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Previdência busca avanço

A declaração de Imposto de Renda é um incentivo importante para a venda de planos de previdência.

15/04/2014 10:29:39

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Previdência busca avanço

A declaração de Imposto de Renda é um incentivo importante para a venda de planos de previdência. Tanto é que bancos e seguradoras contabilizam maior movimentação em duas épocas do ano: entre março e maio - período da entrega da declaração do IR. quando as pessoas estão mais atentas a informações sobre benefícios - e no último bimestre. Entre novembro e dezembro há uma espécie de corrida daqueles que querem adquirir um produto previdenciário ou fazer aportes adicionais em planos já feitos. Nessa época, as pessoas recebem bonificações como o décimo terceiro salário, e há cada vez mais gente pensando em usar a previdência como recurso para economia de longo prazo.

"Em outubro também há apelo para a venda porque é o mês das crianças, quando os pais pensam em planos para garantir educação dos filhos", diz Lucio de Oliveira, presidente da Bradesco Vida e Previdência. O mercado capta 30% do total anual que arrecada em previdência nos últimos três meses de cada ano.

Em 2013, os bancos e seguradoras captaram R$ 73,7 bilhões, alta de 4,5% sobre 2012. Para este ano, a expectativa é que o volume cresça 10%, segundo Osvaldo Nascimento, presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). À medida que a renda do brasileiro aumenta, ele busca conhecer as opções para poupar e garantir o futuro. E quanto mais se informa, maior é a compreensão sobre produtos e funcionamento das aplicações de longo prazo. Essa é parte da explicação para a alta de 5% em planos PGBL em 2013, que teve captação de R$ 7,8 bilhões. O maior volume, de R$ 62 bilhões, ainda está na opção Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).

A principal diferença entre os dois é a vantagem fiscal. O PGBL permite economia de imposto para quem faz declaração completa de IR. Quem destina até 12% de sua renda anual tributável para um plano desses vai pagar menos imposto no presente. É como se o governo federal "emprestasse" a taxa que recolheria sobre esse montante de até 12% da renda bruta para que a pessoa engorde seu saldo previdenciário. É uma forma de aumentar a base sujeita a rendimentos, o que se torna vantajoso. "O detalhe é que a legislação traz diferimento e não isenção", reforça Mauro Guadagnoli, superintendente comercial da Brasilprev.

Isso quer dizer que há apenas um adiamento do pagamento do imposto. Essa conta será acertada na hora do resgate sobre o valor acumulado - ou seja, o tributo será pago sobre a soma resultante de base e rendimentos do período em que o dinheiro ficou aplicado. Mesmo que a fatia do PGBL nesse mercado seja pequena em comparação ao VGBL, há bastante espaço para crescimento da venda desse produto, diz Cláudio Sanches, diretor de produtos de investimentos em previdência do Itaú Unibanco. Segundo o executivo, cerca de 40% das declarações de IR entregues em 2013 foram feitas no modelo completo. "Falta educação financeira e muitas pessoas que podem optar pela declaração completa ainda desconhecem benefícios", diz Sanches. Por isso o banco tem feito abordagens a clientes com o perfil disponibilizando assessoria de investimentos.

Foi com ajuda de consultoria que o executivo Valdeci Ruiz fez aporte adicional no ano passado em seu plano PGBL e conseguiu, pela primeira vez depois de dez anos aplicando em previdência, alcançar o teto dos 12% para aproveitar ao máximo o benefício. "A ideia da estratégia é reaplicar o volume a mais que conseguir economizar de imposto no próprio plano. Pelas minhas contas, vou recuperar um valor que me permitirá alcançar de novo os 12% no próximo exercício e assim será sucessivamente", diz. Além do PGBL, Ruiz também aposta num VGBL. Ambos foram feitos em seguradoras diferentes, seguindo a regra básica de investimentos de não deixar todos os ovos no mesmo cesto.

Já a opção VGBL serve para quem opta pela declaração simples do IR, é isento ou então já abate o limite dos 12% no PGBL e quer ter outro plano para complementar a renda. Nesse caso não há dedução de imposto, mas a vantagem está no futuro: no momento do resgate, o tributo vai incidir apenas sobre o valor dos rendimentos. Luiz Barsotti, vice-presidente comercial de Vida e Previdência da Zurich Seguros, sugere que as pessoas apostem em duas opções se puderem. "Mesmo que alguém já tenha um plano de previdência na empresa onde trabalha, é interessante que também aposte em um produto individual", diz Barsotti. Reflexo do crescimento da renda, o individual ainda representa a maior fatia do mercado brasileiro.

Segundo Sérgio Prates, superintendente de produtos de previdência da Icatu Seguros, no caso de optar por fazer mesmo um plano complementar, a recomendação é consultar corretores especializados para descobrir qual é a opção mais interessante. Isso porque a alternativa mais adequada irá variar conforme o perfil fiscal, idade e tempo até o resgate, quantas fontes de renda a pessoa pretende ter no futuro, entre outros.

Fonte: Valor Economico

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