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Retrocesso em reajuste no seguro-desemprego seria sinal negativo, diz Credit Suisse

Se o governo federal voltar atrás nas medidas de ajuste do seguro-desemprego anunciadas recentemente estará dando um sinal negativo para o mercado

28/01/2015 09:17:11

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Retrocesso em reajuste no seguro-desemprego seria sinal negativo, diz Credit Suisse

Retrocesso em reajuste no seguro-desemprego seria sinal negativo, diz Credit Suisse

SÃO PAULO, 27 Jan (Reuters) - Se o governo federal voltar atrás nas medidas de ajuste do seguro-desemprego anunciadas recentemente estará dando um sinal negativo para o mercado, em um momento em que tenta retomar a confiança com medidas de ajuste fiscal, disse nesta terça-feira o presidente-executivo do Credit Suisse no Brasil, José Olympio Pereira.

A declaração vem após o jornal "Folha de S.Paulo" ter publicado nesta terça-feira que o governo já considera rever parte das mudanças no benefício, devido à pressão de sindicatos. Na virada do ano, o governo anunciou restrições ao seguro-desemprego, abono-salarial e pensão com morte, em parte para melhorar suas contas fiscais.

"Um retrocesso nessas medidas mandaria um sinal extremamente negativo ao mercado", disse Pereira a jornalistas durante evento anual do banco com clientes.

Na primeira reunião ministerial de seu segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que as mudanças anunciadas no seguro-desemprego, pensão por morte, entre outras, têm caráter corretivo e que se adaptam às novas condições socioeconômicas do país, mas negou que têm caráter fiscal. 

Os números fiscais consolidados do setor público de 2014 serão divulgados na sexta-feira. Pesquisa Reuters aponta para o primeiro deficit primário anual em dez anos, de R$ 8 bilhões.

Inflação, PIB e racionamento

Para a equipe de economistas do Credit Suisse, as medidas anunciadas recentemente nos âmbitos fiscal e monetário são insuficientes para que o Brasil volte a ter inflação perto da meta anual de 4,5% nos próximos anos.

O banco prevê para 2015 uma inflação superior a 7%, recuando para a faixa dos 6% em 2016. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse no começo do ano que a inflação anual deve cair para 4,5 por cento no fim do ano que vem. 

Para o economista-chefe do Credit Suisse, Nilson Teixeira, para alcançar esse objetivo, o BC precisaria elevar a Selic acima de 13% ao ano.

Na semana passada, o BC elevou a taxa básica em 0,5 ponto, para 12,25% ao ano, maior nível desde setembro de 2011, dentro dos esforços para conter a inflação.

Para Teixeira, o cenário de inflação pode ainda piorar, caso o país passe por um racionamento de energia e desvalorização adicional do câmbio.

Segundo a equipe de pesquisa do Credit, seus modelos internos apontam que a chance de racionamento de eletricidade no país subiu de 20% para 43% em pouco mais de um mês. Para o banco, cada 10% de redução forçada do consumo no país teria impacto negativo de 1 ponto percentual no PIB.

No cenário-base, o Credit Suisse prevê retração de 0,5% da economia brasileira neste ano. 

Segundo Teixeira, por outro lado, a pressão inflacionária pode diminuir se a Petrobras reduzir o preço dos combustíveis até o fim do ano, hipótese que o banco considera possível.

Fonte: UOL Economia

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