O desenvolvimento tecnológico, o crescimento das corporações e a complexidade do ambiente econômico têm dificultado esse conhecimento e conseqüentemente gestão dos negócios. A conseqüência natural deste processo é a necessidade, cada vez maior, de informações que auxiliem os gestores nas tomadas de decisões.
Nesse cenário, a utilização da contabilidade como instrumento gerencial, caracterizando-se por registrar todas as transações da corporação, constitui-se em um grande banco de dados. Esses dados, são matérias-primas da informação; portanto, não basta possuí-los, é necessário que eles sejam tratados de forma estrutura tecnicamente para que gerem informações úteis e representem um instrumento gerencial no processo decisório corporativo.
Atualmente, observamos na maioria das corporações, que em razão, principalmente dos potenciais índices de carga tributária / fiscal, são criados complexos mecanismos de redução dessa carga que podem distorcer a engenharia contábil desenhada no banco de dados da informação contábil, podendo inclusive ocasionar perdas financeiras, relevantes. As demonstrações financeiras legais tornaram-se difíceis de entendimento e de pouca utilidade, o que leva a contabilidade a ter uma imagem de um setor que existe somente para o atendimento do fisco, ficando relegado a segundo plano na gestão dos negócios. Cabe a nós contadores, o desafio de reverter esta situação, pois a ciência contábil possui tecnologia que, com criatividade, talento e garra, pode contribuir com o corpo gerencial da organização. Temos certeza de que não se pode fazer uma boa gestão sem utilizar a contabilidade. Esta, porém tem que ser ágil, flexível , direcionada, à gerencia do negócio.
Um aspecto fundamental é definir quem utiliza o produto da contabilidade. Esta não se dirige apenas ao fisco ou a bancos e fornecedores. O entendimento do negócio e o conhecimento da necessidade do usuário da informação contábil são fatores básicos para que os dados sejam trabalhados corretamente e a mensagem, assimilada. Os principais usuários da contabilidade são os executivos de todos os segmentos da organização, variando a forma de apresentação e o grau de refinamento que o dado sofre.
As informações para a alta administração devem receber alto grau de refinamento, sendo apresentadas de forma resumida e objetiva, evidenciando os grandes números. Para a gerencia intermediária, os dados também devem ter alto grau de refinamento.
A contabilidade para vender o seu produto e valorizar-se, deve organizar-se de modo que mantenha um processo contínuo de comunicação com seus usuários, em última análise, seus clientes, buscando perceber seus anseios e necessidades para para que possa ser um instrumento gerencial eficaz.
Douglas B Rodrigues
MBA - Contador, Administrador de Empresas, Coordenador do MBA em Auditoria e
Controladoria - Universidade Castelo Branco, Professor Palestrante da UGF -
Universidade Gama Filho e IBMEC - Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais e
Especialista em Gestão de Riscos Corporativos e Auditoria de Processos.