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Mensalidade escolar sobe até 12%, o dobro da inflação

Levantamento de Zero Hora em 10 colégios particulares aponta elevação média de 8,73%, enquanto em 10 universidades gaúchas reajuste ficou em 6,69%, diante da inflação de 5,91% em 2013

28/01/2014 10:22:18

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Mensalidade escolar sobe até 12%, o dobro da inflação

Prepare o bolso para mais uma conta bem salgada. Levantamento feito por ZH com os 10 colégios particulares do Estado com maior número de alunos aponta reajuste médio das mensalidades de até 8,73%.

O percentual reflete os 8,5% sugeridos  pelo Sindicato do Ensino Privado (Sinepe-RS). Entre as 10 universidades pesquisadas, o aumento será um pouco menor, 6,69%, mas também supera a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013, que foi de 5,91%.

O índice de 8,5% foi apresentado em novembro pelo Sinepe, como prévia, a partir de consulta com cem educandários. Na verificação de ZH feita ontem com amostragem de 10 escolas, houve oscilações para mais ou menos, chegando ao máximo de 12% de aumento. O vice-presidente do Sinepe, Osvino Toillier, informa que, conforme sondagem nas oito regionais do Sinepe para conferir os reajustes definidos no final do ano, a média foi de 8,5%.

Para justificar a alta muito acima da inflação, o vice-presidente afirou que as escolas são surpreendidas por gastos imprevistos, assim como as pessoas. Toillier exemplifica que a decisão de instalar climatizadores de ar numa escola ou ampliar o prédio repercutem no preço da mensalidade.

– Não se tem como parâmetro o limitador da inflação – admite.

Nos últimos cinco anos, a alta acumulada das mensalidades ultrapassa a inflação em cerca de 10 pontos percentuais. O coordenador do escritório do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) na Capital, Marcio Mendes da Silva, detalha que no ano passado os custos do Ensino Médio acumularam aumento de 9,30%.

– Sempre tem algum curso reajustando acima da inflação – avisa Mendes da Silva, citando que a vilã do momento é a mensalidade da creche, que subiu 7,78% nos últimos 30 dias fechados em 22 de janeiro, período em que se cobra a nova mensalidade.

Para encarar altas tão pronunciadas, educadores financeiros recomendam organizar o orçamento doméstico. Além de planejar gastos e aumentos esperados – no mesmo padrão da inflação –, Sérgio Rangel, da Mirador Atuarial, recomenda fazer uma reserva para imprevistos.

– Os poucos que se planejam não pensam nessa variável, o imprevisto – alerta Rangel.

Cada instituição tem a sua planilha de cálculo da mensalidade. O índice final depende de custos e investimentos

Despesas fixas
Prédio próprio (depreciação do imóvel) ou alugado
Salário de professores (reajuste de 7,62% em 2013) e outros trabalhadores
Conta de luz, água, telefonia e internet

Despesas variáveis
Compra de equipamentos (computador, TV, áudio, tablets, lousa eletrônica, e-book) e material esportivo
Melhoria nas salas de aula e áreas de convivência (jardim, bar, sala de estar e de jogos)
Obras como climatização do prédio ou instalação de câmeras de segurança
Ampliação do prédio ou construção de mais quadras esportivas
Investimentos em biblioteca e laboratórios

Dicas às famílias
Os educadores financeiros Sérgio Rangel e Wilson Marchionatti dão sugestões sobre como lidar com a alta da mensalidade escolar

Gastos com educação têm avançado mais do que a média da inflação nos últimos anos e, por enquanto, não há expectativa de que essa situação vá se alterar. Com isso, o item deverá aumentar de peso no orçamento doméstico. Ou seja, mesmo que seja mantido o nível educacional, o comprometimento da renda com ensino tende a ser maior.

Não convém reduzir os gastos com educação. Encare como um investimento, porque a instrução é capaz de garantir melhores empregos no futuro.

Se for necessário cortar despesas, melhor que seja em outros itens. Em Porto Alegre, por exemplo, as pessoas gastam mais com salão de beleza ou gasolina para o carro do que no pagamento de uma faculdade. É preciso definir prioridades e enxugar os gastos menos essenciais.

Reflita que a educação de um filho vai desde a pré-escola até o Ensino Superior, podendo chegar à pós-graduação. Há famílias que costumam abrir uma poupança assim que a criança nasce.

Organize suas contas. Algumas despesas são rotineiras: IPTU, IPVA, seguros, remédios, plano de saúde, matrícula, mensalidade e material escolar. Evite contrair empréstimos e ficar à mercê dos juros estratosféricos do cartão de crédito e do cheque especial.

Comece desde já a se prevenir para as futuras despesas com a educação dos filhos. Os cursos não formais (ensino de língua estrangeira, informática, artes, por exemplo) subiram, em média, 14% no ano passado.

Entre os diferentes níveis de ensino, o que mais pesa no orçamento familiar é o superior. Em 2013, conforme a FGV, os cursos de pós-graduação tiveram reajustes de 9,76% frente ao ano anterior.

Fonte: ZERO HORA

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