Embora as microfranquias tenham crescido 22% em faturamento entre 2011 e 2012, contra 16,2% de expansão das franquias tradicionais, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), a taxa de desistência delas é mais que o dobro das grandes redes.
Enquanto 5% das franquias quebram, nas microfranquias essa porcentagem sobe para 12%, informou Ricardo Camargo, diretor executivo da ABF, em coletiva durante a abertura da ABF Franchising Expo 2013, um dos maiores eventos do setor do mundo, que teve início nesta quarta-feira (12) no Expo Center Norte, na Vila Guilherme, São Paulo. “Algumas franquias desapareceram porque foram abertas simplesmente a partir de uma ideia”, explicou.
Diante de um nível tão alto de mortalidade, a ABF afirma ter acirrado o processo de admissão de novas marcas à associação. “Criamos neste ano um comitê de microfranquias composto por 30 empresas. Para fazer parte da ABF, exigimos que elas atuem como uma franquia normal”, detalhou ele.
Atentas a essa realidade nada otimista, as redes estão investindo em qualificação e parceria com grandes bancos para “salvar” as unidades em estado de emergência.
No Grupo Multi, holding de ensino de idiomas e educação profissionalizante, dona da microfranquia de reforço escolar Smartz, quando uma unidade apresenta resultados negativos sucessivos, a franqueadora faz um diagnóstico do problema e implementa ações, como marketing e parcerias com instituições bancárias públicas e privadas.
“Já chegamos a colocar uma microfranquia dentro de uma rede maior, como Yázigi, Skill e Wizard, para salvar o negócio. No último caso, repassamos a unidade para outros franqueados”, disse Arno Krug Júnior, diretor de expansão do grupo Multi.
Para evitar a mortalidade dos franqueados, a Ensina Mais, rede de educação do grupo Prepara Cursos, realiza uma consultoria constante com as unidades. Caso perceba que algo está errado, a franqueadora chama o empresário e os profissionais da rede para cursos de qualificação e reciclagem.
“Nossa palavra de ordem é acompanhamento, principalmente quando o caso envolve uma microfranquia nos primeiros anos de vida. Assim, conseguimos tomar as medidas necessárias a tempo para evitar o fechamento do negócio”, destacou Cesar Lucchesi, master franqueado do grupo.
Com a falta de mão de obra na área de construção civil, a rede Doutor Resolve sentiu dificuldades para expandir a marca pelo País. A solução, então, foi criar uma rede de ensino profissionalizante para qualificar profissionais para as próprias franquias da marca.
“Criamos em dezembro de 2011 o Instituto da Construção, que hoje conta com 60 franqueados e mais de 10 mil alunos pelo País”, contabilizou David Pinto, presidente do grupo. A rede, contudo, tem investimento inicial a partir de R$ 250 mil e não opera no formato microfranquia.
Segundo o empresário, a iniciativa ajudou a reduzir o índice de mortalidade das franquias Doutor Resolve de 7% em 2011, para 5% em 2012. “Temos o diferencial de poder abastecer nossos próprios franqueados com mão de obra qualificada sem custo de agenciamento.”
Fonte: IG E conomia