O intuito de escrever esse artigo e futuros deve-se ao fato de querer trazer casos e causos que aconteceram, acontecem ou então acontecerão ao longo da vida contábil de um contador, um empregado de escritório de contabilidade, até mesmo situações em órgãos públicos ou com clientes. Tentará ao final de cada caso/causo trazer os erros encontrados e também possíveis soluções.
O primeiro causo trata-se de um cliente igual a tantos outros que temos no nosso cotidiano, pagava um bom honorário, era educado e na medida do possível cumpria com suas obrigações, mandava corretamente as despesas, notas de venda, prestação de serviços, extrato bancários, enfim... o único problema era que não mandava muitas notas de compra, logo brevemente tratando de sua situação o mesmo ficava com pouco estoque (ou nenhum) mesmo tendo e com um caixa extremamente alto.
O contador muitas vezes se esforçando para tentar fazer o cliente mandar as referidas notas se deparava com o argumento que se ele mandar muitas notas, iria pagar muito imposto... então o contador contabilizava assim mesmo e fechava a contabilidade nesses moldes.
Acontece que esse cliente se separou e a mulher pediu sua parte nos bens... não contente pediu uma perícia junto a empresa para que pudesse receber também uma parte dos bens (50%) referente ao balanço fechado daquele respectivo ano.
Com isso você, caro leitor, já deve imaginar o tamanho da dor de cabeça que passou a ter esse cliente, com um caixa que não existia...
O perito selecionado para execução era amigo do cliente, um erro já que perante a legislação você não pode ser um ponto favorável de nenhuma parte e sim neutro, pois bem, o cliente sabendo que não poderia intervir diretamente pediu ao contador que entrasse em contato com tal perito pedindo que desse o tradicional jeito brasileiro. Já o contador percebendo o que poderia prejudicar foi até o perito e pediu apenas um prazo maior para a apresentação do referido balanço, que o prazo de 5 dias fosse estendido para 30 dias. O perito sabendo de qual empresa e de quem se tratava prontamente aceitou.
Nesse espaço de tempo, uma das soluções encontradas pelo contador foi cobrar do cliente todas as notas de compra que o mesmo não mandava para o escritório, refeita a contabilidade ao ponto de equalizar o caixa com o que realmente tinha na empresa.
O fim da história é que ficou satisfatório para o cliente, para o perito e para o contador, menos para a esposa do cliente.
É importante realçar nesse caso três grandes erros. 1º O não cumprimento por parte do cliente no envio das documentações necessárias para uma contabilidade coesa e representativa do que realmente acontece na empresa. 2º O desleixo e falta de comprometimento para com os princípios da contabilidade por parte do contador que mesmo sabendo do erro, fechou a contabilidade. 3º O falha do perito em recusar o serviço, visto que tinha conhecimento e relativa amizade com o cliente, podendo assim facilitar (como facilitou no prazo) para uma das partes.
