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Economia e Crise (crise?)

O Brasil tem condições de superar qualquer crise, pois apresenta alguns elementos indispensáveis ao crescimento econômico.

23/12/2011 10:37:41

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Economia e Crise (crise?)

A sociedade brasileira tem sido desinformada por importantes meios de comunicação acerca da "crise" (crise?) que supostamente atinge o País, em decorrência dos acontecimentos políticos e econômicos nos EUA e Europa, principalmente.

Indivíduos despreparados para o exercício do jornalismo em todos os seus aspectos e níveis, apregoam diariamente notícias sobre a economia brasileira, sem o menor conteúdo que possa ser deixado como reflexão aos cidadãos, sejam eles leitores ou telespectadores. 

São jornalistas, que nas palavras de Schopenhauer, são empurrados no pensamento, só se manifestam assim, ou no popular "copiar e colar", são "estações repetidoras" de sinais trocados. Seria de se dar ao riso, não fosse assunto tão sério. 

"Muitas coisas afirmamos e negamos porque a natureza das palavras leva a afirmá-lo ou negá-lo, mas não a natureza das coisas; por isso, ignorando-a, facilmente tomaríamos algo falso por verdadeiro."  (Spinoza) 

Há tudo ou quase tudo por se fazer no Brasil, ninguém em sã consciência crê que nossa economia é semelhante à dos países centrais, já maduras e que requerem taxas de crescimento modestas para a manutenção do desenvolvimento econômico e social. 

Aqui, precisamos desde fitilhos que realmente abram pacotes de bolachas (biscoitos) corretamente ao invés de destruir as embalagens espalhando-se seu conteúdo pelo chão; até rodovias, portos, aeroportos, moradias populares, caminhões, ônibus, tratores, etc.  

No Brasil, é mais fácil vermos trens nos museus do que em funcionamento, transportando pessoas e cargas, barateando a produção e comercialização dos produtos e serviços. Contudo, nossos governantes, administradores públicos, presidentes de confederações das indústrias e comércios, nossos digníssimos latifundiários, nossos economistas de gabinete, e em grande parte nossos meios de comunicação, acham melhor culpar a crise (crise?)  pelo nosso crescimento econômico pífio, recentemente.

Alguns de nossos problemas estruturais (e comportamentais) que  se equacionados, podem nos levar a dias melhores na economia e sociedade:

1- A inversão dos valores sociais, éticos e morais. Quem os detém, passa por ingênuo, Educação também forma PIB;

2- A difusão da ineficiência nas atividades privadas tendo como desculpa o comportamento dos políticos e os atos do setor público;

3- A economia informal, que pode representar até 40% do PIB. O descaminho (contrabando) de mercadorias;

4- As contabilidades fraudulentas e a sonegação fiscal;

5- A renúncia fiscal, via clientelismo político;

6- Os subsídios públicos às empresas privadas nada eficientes e sem projetos para executar de fato, em benefício de nosso crescimento econômico;

7- A facilidade para transferência de recursos financeiros nacionais para o exterior em nome de uma falsa defesa do livre trânsito de capitais, mas que acaba por beneficiar quadrilheiros e sonegadores de impostos (fato reconhecido por nossa Justiça e a comunidade internacional). A lavagem de dinheiro em empresas de fachada;

8- A corrupção que envolve empresas privadas e agentes públicos, onerando a produção de bens e serviços para os consumidores finais e desorientando os empresários que trabalham corretamente;

9- Tribunais de Contas inoperantes. Licitações públicas fraudulentas;

10- A falta de planejamento público integrado. A ausência de repressão aos cartéis e oligopólios;

11- Exportações e importações sobrevalorizadas e subvalorizadas respectivamente;

12- Fusões e aquisições indevidas de empresas privadas que só lesarão o consumidor.

13- As agências regulatórias que nada regulam e só beneficiam o capital em detrimento do cidadão;

14- Os cidadãos que não pagam impostos diretos em decorrência das condições de miséria e penúria econômica e consequente ausência de bem-estar social;

15- A falta de integração do mercado nacional de bens e serviços. A inexistência de integração regional com as outras nações da América do Sul, com as quais temos fronteiras terrestres e fluviais, enquanto essas mesmas nações distam cerca de 15.000 Km da China (reclamam muito da China). O que fizeram nossos políticos e empresários ?

