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Receita amplia controles sobre dados da repatriação

Desde o início do programa, há um temor dos contribuintes de serem surpreendidos com o vazamento da lista com os nomes das pessoas que fizeram a repatriação

08/12/2016 09:19:29

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Receita amplia controles sobre dados da repatriação

Receita amplia controles sobre dados da repatriação

Receita Federal resolveu ampliar os controles do sigilo bancário das informações prestadas pelos contribuintes que aderiram ao programa de repatriação de recursos não declarados ao exterior. 

Com o argumento de proteção do sigilo fiscal dos contribuintes, o Fisco brasileiro publicou nota técnica determinando que todos os documentos de arrecadação de receitas pagos pelas empresas e pessoas físicas que fizeram a regularização tenham o identificador do CPF e ou CNPJ alterado para o número de inscrição da própria Receita.

Desse forma, os nomes de quem repatriou o dinheiro enviado ilegalmente para o exterior não serão mais identificados na documentação de arrecadação. 

Desde o início do programa, no início do ano, há um temor dos contribuintes de serem surpreendidos com o vazamento da lista com os nomes das pessoas que fizeram a repatriação.

A decisão da Receita abriu mais uma frente de confronto entre os servidores com o comando do órgão. A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Unafisco) afirma que a medida vai dificultar o trabalho dos fiscais, principalmente de fiscalização da origem do dinheiro usado para o pagamento da regularização.

"É o sigilo do sigilo!", advertiu o presidente da Unafisco, Kléber Cabral.

Segundo ele, foi criada uma categoria especial de sigilo fiscal para os próprios auditores fiscais. A nota técnica centraliza em Brasília todas as informações do programa.

Pela norma baixada, as solicitações dos contribuintes para retificações nas declarações apresentadas terão que ser encaminhadas para a Coordenação-Geral de Arrecadação e Cobrança, em Brasília. Os pedidos de restituição também terão que ser enviados para a Coordenação Especial de Ressarcimento, compensação e Restituição.

Para o presidente da Unafisco, a norma é muito "estranha" porque a lei de repatriação já prevê o sigilo de informações, que têm que obrigatoriamente serem protegidas pelos servidores da Receita.

Procurada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, a Receita justificou que toda informação obtida pelo órgão, seja por meio de informação do contribuinte ou de terceiros, é submetida a uma classificação quanto ao grau de sigilo exigido legalmente.

Segundo a Receita, o sigilo fiscal sobre as informações contidas nas suas bases de dados obedece, de forma rigorosa, o que dispõe o Código Tributário Nacional (CTN). A Receita informou ainda que para a declaração da repatriação, por ser nova e peculiar, há a necessidade de construção e adequação de sistema que atenda "aos preceitos legais" quanto ao acesso às informações.

A Receita vive um ano de grande turbulência. Auditores ainda buscam no Congresso a aprovação de projeto que garante a criação de bônus atrelado à produtividade. O impasse em torno desse projeto tem levado a movimentos de paralisação que vêm afetando a arrecadação.

Projeto em tramitação no Congresso colocou também os auditores em estado de alerta. Eles alegam que a proposta põe sob ameaça prerrogativas dos auditores, que levará ao desmonte da Receita e atrapalhará as investigações, sobretudo da operação Lava Jato.

Fonte: Estadão

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