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Quais MPEs são importantes?

O que falta às micro e pequenas empresas é um ambiente legal, regulatório e tributário) que lhes seja menos hostil

17/02/2016 07:51

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Quais MPEs são importantes?

As Micro e Pequenas Empresas (MPEs) são importantes para qualquer economia e isso se dá por vários motivos:

*São excelentes empregadoras e geradoras de empregos;
*Ao empregarem, ajudam a tirar o fardo que recai sobre os ombros do estado;
*São importante ferramenta para redução dos níveis de pobreza;
*Essenciais ao crescimento econômico;
*São mais ágeis que as empresas de maior porte;
*Têm notoriedade em todo território nacional;
*Podem ser excelentes desenvolvedoras de tecnologia e, potencialmente, podem ajudar o Brasil a mudar o atual paradigma e deixar de ser uma economia que basicamente só exporta commodities.

As MPEs fazem tudo isso e, ao mesmo tempo, permitem que empreendedores e empregados trabalhem, adquiram habilidades e obtenham renda para sustentar a si e às suas famílias.

Por serem muito comuns, dão oportunidade para grande parcela da população. Quando uma MPE acolhe um trabalhador, o estado terá uma pessoa a menos para sustentar.

Infelizmente, tal visão vem sendo contestada ultimamente. Aparentemente, nem todas as MPEs seriam excelentes criadoras de empregos e a remuneração média seria baixa.

Ademais, a maioria dos empregos gerados seriam perdidos dentro de até cinco anos, normalmente em decorrência do fechamento ou da falência do empregador.

Além disso, segundo tal visão, a maioria das pessoas que resolve empreender parece estar mais preocupada com a sua própria liberdade – o sentimento de que trabalha para si e não para os outros – do que propriamente dinheiro.

Por isso, não possuiriam planos para crescer, aumentar faturamento e receitas e gerar mais empregos. A maioria das MPEs não seria composta de negócios realmente inovadores, o que raramente levaria o Brasil a ser uma economia exportadora de tecnologia. Por fim, os melhores geradores de empregos somente seriam as empresas inovadoras e de alto crescimento.

Mas tal pensamento deve ser questionado e analisado com calma. Mesmo que boa parte disso seja verdade, será que as MPEs não possuem mérito?

A resposta somente poder ser uma e direta: sim, possuem muito mérito! O fato de alguns empreendedores não terem vontade de trabalhar para outra pessoa traz em si algum demérito?

O que seria melhor, uma MPE que ficou aberta por algum tempo (gerando empregos e pagando salários) e fechou, ou uma ideia que nunca saiu do papel e nunca gerou um emprego sequer?

Ter remuneração abaixo da média daquela recebida em empresas maiores é pior ou melhor que não ter qualquer remuneração? A falta de intenção de crescer é um problema em si?

Toda MPE deve necessariamente ser inovadora? O mérito somente existe na inovação, ou na melhoria do conforto e do padrão de vida das pessoas?

Alguns exemplos deixam claro que todas as MPEs são importantes, independentemente da intenção de crescer, de ser inovadora e dos níveis de faturamento ou dos salários pagos.

Vejamos. A retomada do crescimento econômico após a crise de 2007-2008 no Reino Unido e em outros países teve como um dos principais fatores o aumento do número de MPEs.

Ademais, programas de microempréstimos são excelentes para fazer surgir toda uma classe de microempreendedores que, sem o financiamento, seriam pessoas que viveriam abaixo da linha da pobreza e que raramente conseguiriam colocação profissional adequada.

Os benefícios sociais e econômicos obtidos em programas de microempréstimos são proporcionalmente muito mais elevados do que o custo financeiro. Por fim, empresas que surgem da vontade de tão ter de trabalhar para outra pessoa podem muito bem se tornarem inovadoras, com rápido crescimento e excelentes empregadoras.

As MPEs são, via de regra, intensivas em mão-de-obra. Isso representa dizer que raramente não geram empregos.

Além disso, ter alguma renda é sempre melhor do que não ter renda alguma, principalmente em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, em que as pessoas das classes mais baixas obtêm uma parcela maior da sua renda do trabalho prestado a terceiros.

O que falta às MPEs é um ambiente (legal, regulatório e tributário) que lhes seja menos hostil. A mentalidade do governo deveria ser menos arrecadadora e mais promotora do bem-estar da população por meio da criação de empregos e aumento da renda. Todas as MPEs são importantes e devem ser vistas de tal maneira.

Fonte: Diário do Comércio - SP

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