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Oi e Portugal Telecom assinam acordo para fusão

Operação criará a CorpCo, uma multinacional com cerca de 100 milhões de clientes e permitirá captura de sinergias de cerca de 5,5 bilhões de reais.

02/10/2013 11:12

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Oi e Portugal Telecom assinam acordo para fusão

A Oi e a Portugal Telecom, uma das principais acionistas da operadora brasileira, anunciaram nesta quarta-feira acordo preliminar para uma fusão de suas operações que prevê um aumento de capital de pelo menos 7 bilhões de reais na Oi.

A operação criará a CorpCo, uma multinacional com cerca de 100 milhões de clientes e permitirá captura de sinergias de cerca de 5,5 bilhões de reais, afirmaram os grupos.

Além disso, a transação simplificará a complexa estrutura societária atual das duas empresas de modo que a CorpCo não terá acionista ou grupo de investidores vinculados que detenham a maioria das ações votantes da companhia.

O acordo acontece pouco tempo depois de a Oi ter feito grande corte em sua política de dividendos, pressionada por uma dívida líquida de quase 30 bilhões de reais e necessidade de acelerar investimentos no país.

O mercado especulava há meses sobre a união das duas companhias, em apostas que foram reforçadas a partir de junho quando o executivo Zeinal Bava deixou o comando da Portugal Telecom para liderar a Oi.

A operação também é anunciada cerca de uma semana depois que a espanhola Telefónica fechou acordo com os principais acionistas da holding controladora da Telecom Italia para aumentar participação no grupo. No Brasil, a Telefónica controla a Vivo e a Telecom Italia detém a TIM, rivais da Oi.

O presidente da Oi, Zeinal Bava, ex-presidente da Portugal Telecom, afirmou que a previsão de sinergias a serem geradas com a união das empresas é "conservadora" e que está confiante que a CorpCo terá fluxo de caixa livre e reduzirá endividamento.

"A ambição é estar entre os maiores players globais, assumindo uma vocação multinacional (...)", disse Bava, em declarações escritas enviadas à Reuters. As ações da Portugal Telecom disparavam mais de 13 por cento após o anúncio do acordo.

"Entre os pontos positivos, resolve problema de aumento de capital que teria que fazer a Telemar no ano que vem", afirmou o analista Guido dos Santos, analista do português Caixa Banco de Investimento. "Acho que quem perde é Portugal, já que a nova empresa vai ser brasileira, mas isso faz sentido, o mercado lá é enorme, com maior potencial de crescimento", acrescentou.

Já o analista do BPI, Pedro Oliveira, não mostrou estar convencido sobre a fusão já que não resolve o problema da alavancagem da companhia.

"A nova empresa terá um índice de alavancagem financeira de 3,3 vezes, o que é muito alto para o setor e com perspectivas de aumentar já que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no segundo semestre (2013) no Brasil e Portugal deverá continuar sob pressão", disse Oliveira.

AUMENTO DE CAPITAL

Segundo os termos do acordo, além da incorporação da Portugal Telecom, haverá um aumento de capital mínimo da Oi de 7 bilhões de reais, "com objetivo de alcançar 8 bilhões de reais, em dinheiro, com vistas a melhorar a flexibilidade do balanço da CorpCo".

As companhias afirmaram que os atuais acionistas da TelPart (Telemar Participações) e um veículo de investimento administrado e gerido pelo BTG Pactual, participarão da operação de aumento de capital com subscrição de cerca de 2 bilhões de reais.

A CorpCo terá ações listadas no segmento Novo Mercado da BM&FBovespa, na bolsa de Nova York e na NYSE Euronext Lisbon. A Oi será uma subsidiária integral da CorpCo, que vai incorporar a Portugal Telecom.

Cada ação ordinária da Oi será substituída por 1 ação ordinária da CorpCo. No caso dos papéis preferenciais, cada 1,0857 ação preferencial da Oi será substituída por 1 ação ordinária da CorpCo.

Ao final do processo, acionistas da Portugal Telecom terão 38,1 por cento da CorpCo.


Alberto Alerigi Jr. e Sérgio Gonçalves

Fonte: Reuters

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