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O Profissional Contábil e o Exercício da Docência

A docência como área da profissão contábil e suas perspectivas.

02/08/2017 09:52:30

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O Profissional Contábil e o Exercício da Docência

1 INTRODUÇÃO


O curso de Ciências Contábeis possibilita ao concluinte uma das mais amplas listas de áreas no qual o contador pode exercer sua atividade. São tantas as opções que alguns campos de atuação do contador não são conhecidos até mesmo pelos que já concluíram o curso há certo tempo; outras áreas, apesar de serem conhecidas, não são difundidas corretamente e procuradas por poucos, como o caso da docência em contabilidade. A evolução da Ciência Contábil e sua necessidade ao longo do tempo, fez aumentar a oferta dos cursos de Ciências Contábeis. Essa propagação colocou em evidência a demanda por profissionais na área do ensino da contabilidade, que apesar da boa demanda, ainda não há um interesse considerável em exercer a docência em virtude das demais áreas propiciarem supostamente melhores perspectivas. 

Embora o papel do profissional docente seja fundamental para o bom andar da ciência, e mesmo tendo mercado de atuação profissional para este professor devido ao crescimento dos cursos de ciências contábeis, nota-se ainda pouco interesse dos profissionais e graduandos em contabilidade em exercer a função de professor como opção principal e até mesmo secundária, em vista às demais áreas de atuação da ciência contábil, que propõe perspectivas financeiras mais rentáveis, como também pelo fato da docência exigir um maior nível de instrução comparado a outras atividades.

A área da docência é uma atividade não tão divulgada como opção profissional, principalmente em cursos de contabilidade que visam como exercício preponderante à atuação dentro de empresas e/ou escritórios.

Vale ressaltar que o professor de contabilidade tem um papel importantíssimo no desenvolvimento da Ciência Contábil, pois ele é um dos principais responsáveis em passar, distribuir conhecimento, e alterar todo o futuro das novas gerações que ingressam por essa ciência, podendo então melhorá-la.

2 A DOCÊNCIA COMO ARÉA DA PROFISSÃO CONTÁBIL

O exercício da docência é imensamente essencial para o progresso da sociedade. Comparado aos filósofos antigos que desbravavam o conhecimento e repassavam à sociedade, hoje, os professores não são meros “facilitadores” do conhecimento, estes, têm por função a transmissão adequada do conhecimento, assim como devem ser grandes ajudantes na construção de novas mentes.

A docência como área de atuação profissional tem crescido sistematicamente com o passar do tempo, e o papel desse profissional está ligado maciçamente ao conhecimento, e ao passo que é difícil pensar em uma nação evoluída sem antes imaginar um sistema educacional conciso.

Delors (2004 p. 11) diz que “ante os múltiplos desafios do futuro, a educação surge como trunfo indispensável à humanidade na sua construção dos ideais de paz, da liberdade e da justiça social”, esta assertiva demonstra bem, quão grande é o papel da educação e dentro disso, quão importante é o papel do professor.

O curso de Ciências Contábeis proporciona ao concluinte do mesmo, uma ampla rede de atividades profissionais da qual o contabilista pode inserir-se (como já exposto) e dentre elas, e não menos importante, a docência. É fato que a atividade docente em contabilidade é algo ainda não muito visado pelos que optam em fazer o curso Ciências Contábeis. Marion (2001, p. 16) aborda:

                        [...] Você já viu um adolescente, quando perguntado sobre o que vai “ser” no futuro,                         responder: professor de Contabilidade? Se ele responder que vai ser apenas um                               professor, será visto com certo descrédito, achando-se no mínimo, que ele está mal                           orientado. Se disser, entretanto que pretende ser professor de Contabilidade (eu                               nunca vi isto), será tachado de anormal.

 Apesar desse certo desinteresse, e por conta de um não esclarecimento a respeito dessa área de atuação, a profissão de professor de contabilidade apresenta uma série de vantagens para quem escolhe enveredar por esse caminho. Marion (2001, p. 18 a 23) cita algumas que podem servir de motivação aos que não compreendem essa atividade como opção de escolha na área contábil:

                         - Férias e feriados: Grande parte das universidades, em termos letivos, trabalha oito                          ou nove meses no mesmo ano. Mesmo que não concedam os três meses de férias e                          exijam a presença do professor [...] permitem que desenvolva trabalho numa linha                            de seu interesse [...]. Os feriados prolongados, Semana Santa, Semana da Pátria,                              pontos facultativos [...] etc. permitem ao professor maior liberdade que as outras                              profissões.

