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Tempo: de quem é, seu ou do seu cliente?

Deixar o seu tempo nas mãos dos outros - que acaba privilegiando uns em detrimento de outros, sendo estes em geral os mais importantes - é uma armadilha frequente. Como equilibrar este recurso a nosso favor?

29/01/2018 10:21

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Tempo: de quem é, seu ou do seu cliente?

Tempo: de quem é, seu ou do seu cliente?

Dinheiro podemos fazer empreendendo, gerando atividades... mas tempo, do ponto de vista cronológico, não pode ser estendido além das 24 horas. A partir desta premissa, tempo é precioso, certo? Muito bem. A quem ele pertence, a você?

Aos que atuam com clientes e deles dependem para seu trabalho, a resposta é simples: o tempo é seu. Você empreendedor é o mestre deste recurso mas, para que seja o líder capaz de fazer mais tempo de qualidade para todos os envolvidos (que é diferente de estender minutos inúteis), precisa usar este recurso de forma inteligente. Para isso, aprenda algumas regras fundamentais:

1. Muita disponibilidade não significa qualidade – empreendedores por vezes, no afã de fazer o melhor, caem em dois extremos: ficam totalmente ao dispor do cliente, até mesmo de madrugada num sábado com o celular ligado em caso de emergência (mas não falo da área médica, estamos num site contábil e fora de prazo máximo de entrega de documentos) e acabam passando a imagem de desocupados, ou enxeridos. Imagine um profissional bem sucedido: ele terá tempo de sobra? Provavelmente terá uma agenda apertada na qual estão definidos tempos e movimentos para que ele ou ela saiba equilibrar a vida social, profissional e familiar contemplando harmoniosamente. Você espera para agendar a consulta com o profissional da saúde que terá, num dia específico, um agendamento para você. Se ele for desocupado, você imaginará que a qualidade do trabalho desta pessoa não é tão boa assim.

2. Quem muito se ausenta deixa de fazer falta – aqui é o extremo oposto da situação anterior, e infelizmente muito comum: conquistado o cliente (ou a pessoa desejada num relacionamento afetivo, que aqui também vale esta dica), é colocado na gaveta do “mais um”. Daí a desculpa passa a ser “não tenho nada para falar com o/a cliente, por que vou então ligar à toa, só para dizer que nada mudou”, ou ainda mais grave, “eu não tenho tempo para falar com todos os meus clientes, iria perder um dia nesta tarefa”. Bem, falar com cliente pode fazer reverter uma perda, sobretudo com aqueles clientes esquecidos até porque são excelentes, não questionam o trabalho, gostam mas ficam na dúvida se serão ouvidos quando houver algo que precisem. Estes são os primeiros a serem seduzidos por quem usa estratégias melhores de comunicação – e no caso contábil, vale lembrar que hoje o profissional consultivo está em alta. Se você esquece de agir como um consultor para a satisfação do seu cliente deixando esta pessoa ou empresa para depois... corre o risco de a perder para sempre. Mantenha contato com seus clientes usando ferramentas tecnológicas, informe sobre mudanças no mercado (que é altamente dinâmico) e se faça presente. É ótimo quando uma marca faz uso da máxima tempo de boa qualidade, que não precisa ser muito, mas tem de ter consistência.

3. Planeje sempre o seu tempo até para ter tempo para não fazer nada – como assim, eu planejo para ficar no ócio? Calma. Uma questão comum é: quanto tempo você se dedica ao seu processo de melhoria contínua? Sua melhoria pessoal com estudo e capacitação? Com a análise da sua vida e onde quer chegar? Estas perguntas pedem um silêncio do ruído do mundo, do escritório, das pessoas – e precisam que você faça uso do ócio criativo, como escreveu o filósofo Domenico de Masi há algumas décadas atrás. Muita atividade que não nos dá tempo de silenciar e analisar, entender que antes de sermos profissionais, empreendedores, contabilistas... somos seres humanos que realizam um propósito importante e que gera recursos para outras pessoas. Contribuímos para o mundo, e isso é o que cada indivíduo busca na sua autorealização. Só é possível pensar nisso, sentir isso tendo este tempo, que podem ser um intervalo do tempo que achar adequado na sua rotina: desde cinco minutos diários a quem tire uma hora às sextas-feiras para esta parada estratégica. Para que isso aconteça, faça bom uso das ferramentas de gestão do tempo como a agenda, delegue tarefas sendo que você preparou quem as fará (até melhor que você), desapegue do controle rígido que não significa maior produção e se livre do que rouba seu tempo. Pode parecer difícil no início, mas é como uma escada: cada dia, cada momento é um degrau no seu controle pessoal do seu tempo e dos seus recursos.

Liderança requer tempo, e este tempo requer uma gestão inteligente. O tempo precisa ser seu, até para que todos ao seu redor façam bom uso e este recurso caríssimo trabalhe a seu favor. Esqueça a postura de refém do tempo ou das pessoas – algo do século passado, que era bem visto como vitimismo, “alguém que trabalha incessantemente” – e seja o comandante do seu processo em todas as esferas da sua vida.

 

 

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