16- O desrespeito à Constituição Federal e à CLT ; falta de reformas dos Códigos Tributário, Civil e Penal. Legislação branda para assassinos do trânsito de automóveis, que ceifam vidas e destroem talentos, até o INSS já se deu conta disso e quer processar esses assassinos;

17- O fraco poder de negociação dos sindicatos, na maior parte do País. Salários baixíssimos na iniciativa privada. O trabalho escravo que ainda persiste em algumas regiões;

18- Ausência de poder público nas periferias das grandes cidades e pelo interior do País.

19 - O semianalfabetismo produzido pelo nosso sistema educacional. Universidades divorciadas da iniciativa privada (vice-versa) para produzir ciência e tecnologia;

20- Rodovias que mais se assemelham a caminhos abertos pelos bandeirantes nos séculos XVI e XVII;

21- A instituição excessiva de pedágios caríssimos nas rodovias concessionárias que oneram os custos dos transportes de pessoas e cargas, onerando assim, toda a cadeia de produção de bens e serviços. Rivalizando-nos com a Europa feudal, que impunha restrições ao trânsito de pessoas e cargas entre os feudos que disputavam espaços políticos e territórios. Portanto, nesse quesito retrocedemos 500 anos na História. Pior, em SP chamamos isso de Social-Democracia, não de Feudalismo.

22- A biopirataria, destruição e ocupação inconsequente do meio-ambiente, má administração dos recursos hídricos;

23- A falta de ferrovias para integrar e dinamizar o País, mesmo transcorridos cerca de 200 anos de sua criação na Europa;

24- A alienação proposital das carreiras públicas (servidores concursados). A utilização absurdamente excessiva de cargos públicos de primeiro e segundo escalões como moeda nas barganhas políticas entre os poderes executivo e legislativo, gerando como resultado a ineficiência da administração pública;

25- A falência do sistema de saúde pública em todos os níveis. Temos mais aparelhos de telefonia celular do que cidadãos com acesso ao saneamento básico. Saúde também se traduz por produção e produtividade;

26- Forças Armadas que não podem cumprir suas missões constitucionais adequadamente porque estão falidas economicamente.

27- Os cidadãos pobres que não detêm a posse dos terrenos de suas moradias, embora paguem altos tributos indiretos;

28- Empresários pouco ousados (exceções), que confundem os caixas de suas empresas com suas carteiras de bolso, avessos aos riscos e incertezas inerentes ao capitalismo (lembrando que risco, não é sinônimo de aventureirismo ou ousadia é substituta para idiotice) e que pela manhã, tomam café em suas associações enquanto criticam os governos pelos gastos com os cidadãos mais pobres, com a Previdência Social e contra o Custo Brasil. À noite, participam de jantares em organismos públicos para pedirem verbas a juros subsidiados e proteções descabidas para uma economia moderna, agravando esse mesmo Custo Brasil  que são, em tese, contrários e, tecendo loas aos mesmos governos que criticavam pela manhã;

29- Partidos políticos caricatos e nada representativos do povo;

30- A indústria da seca no Nordeste, que ainda existe;

31- A insuficiência das navegações de cabotagem e fluvial e a consequente falta de transporte multimodal. O sucateamento da indústria naval;


Mesmo assim, o Brasil tem condições de superar qualquer crise, pois apresenta alguns elementos indispensáveis ao crescimento econômico: 

a- Mercado interno, com potencial para ser um dos maiores do mundo, feita distribuição de renda mais equitativa;

b- Financiamento do crescimento: contamos com reservas monetárias nacionais e internacionais;

c- Termos uma das principais e melhores matrizes energéticas do mundo;

d- Um País em que quase tudo precisa ser feito ou refeito;

e-  Um povo ordeiro e trabalhador. 

O mundo da economia e negócios é formado por conflitos de interesses (e muitas vaidades) e naturalmente não pode ser separado da estrutura social, daí a necessidade de conhecermos a História Econômica dos povos e a nossa própria. "Não fale em crise, trabalhe!"

 

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