                         - Rotinas: [...] O professor não fica preso às rotinas mensais, quando não até                                    diárias, repetitivas, como as de um contador, administrador, chefe de departamento                          pessoal etc. Embora o professor possa repetir anualmente uma mesma aula,                                    dificilmente o fará usando a mesma tônica ou os mesmos exemplos.

                         - Estabilidade no emprego: Sempre haverá novas gerações que precisam de ensino.                          [...] A falta de recursos nas escolas seria um indício de falência do país. [...] É a                                única profissão que não há preconceito de idade. Quem tem título, até com 60 anos                          é contratado. [...]

                        - Finalidade nobre da profissão: [...] O professor, todavia, ajuda a formar mentes,                             proporcionando sabedoria a seu discípulo. [...]

Outros fatores que podem ser agregados às vantagens, é que com o aumento dos cursos de Ciências Contábeis, a demanda por esses profissionais cresceu, possibilitando a estes, uma rápida inclusão no mercado de trabalho, e isso acaba por refletir também na sua estabilidade.

 Além disso, a docência proporciona status e eleva a qualidade do currículo já que o professor é visto como uma figura renomada, detentor de amplo conhecimento.  

Outro ponto que agrega valor a essa profissão, diz respeito à constante atualização e reciclagem que a docência contábil exige, pois isso faz com que o profissional dessa área mantenha-se sempre atualizado sobre as mudanças e novas técnicas desenvolvidas, propiciadas pelo constante contato com livros, artigos, trabalhos e pesquisas.

Entre algumas desvantagens normalmente citadas, uma das mais relevantes, é a questão da remuneração. Marion (2001, p. 24) sobre essa questão diz que:

                        Em quase todo mundo é uma das profissões mais mal pagas. Embora o professor                               tenha de se vestir bem, cultivar boa aparência, deslocar-se mais vezes de uma                                 escola para outra, investir em livros etc., sua remuneração não é condizente com                               todo este esforço. 

De acordo com a assertiva descrita acima, comparada as demais áreas de atuação da Ciência Contábil, essa desvantagem tem grande peso na hora de escolher o ramo de atividade a ser exercido, já que as outras opções a serem exercidas pelo contabilista são possivelmente mais interessantes e mais rentáveis que o magistério, afetando o interesse dos profissionais e graduandos em contabilidade em exercer a função de professor como opção principal, tratando-a com “bico”.

Outros pontos negativos catalogados por Marion (2001, p. 24) a respeito dessa profissão é que:

                         Muitas vezes o professor enfrenta problemas peculiares ao setor, como: poucos                                  recursos para pesquisas (falta de verbas), [...] despreparo dos alunos (o nível tem                            caído muito) a mentalidade comercial e não ideológica, principalmente das                                        instituições de ensino particulares.

 Em termos de perspectivas, a docência em contabilidade conta com uma série de dados e fatos animadores, um dos primeiros é que a educação nunca poderá deixar de existir, a transmissão de conhecimento sempre será algo que evidenciará a evolução do ser em relação ao mundo, e para isso são necessários pesquisadores e professores.

Para os futuros contadores, os que estão em processo de formação profissional, escolher o magistério para atuar é uma opção (apesar das desvantagens) viável, necessitando apenas de uma maior dedicação e preparação para tal tarefa, como especializar-se, ingressar em um mestrado ou tornar-se doutor.

A procura por professores titulados intensificou-se a ponto de ter IES que propõe boa remuneração.  Assim, Marion (2015, p. 03) relata que "muitas universidades querem introduzir mestrados e doutorados (com bons salários), mas não há ofertas de docentes e pesquisadores no mercado. Praticamente, não há autores, docentes de carreira e pesquisadores disponíveis." 

Mas se por um lado a necessidade de profissionais docentes qualificados se apresenta como uma boa perspectiva, pois ter títulos para essa área é garantia de mercado de trabalho, por outro se torna um grande desafio, já que no Brasil os incentivos para melhoria da qualificação dos professores ainda são poucos. Existe ainda o lado de que para se obter uma maior titulação necessita-se de tempo, dedicação, perseverança, incentivos financeiros, etc. Percebe-se que há uma distância enorme no paralelo entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento no que tange a demanda e oferta a respeito da qualificação dos profissionais da Ciência Contábil. Outro desafio é que a carência de professores qualificados também aponta para o fato de que no Brasil é preciso melhorar a qualidade no ensino em contabilidade. Dessa forma, Iudícibus, Marion e Faria (2017, p. 32) abordam que "a contabilidade, no Brasil, tem todas as condições para entre as mais avançadas do mundo, formar bons profissionais, faltando apenas um maior investimento na área educacional e de pesquisa."

