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Planejar é Importante?

04/02/2011 16:51:39

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Planejar é Importante?

Este artigo não tem a intenção de ensiná-lo a fazer um planejamento, seja este tributário, jurídico, fiscal, financeiro ou contábil, mas sim fazê-lo refletir a cerca da importância de reservar um momento para uma reflexão sobre o assunto.
Há algum tempo, explanei para vocês sobre a formalização ou não das empresas. Foram mencionados os benefícios e os impasses que impediam que alguns empresários decidissem por regularizar o seu negócio. Também foi comentado nesse artigo que 95% (noventa e cinco por cento) das empresas “quebram” nos primeiros cinco ano devido a falta de planejamento. E é sobre esse planejamento que vou conversar com vocês.

Destaco que acredito muito que um planejamento não é somente importante como também é indispensável para a sobrevivência da empresa no mercado competitivo que estamos inseridos. Entretanto e infelizmente, o alto grau de competição é ganho nos pequenos detalhes. O empresário, sócio ou administrador precisa entender que um fluxo de caixa ou um contrato mal formalizado é um custo imperdoável para a empresa e com certeza vai influenciar e muito no valor final do produto ou do serviço.

Recentemente estive em um fórum, promovido pelo Sescon Serra Gaúcha e CRC-RS onde o assunto comentado seriam as obrigações legais do empresário, contador e das empresas de informática. Nesse fórum foram convidados integrantes das três Receitas (municipal, estadual e federal) e todos foram unânimes em dizer que cada vez mais o Fisco vai espremer os sonegadores e os que tentam burlar de alguma forma o sistema e as conseqüências serão devastadoras. Eles têm o conhecimento e a tecnologia para fazer e obter qualquer espécie de informação que eles precisem. O “achismo” do “não dá nada” em um País que se desenvolve como Brasil, não terá mais espaço.

Nesse contexto dos impostos e da sonegação mencionada acima, no início do mês de setembro de 2010 a Receita Federal divulgou a imprensa que 35 mil (trinta e cinco mil) empresas optantes pelo sistema SIMPLES foram descadastradas pelo motivo de sonegação ou de atraso nos pagamentos de tributos. Isso é reflexo de uma grande falta de planejamento. Imaginemos os pequenos que pagavam em média 4% (quatro por cento) de tributos sobre o seu faturamento e instantaneamente passarão a pagar em torno de 13% (treze por cento). Façam as contas no prejuízo ou mesma na perda de competitividade que este fato ocasiona.

No campo administrativo, podemos planejar a parte jurídica da empresa (analisar os contratos e estudá-los para garantirmos a relação benéfica do mesmo e a integralidade do negócio jurídico), planejar o fluxo de caixa e não “apagar os incêndios” que surgirem no decorrer do período.
Se vislumbrarmos o departamento comercial, com ênfase se afirma em nosso cenário atual que é inadmissível atualmente não existir um controle rigoroso sobre a formação de preço do produto ou do serviço. A política comercial hoje é um fator altamente competitivo e necessário, assim como a criação de canais e de regulamentação destes parceiros de negócios, evitando com isso prejuízos financeiros e futuros litígios por má interpretação ou segurança legal.

Na área contábil, não existe mais a pessoa do “lançador operacional”. A escrituração contábil é o espelho do que a empresa faz. Cada nota tem que ser pensada e analisada várias vezes antes de ser alocada no sistema. A responsabilidade de quem faz esse trabalho é tanto maior ou igual do que aquele que assina um novo contrato. No fórum que mencionei, o auditor Dal Pizzol (Receita Federal) dizia e com certa maestria que o que a receita recebe ultimamente é um atentando a qualquer inteligência, porque nada fecha com nada. Os valores lançados do Pis e Cofins na DCTF, não fecham com os da DACON, que por sua vez são completamente diferentes do que os lançados na DIPJ. Isso é erro de lançamento, de conferência, de segurança e treinamento de quem está atrás da CPU. E não sejamos ingênuos ao imaginar que o Fisco facilita ou facilitará a vida das organizações, muito antes pelo contrário, pois são nossos tributos que mantém a máquina pública.

Ainda no campo da escrituração contábil, recentemente lançaram uma nova idéia de escrituração chamada IFRS, ou Normas Internacionais de Contabilidade. Para quem apenas teve um certo envolvimento com ela, mas nada muito íntimo, já está em alerta pelo trabalho imenso e custoso que ela nos oferece: Para início de análise, a nova escrituração obrigará a todos (independente do porte) a ter duas escriturações, uma societária (a baseada na IFRS) e outra que atenda o Fisco e não vai haver possibilidades de driblar uma ou outra. Pensem na importância de se ter um profissional preparado e atualizado para redigir as escriturações da empresa. Se por um lado será desastroso para aqueles que não possuem qualidade no trabalho prestado, por outro a contabilidade vai ter seu verdadeiro objetivo: fornecer informações altamente relevante sobre a vida e os processos da empresa. Nesse sentido, podemos sem receio dizer que a velha desculpa para contratar menor preço e não qualidade de serviço prestado que é: “qualquer um lança, compramos um sistema excelente para resolver isso!”, se não foi extinto ainda no pensamento dos empresários, devem começar a sumir e muito rapidamente.

E, podemos citar também a área tributária. Com nossa legislação alterando a cada instante é indispensável que exista um profissional que esteja atento as mudanças e que estude as possibilidades de alteração na forma que está sendo feita a tributação da empresa. Será que realmente não há como pagar menos para o governo? Não podemos nos aproveitar de algum benefício vigente e na explorado? São questões primárias em qualquer planejamento tributário, mas quando não se tem tempo para analisar com calma os processos, resultarão em gastos desnecessários até que seja revista a cultura tributária instalada na organização. Tudo é ganho, tudo é lucro, quando se envolve profissionalismo e conhecimento no trabalho fornecido.
Uma vez ouvi de um professor de cursinho pré-vestibular que conhecimento da matéria todos os candidatos têm, afinal de contas estudaram anos para prestarem essa prova. Mas os melhores e os que vencem, são escolhidos sempre nos detalhes de cada questão.

E então, vamos planejar?

Valeska Schwanke Fontana
Bacharel em Ciências Contábeis, Graduanda em Direito, Perita Contábil.

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