidade de se economizar. Num segundo momento, versam acerca de quais gastos deverão ser cortados.

Para agravar o problema, na maioria dos casos, as pessoas só procuram ajuda quando a situação está critica e, mesmo assim, para tratar somente dos efeitos, deixando as causas para depois, pois geralmente, nesse momento, já não existem mais despesas a serem cortadas... Tudo virou uma grande bola de neve!

            Outra frase que ouço bastante por aí é: “Se a gente não fizer dívidas, não consegue comprar nada”. Essa frase até pode ter algum efeito prático para quem não consegue poupar ou quando você precisa adquirir algum bem extremamente necessário ao seu dia a dia ou ao seu trabalho, mas o recomendado é que se guarde o dinheiro para comprar à vista, sempre. E aqui vale o exemplo da compra de um carro: se você financiar um carro no valor de R$ 50.000,00 a uma taxa média de 2,50% ao mês, pagará 60 parcelas de R$ 1.617,67. Ou seja, ao final do contrato, você terá desembolsado o valor total de R$ 97.060,20 (quase duas vezes o valor do veículo!).

É claro que todos temos o sonho e a ambição de obter a maior renda mensal possível, que cubra todos os nossos gastos e desejos. Mesmo assim, independentemente do quanto você ganha, o que pode fazer a crise alcançá-lo é o quanto você gasta do seu salário e como o faz.

Portanto, fazendo uma nova adaptação ao ditado anterior, podemos afirmar que: Quem gasta mal, gasta duas vezes, ou mais.

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