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Alunos aprendem contabilidade em município fictício

Pesquisa mostrou que o uso de games em sala de aula aumenta desempenho dos estudantes; veja lista de jogos que podem auxiliar no processo de aprendizagem

09/06/2014 09:34

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Alunos aprendem contabilidade em município fictício

Uma cidade nas mãos de alunos do quinto semestre de Contabilidade Governamental. Por sorte, o lugar é virtual. Mas o aprendizado foi real para essa turma da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que deveria gerir e impedir a falência de um município fictício, criado no jogo eletrônico SimCity, que simula situações e preocupações reais de prefeitos e secretários de planejamento.

A ideia surgiu quando o professor da disciplina, Marcos Roberto Pinto, analisou os resultados da avaliação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que mostrou que apenas 3,5% dos cursos de graduação de Ciências Contábeis brasileiros obtiveram nota cinco, pontuação máxima, no teste.

Orientada por Edgard Cornacchione, a iniciativa foi o projeto de doutorado do professor e demonstrou que o uso desse tipo de ferramenta pode aumentar os níveis de motivação e aprendizado dos alunos. “Trabalhamos com duas turmas, a experimental, que fazia uso do SimCity, e a de controle, que tinha aulas tradicionais, mais expositivas. Do pré-teste ao teste final, foi observado que a primeira classe obteve crescimento de 210%, enquanto a segunda, de 34%”, diz Pinto.

Ele lembra que a escolha do jogo seguiu critérios educacionais que possibilitassem uma experimentação ativa e concreta de acesso ao conhecimento teórico estudado em sala de aula. Foi decisivo o fato de o game apresentar a complexidade da administração pública, como o registro contábil, de investimentos patrimonial e financeiro, metas e objetivos definidos, somados aos recursos audiovisuais.

Diferentemente das ferramentas didáticas aplicadas em sala de aula, SimCity é comercial, e segundo o professor de Psicologia de Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Luciano Meira, esse pode ser um dos fatores que fez seu uso apresentar bons resultados. “Geralmente, os jogos didáticos têm mais conteúdo e eles não exploram fatores importantes no aprendizado que são o engajamento e a adesão, a interatividade e liberdade de criação para os problemas propostos”, afirma.

“Contudo, é possível perceber que alguns tentam aproximar-se dos comerciais, tornando-se mais divertidos e sedutores, mas até mesmo esse tipo de game, se for engessado pela escola, pode ficar chato”, observa a professora e coordenadora do Grupo de Pesquisa Comunidades Virtuais da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Lynn Alves. Meira propõe a reconfiguração do arranjo social da escola e ressalta que o professor não pode ser pensado como aquele que transfere o conhecimento, mas como um organizador de ideias.
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Muitas escolas não apresentam condições estruturais para fazer uso desse tipo de ferramenta devido à ausência de laboratórios de informática ou à baixa potência dos computadores disponibilizados, entretanto Alves faz uma ressalva. “A questão da infraestrutura não é central nessa discussão, o importante é criar espaços diferenciados em sala de aula, de debate e conversa. Pensar, por exemplo, questões de representação de gênero, econômicas e históricas a partir das narrativas propostas pelos jogos.”

Veja outros games que podem auxiliar no processo de aprendizagem

Com a ajuda dos pesquisadores entrevistados, fizemos uma lista de jogos que também podem ser usados como ferramentas de ensino. Os três primeiros games são comerciais, os demais foram produzidos pelo Grupo de Pesquisa Comunidades Virtuais da Uneb e podem ser acessados gratuitamente no link http://comunidadesvirtuais.pro.br

Age of Empires – Apresenta os eventos da Idade da Pedra e do período Clássico, na Europa e na Ásia e, segundo os pesquisadores, possibilita que os jogadores entendam as dinâmicas relacionadas ao desenvolvimento e compreensão da História.

Civilization 2 e 3 – Trabalha as relações políticas pacifistas e bélicas e o impacto dessas atitudes na sociedade.

Tribal Wars – Ambientado na Idade Média, o jogo pode ser usado no aprendizado de geometria, história e geografia.

2 de Julho – Tower Defense - Mostra a importância do 2 de Julho para a emancipação do Brasil; a data é conhecida como Independência da Bahia. A resistência organizada pelos defensores da independência e o apoio das tropas lideradas pelo militar britânico, Thomas Cochrane, derrotaram os que eram fiéis a Portugal.

In Situ - Aqui o jogador conhece as funções das estruturas celulares e aprende mais sobre o sistema imunológico humano ao controlar as células de defesa do organismo defendendo o corpo de ataques virais e bacterianos.

Brasil 2014 - O jogador precisa solucionar os problemas da cidade de Salvador a fim de realizar os jogos da Copa do Mundo em 2014. Para tanto é preciso administrar recursos financeiros, mantendo estáveis as variáveis de saúde, educação e segurança.

Fonte: Terra 

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