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Empresários começam a defender a pauta única para levar ao Congresso

Lideranças do empresariado nacional começam a defender a construção de uma pauta única junto ao Congresso, e assim deixar de lado os interesses setorizados, como eram propostos até o momento.

18/08/2016 09:04:41

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Empresários começam a defender a pauta única para levar ao Congresso

Lideranças do empresariado nacional começam a defender a construção de uma pauta única junto ao Congresso, e assim deixar de lado os interesses setorizados, como eram propostos até o momento.

“Todos pedem corte de gastos, mas, quando chegam em Brasília, cada um quer cortar despesa em uma área que não prejudique seu próprio negócio. Nós temos interesses completamente difusos e isso não convence o parlamento”, afirmou Luiz Felipe D’Ávila, presidente do Centro de Liderança Pública (CLP) e sócio fundador da Accion Microfinanças, na sede do Banco UBS ontem.

Para o empresário, pensar setorialmente enfraquece a articulação política do setor privado. Ele avalia que os diferentes conflitos de interesse entre os segmentos – situação que nomeia de “corporativismo” – são um entrave para a consolidação de um ambiente de negócios competitivo no Brasil.

Por esses motivos, D’Ávila afirma que está na hora de o empresariado mudar de comportamento. “Somos uma sociedade viciada em Estado. Aqui no Brasil, até os liberais são viciados em Estado”, opina D’Ávila, criticando a postura de associações empresariais que, na sua avaliação, apenas se mobilizam para reivindicar desonerações setoriais e medidas protecionistas aos governos.

“Vamos ter que tomar cuidado para não cair na armadilha do corporativismo após a finalização do processo de impeachment, quando serão discutidas as reformas trabalhista e previdenciária. Se não tivermos uma agenda única para atuar em cima do parlamento, vamos perder essa batalha para o corporativismo. E isso terá impactos dramáticos na retomada da economia”.

Duas das maiores desonerações tributárias implementadas pelo governo federal a partir de 2008 foram a redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e para a linha branca.

De acordo com o fisco federal, todas as desonerações tributárias concedidas entre 2008 e 2010 somaram R$ 43,5 bilhões. Já os benefícios concedidos a partir 2011, totalizam R$ 458 bilhões e vão até 2018.

“Na questão tributária eu diria que a reforma que precisa ser feita é a unificação do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços]. Se isso não ocorrer, a guerra fiscal entre os estados e a briga por subsídios não termina”, sinaliza o empresário.

Infraestrutura

Apesar de defender a reforma tributária, D’Ávila considera que, neste momento, a medida mais importante é a atração de investimentos. E o setor de infraestrutura, para ele, será chave para essa alavancagem.

“A infraestrutura gera emprego na base e mexe com toda a cadeia da indústria, inclusive com a da indústria de transformação. Isso é fundamental para atrair dinheiro”, analisa o empresário.

“Tem capital externo querendo vim para o Brasil, já que as taxas de juros em outros países estão negativas. Portanto, a simplificação de regras e a segurança jurídica nos contratos de infraestrutura serão fundamentais para organizar as regras do jogo”, complementa.

Já Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, considera que outra tarefa para os empresários é saber utilizar melhor as ferramentas de tecnologia. “Hoje, há 120 milhões de usuários de smartphones no Brasil. Isso é uma mudança dramática no engajamento do cidadão. E, nem sempre, as empresas entendem o que isso significa”, afirma Coelho.

“São 120 milhões de brasileiros te dando informações todos os dias sobre o que eles querem. Será que as empresas e as marcas estão presentes nesse momento?”, acresce.

Para ele, as companhias perdem muito tempo discutindo variáveis que fogem ao seu controle, como taxa de juros e inflação. Na avaliação dele, elas deveriam usar mais o seu tempo para desenvolver estratégias digitais, já que estas estão nas mãos dos executivos.

“As empresas fazem tanto esforço para fazer propaganda na mídia e se esquecem que as estratégias digitais são complementares à lógica física”, destaca o representante, acrescentando que o Google Brasil tem ajudado as companhias a interpretarem os dados das buscas dos 120 milhões de brasileiros na internet.

Cenário macro

O economista-chefe do UBS estima que a economia brasileira deve crescer 0,8% em 2017. Ele destaca que a retomada será lenta e que a redução dos aumentos reais de salário será um dos fatores que ajudará as empresas a recuperarem margem de lucro. Isso porque, com a retração dos salários, o custo unitário de bens e serviços recuou.

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Fonte: DCI 

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