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A Contabilidade é a melhor tradução dos fatos ocorridos numa empresa em função da sua ciência

As coisas acontecem numa casa ou pelas ruas e têm os seus significados. Porém, dentro das empresas, tudo aquilo que acontece se traduz em fatos, resultado dos atos que devem ser corretamente interpretados.

03/07/2017 09:13

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A Contabilidade é a melhor tradução dos fatos ocorridos numa empresa em função da sua ciência

Numa certa ocasião, uma empresa que conheci fez um financiamento junto ao Banco Bradesco num total de R$ 4.5 milhões de reais a fim de iniciar o processo de construção de um empreendimento imobiliário. Algumas pequenas verbas saíram, antes que se formalizasse a liberação do dinheiro. Serviriam para pequenas taxas ou liberações de toda a forma iniciais do que fora oficializado por contrato. Demorou um pouco, talvez 2 (dois) meses, mas o financiamento saiu, até porque não haveria de ser negado pela situação da empresa. E assim que saiu, a norma da empresa adotada como prática para estes casos, foi aplicada: os recursos foram distribuídos como Distribuição de Capital, uma forma disfarçada de distribuir os lucros aos parceiros segundo entendimento dos sócios. Uma tradução do fato errada e bastante precipitada.

Os recursos do Financiamento Bancário para uma obra, segue ritos e têm regras que não podem ser burladas, e os recursos liberados têm que ser tratados como tal. Como também, os recursos deste tipo de numerário, normalmente são empregados em uma conta corrente com rendimento automático, ou de outro modo, aplicados em um tipo de conta de investimento/aplicação onde o cliente possa movimentar os recursos sem perda ou interrupção dos rendimentos, e não se constitui em nenhuma hipótese a um lucro obtido. Como distribuir recursos que tem origem em financiamento de terceiros? Como encarar administrativamente que com os recursos alcançados em função de outras obras em andamento, já em período de vendas, se possa arcar com os custos iniciais de nova obra financiada, exaurindo de tal forma seus recursos próprios antecipadamente? É possível administrar desta forma sem a devida canalização dos recursos?

Claro que não, mas muitos o fazem. Ao se administrar de forma enviesada recursos destinados a investimentos, projetos e, diferentemente, despesas administrativas e operacionais, estamos incorrendo em irresponsabilidade financeira, pois, o devido emprego nos canais financeiros a que se deve determinado gasto, ficam sem tê-los, e assim, dependentes de outros recursos de outras fontes. Curiosamente e por reflexo, a Contabilidade acompanha e traduz tudo isto pela sua Ciência. No caso citado, distribuir recursos a parceiros que foram provenientes de numerário financiado para obra, é no mínimo incoerente, e incide em como os empresários, muitas vezes, enxergam as coisas. A questão do lucro propriamente dito, como exemplo, é uma das mais atingidas nestas visões, pois o lucro se dá por uma diferença entre o que se tenha de custo e despesa, contra aquilo que se venda, que nunca será efetivamente aquilo que entra, seja de qualquer origem for.

Dentro desta colocação, e para demonstrar casos estranhos relativos a fatos que só a Contabilidade sabe devidamente diferenciar, relaciono a seguir alguns exemplos destas interpretações errôneas:

1 – VALE TRANSPORTE traduzido como tal pelo uso do funcionário por DESPESAS COM CONDUÇÕES ao realizar serviços externos administrados pela empresa;

2 – Entrada de recurso por Venda de Imobilizado, por exemplo, VEÍCULOS, e o seu produto utilizado para DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS aos sócios;

3 – VENDAS em geral de serviços e mercadorias, com recursos utilizados para DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS aos sócios, numa mera operação de entrada e saída;

4 – Despesas com LANCHES E REFEIÇÕES a empregado para serviços externos, entendidas e tratadas como benefício de VALE REFEIÇÃO que tem disposição legal própria;

5 – PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PJ/PF ou DESPESAS MÉDICAS ou MEDICAMENTOS para funcionário que venha a passar mal, entendidas por ASSISTÊNCIA MÉDICA – benefício mensal por contrato com empresa gestora de Planos de Saúde para empresas;

6 – Gastos com obra concluída, ainda levados a CUSTOS DE OBRA sendo Despesas de MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO, ou baixa de PROVISÕES PARA GARANTIA, se for o caso;

7 – TRANSFERÊNCIAS BANCÁRIAS entre empresas de um mesmo sócio, que caracteriza empréstimo de uma para a outra, sem os devidos Contratos de Mútuo das operações com toda a sua implicância, contabilizadas como simples ENTRADA E SAÍDA DE CAIXA, numa e noutra;

8 – Compras de MATÉRIAS PRIMAS ou PERMANENTES ou DIVERSOS a prazo, sem a devida provisão (Regime de Competência), contabilizando-as por lançamentos do Financeiro de MAT. PRIMAS, PERMANENTES e/ou DIVERSOS, porém como pagamento mensal das parcelas.

Em todos os erros apontados acima, a Contabilidade junto aos responsáveis do Financeiro e outras áreas, poderá ajudar tecnicamente sobremaneira, a tanto classificar devidamente, como interpretar com precisa razoabilidade os fatos ocorridos. Em síntese, aplicar o conceito do campo que envolve determinada despesa ou gasto, como a interpretação tributária que é oriunda de uma determinada Receita e sua ordenação operacional, os vícios administrativos e facilitadores que levam à visão errada dos fatos acontecidos, tudo isso, poderá ser evitado com a ajuda do pessoal da área contábil: sem dúvida uma área de apoio, de orientação e de conclusão. A Contabilidade, por fim, será sempre uma fotografia do quadro geral da empresa que, tendo boa ou má administração, terá seu retrato correspondente a sua qualidade de gestão.

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