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Economia

Vale a pena ter uma aplicação automática no banco?

Você pode ganhar alguns centavos quando deixar o seu dinheiro parado na conta corrente, mas o banco precisa pedir a sua autorização para aplicar o dinheiro.

23/01/2017 16:44:03

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Vale a pena ter uma aplicação automática no banco?

São Paulo – Provavelmente você já foi procurado pelo banco para autorizar uma aplicação automática do dinheiro que você deixa depositado em sua conta corrente ou foi surpreendido por um sinal negativo do valor que deixou parado por causa de uma autorização que você mesmo deu e estava prevista no contrato, mas passou despercebida quando abriu a conta.

O argumento geralmente utilizado pelas instituições financeiras é de que a aplicação é um passo inicial para que o cliente comece a poupar e investir. Mas, afinal, vale a pena autorizar que o banco aplique o dinheiro que fica parado na sua conta em troca de uma remuneração?

Saber quanto o banco vai te pagar por aplicar esses recursos pode auxiliar na resposta. Em uma dessas aplicações, se você deixar o dinheiro parado por até 29 dias pode receber 2% da taxa DI, usada como referência para investimentos conservadores.

Como muitas pessoas costumam deixar o dinheiro parado por um tempo bem menor, até mesmo algumas horas, a fração do rendimento será, portanto, muito pequena.

“Nunca vi rendimento de aplicações automáticas que passe de centavos. Dificilmente alguém vai deixar um montante significativo na conta corrente parado se não tiver utilização no curto prazo. Para quem tiver, vale mais a pena buscar aplicações que dão um retorno maior”, diz Ione Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC).

Para ganhar 100% da taxa DI em uma aplicação automática, você pode ter de deixar o dinheiro parado na conta por quase dois anos. Esse dinheiro aplicado pelo mesmo prazo em outras aplicações, como Certificados de Depósito Bancários (CDB) de bancos médios, pode render mais.

É preciso considerar também que manter o dinheiro parado na conta corrente por um período longo é mais difícil do que aplicá-lo em algum produto, especialmente se você não tem disciplina financeira e não resiste a gastar o dinheirinho a mais se sobrar no fim do mês.

Ione, do IDEC, também cita que investir recursos por conta própria permite saber exatamente no que você está investindo e como está sendo distribuído o rendimento. “Na aplicação automática, informações sobre taxas que incidem na operação podem não ser são tão claras. Fora que fica o no ar o questionamento sobre qual o porcentual do rendimento que fica com o banco”.

Geralmente o banco irá investir os valores em títulos de renda fixa, mais conservadores. “O risco nessas operações precisa ser calculado, ainda mais se o consumidor não autorizou a aplicação de forma expressa”.

Pode ser melhor do que nada ter alguns centavos a mais na conta, mas quem ganha mais com as aplicações automáticas, naturalmente, é o banco.

“Como as regras do Banco Central exigem que a instituição financeira comprometa boa parte do que recebe em determinadas operações, as aplicações automáticas são uma maneira do banco obter mais dinheiro para aplicar. Alguns centavos podem não mudar a vida do cliente, mas, em grande escala, são lucrativos para o banco”, diz Ione.

Quais os seus direitos

O banco não pode pedir autorização do cliente para aplicações automáticas do dinheiro parado na conta corrente nas entrelinhas de um contrato, de acordo com Ione. “A prática pode ser considerada abusiva. É necessário que o pedido de autorização seja claro, em um contrato separado”.

O contrato deve informar o cliente qual o risco da aplicação e em qual tipo de ativo os recursos serão investidos. A instituição financeira também deve informar ao cliente que ele poderá movimentar os recursos a qualquer momento. Nesse caso, a retirada do dinheiro da aplicação será automática, seguindo os valores mínimos previstos em contrato.

Caso a autorização e os termos do contrato não sejam claros, o cliente pode pensar que retiraram dinheiro da sua conta, o que pode render ações na Justiça por danos morais, de acordo com Ione.

Fonte: Exame.com

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