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Economia

Produto personalizado é opção para queda de juros

Certificado de Operações Estruturadas, para quem pretende tomar risco e se proteger de mudanças no mercado, ganha fôlego com corte na Selic

11/10/2016 11:58:52

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Produto personalizado é opção para queda de juros

SÃO PAULO - Entre os produtos que podem se tornar mais atraentes com a queda dos juros e a retomada da economia, o Certificado de Operações Estruturadas (COE) é uma opção para quem deseja tomar algum risco e proteger o que foi investido contra perdas. Especialistas alertam, porém, que o investidor deve atentar à composição dos COEs, que é determinante para a rentabilidade da aplicação.

Produto que combina renda fixa e renda variável, um COE oferece parte do retorno obtido com investimentos mais arriscados, como em Bolsa ou câmbio, e dá a opção de blindar o capital. Com a Selic menor e a concretização das expectativas sobre a melhora da atividade, analistas esperam atratividade menor para investimentos em renda fixa, comoTesouro Direto, por exemplo, diante da possibilidade de retorno maior na renda variável. A vantagem do COE estaria na opção de evitar a perda do dinheiro aplicado. 

 Com a Selic menor e a concretização das expectativas sobre a melhora da atividade, analistas esperam atratividade menor para investimentos em renda fixa, como Tesouro Direto

  Com um estoque de R$ 9,4 bilhões até agosto – considerado pequeno diante do de aplicações como CDB, Letra de Crédito Agrícola (LCA) e Letra de Crédito Imobiliário (LCI) –, as emissões têm crescido em ritmo constante. A possibilidade de distribuição dos COEs por corretoras, antes vendidos apenas em bancos, contribuiu para esse avanço. 

Fábio Zenaro, superintendente de Produtos da Cetip, explica que há dois obstáculos para a disseminação do produto: “O nível de taxa de juros torna outras aplicações, como LCI e LCA, mais atraentes. O fato de o produto ainda ser desconhecido também é um entrave”, diz. Além disso, as populares Letras de Crédito são aplicações isentas de Imposto de Renda.  

Os COEs podem ser personalizados de acordo com o objetivo do investidor. No Santander, eles são construídos levando em conta a possibilidade de alta ou de queda do dólar. A aplicação mínima é de R$ 15 mil e o prazo é de seis meses. “Em julho, passamos a oferecer o produto para o segmento de renda entre R$ 3 mil e R$ 10 mil”, diz Simon Peled, superintendente de vendas da Tesouraria do banco.

Já no Bradesco, que também tem uma forte demanda relacionada ao câmbio, a aplicação mínima varia entre R$ 20 mil e R$ 50 mil e os prazos podem chegar a três anos. “No Brasil, o dólar é tido como medida de riqueza”, diz Paulo Eduardo Waack, diretor da Tesouraria do banco.

Devido à garantia do capital, oferecida em 94% dos COEs emitidos no mercado, há produtos com os ganhos limitados até certo patamar, como à variação de 1,5 vezes a alta do dólar ou à alta de 20% da Bolsa no período da aplicação. “Não há risco de perda, mas há o risco de não ganhar nada”, explica o chefe da área de Private Banking e Gestão de Recursos da XP Investimentos, Beny Podluby. 

Além disso, os COEs não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ou seja, se o banco emissor quebrar, o cliente perde o dinheiro investido.

Outro ponto que merece atenção é o fato de o investidor raramente conseguir liquidar um COE antes de seu vencimento, devido à baixa liquidez dessa aplicação. “Não recomendamos COEs para quem não tem conhecimento sobre o mercado financeiro devido à sua complexidade”, diz Luciano Tavares, diretor presidente da startup de investimentos Magnetis. 

Fonte: O Estadão

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