 Nossa (s.d, p. 12) identificou que a maioria dos docentes das escolas superiores de Ciências Contábeis não está suficientemente qualificada para exercerem suas responsabilidades, necessitando de uma espécie formação global. O mesmo autor, ainda expõe que "há uma expectativa a respeito da adoção de uma norma de educação contábil internacional e a criação de um currículo que servirá de referência para a formação do contador em todo o mundo." Isso talvez designe uma mudança ampla do sistema educacional contábil. Carvalho (apud NOSSA; s.d, p. 13) comenta "que no Brasil isso poderá ter um impacto maior do que uma mera troca de currículo, talvez será o fim dos cursos noturnos de Ciências Contábeis, pois em algum momento exigir-se-á uma dedicação em tempo integral." 

Dessa forma poderá melhorar a aparência da atividade docente, aumentar a procura por trabalhadores dessa área com dedicação exclusiva, como pode fazer com que o comprometimento com o ensino contábil fique maior.

 Existe também uma dissonância que envolve teoria x prática, o que para educação contábil cadencia em uma série de fatores que prejudicam a formação dos discentes fazendo diminuir qualidade profissional destes em relação ao mercado de trabalho. Sendo assim, é preciso que o docente contábil consolide a relação teoria e prática tratando isso como forma de contribuição no desenvolvimento da ciência, superando este desafio. Segundo Marion (2015, p. 99):

 

                        No que tange aos professores, constata-se que a maioria das informações (e até                             conhecimento) dos docentes é obtida através de fontes secundárias, normalmente                             livros-textos e pronunciamentos, não havendo um constante acesso ao meio                                     ambiente da contabilidade (ou na realidade contábil). Ao contrário das outras                                   profissões, como, por exemplo, na área da saúde, onde o docente simultaneamente                           desenvolve a profissão e ensina, o docente contábil tem um acesso restrito à prática                         profissional.

Sobre as atribuições do professor contábil, a mais evidente é a de transformar o discente em um profissional devidamente capacitado, entretanto também é papel do docente fazer dos seus alunos fontes geradoras do pensamento ajudando os mesmos a construir conhecimento. O professor não pode ser apenas um transmissor do conhecimento através de mera cópia daquilo que já existe, pois eles são de certa forma espelhos para seus discípulos. O mesmo deve estimular a pesquisa, desenvolver recursos que propiciem uma maior habilidade intelectual dos que buscam pelo seu trabalho. Marion (2001, p. 19), citando dados de uma pesquisa de Steven Piker, cientista canadense, mostra que:

                      50% das variações de personalidade têm causas genéticas. Não mais de 5% da                                 personalidade de uma criança é determinada pelo tipo de educação que ela recebeu,                         ou seja, pelos seus pais. O restante (45%) vem de outras crianças (pares) e do meio                         em que ela vive. Dessa forma, quanto os professores influenciam na formação de um                         jovem? Em diversas circunstâncias, mais que os pais. Principalmente na indução                               profissional, o professor é um educador, um guia, e, muitas vezes, um condutor, um                           orientador definitivo.

A citação acima resume bem a importância do professor em âmbito geral, o que é preciso é que ele saiba da sua influência e poder sobre o rumo das futuras gerações, devendo levar esta atividade a sério. Deve também o concluinte do curso de Ciências Contábeis, ao escolher a opção da docência, dirigir-se a ela por vocação ou pré-disposição para atuar nessa área, pois só assim teríamos uma maior dedicação, e consequentemente melhores resultados no que diz respeito a melhoria do ensino. Laffin (2002, p. 97) constatou que

                     O “virar professor” aconteceu, na maioria das vezes, por meio da rede de relações                            pessoais construída no exercício da profissão de contador ou através da freqüência em                      cursos de pós-graduação (especialização ou mestrado). Diversos professores                                    assumiram temporária ou efetivamente a função de professor a partir de convites                              formulados por chefes de departamento ou por amigos já inseridos na atividade de                            ensino. Pelo registro dos dados, não se pode identificar nenhuma atividade no processo                      de formação profissional (graduação) que indicasse uma trajetória acadêmica. Não                            houve nenhum registro de envolvimento no âmbito de iniciação científica, monitoria,                          participação em núcleos de pesquisa e outras atividades relacionadas à vida acadêmica                      que indicasse a perspectiva de ser professor. (2002, p. 97)

Portanto, a docência como área de atuação da profissão contábil é uma opção a ser avaliada como ramo de atividade por aqueles que ingressam na Ciência Contábil, pois como todo o leque de atuação dessa ciência possui vantagens e desvantagens, assim como perspectivas e desafios no qual se deve avaliar o melhor caminho a ser tomado.

Iudícibus (2015, p. 44) propõe que “é preciso dar condições mínimas aos que dispõe de verdadeiro talento para a pesquisa pura e aplicada, e para a docência”, assim a docência contábil poderia equiparar-se as demais áreas tornando-se mais atraente, bem como resultar em uma melhora na qualidade do ensino, propiciando o desenvolvimento da Ciência Contábil, e realizar a finalidade nobre da profissão que é a de ajudar a formar mentes proporcionando sabedoria.

CONCLUSÃO

Muitas são as áreas de atuação da Ciência Contábil, entretanto são poucas as que despertam o interesse da maioria dos ingressantes desta Ciência, pois ainda são pequenos os esforços em divulgar certas áreas, o que faz com que algumas, fiquem à margem das escolhas profissionais dos contadores, necessitando de uma maior descrição dos ramos em que tais profissionais podem atuar.

A docência como profissão contábil ainda não é uma atividade tão procurada como ramo profissional, apesar de propiciar uma grande lista de fatores que promovem essa área uma opção viável de atuação.

Das diversas desvantagens apontadas como algo desestimulante em ser professor, há a visão de que tal profissional ganha pouco pelo trabalho exercido, sendo este fator, algo que oculta algumas qualidades e vantagens desse meio de atuação.

Observa-se que a área do magistério contábil, apesar de ser uma área sem muita concorrência mercadológica e de boa demanda, faz necessária uma maior titulação e dedicação, pois se trata de uma atividade interligada diretamente ao futuro da Ciência Contábil, comprometida com a propagação evolucional da mesma.

A pesquisa bibliográfica realizada, esta com grande dificuldade, pois são poucas as referências sobre o assunto abordado neste trabalho, buscou relatar as vantagens e desvantagens, bem como os desafios e perspectivas, além de descrever parte da atividade docente em contabilidade, procurou-se também através da pesquisa de campo, trazer dados sobre a docência nas IES de São Luís buscando a compreensão de tal atividade deixando mesma mais clara em alguns aspectos.

Portanto, a docência como área de atuação da profissão contábil é uma opção a ser avaliada como exercício profissional, tendo sua importância relevante em meio às demais áreas da profissão contábil.

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REFERÊNCIAS


DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília, DF : MEC : UNESCO, 2004.

 

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos; FARIA, Ana Cristina de. Introdução à teoria de contabilidade - para graduação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

 

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.


LAFFIN, Marcos. De contador a professor: a tragetrória da docência no ensino superior de contabilidade. Tese de Doutorado. Florianópolis: Universisade Federal de Santa Catarina, 2002.

 

MARION, José Carlos. O ensino da contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

 

______. Preparando-se para a profissão do futuro. 2015. Disponível em: http://www.marion.pro.br/portal/modules/wfsection/article.php?articleid=9 Acesso em: mar. 2017


NOSSA, Valcemiro. A necessidade de professores qualificados e atualizados para o ensino da contabilidade. s.d. Disponível em: http://portal2.unisul.br/content/navitacontent_/userFlies/File/pagina_dos_cursos/CCOTB/ensinocontablidade.pdf. Acesso em mar. 2017

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SOBRE O AUTOR


Padastro da Maria Cecília, 
Graduado em Ciências Contábeis pela Faculdade Atenas Maranhense – Faculdade Pitágoras (2010), Mestrando em Ciências Contábeis na Fundação Instituto Capixaba De Pesquisas Em Contabilidade, Economia e Finanças - FUCAPE, Pós-Graduado (especialista) em Contabilidade Tributária pelo Instituto de Estudos Empresariais (2012), Pós-Graduado (especialista) em Auditoria e Controladoria pela Universidade CEUMA (2013), Professor de Graduação na Faculdade Pitágoras Maranhão (Grupo Kroton Educacional) das Disciplinas de Prática Contábil em Laboratório, Contabilidade Tributária, Planejamento Tributário, Instituições de Capital Aberto, Contabilidade Industrial e Contabilidade do Agronegócio. Experiência na área de Administração, com ênfase em Ciências Contábeis atuando como Analista Contábil, Auditor e Contador desde 2010. Premiado com Diploma de Honra ao Mérito por atividades qualificadas como universitário exemplar e aluno destaque pela Faculdade Atenas Maranhense - FAMA.

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