O negócio de sua empresa segue de vento em popa e você consegue atrair clientes, fidelizá-los e vender bastante. Mas saiba que um faturamento promissor nem sempre é sinônimo de uma vida financeira saudável. É aí que entra o CMV, ou Custo de Mercadorias Vendidas, um cálculo infalível que mensura a lucratividade real.
A intenção aqui não é surpreendê-lo com um banho de água fria. A intenção é conscientizá-lo de que é importante aplicar o CMV para conhecer o ganho exato. Afinal, você saberia dizer o valor dos produtos de sua empresa sobre o lucro recebido?
Então, confira neste artigo todos os detalhes e por que este indicador é uma ferramenta decisiva para otimizar a contabilidade empresarial.
Entenda o que é o CMV
Infelizmente, o engano de lucrar menos do que imagina acomete muitos empreendedores. Principalmente os que não possuem um departamento de contabilidade ou têm pouca familiaridade com o tema.
Acontece que a maioria deles se empenha em alavancar os lucros, temendo comprometer a continuidade do negócio. Consequentemente, negligenciam a estimativa do CMV.
Com isso, acabam ganhando menos do que acreditam, normalmente considerando somente a demanda recebida como o montante real de proveitos da empresa. No entanto, não é bem assim que funciona.
É importante descontar os custos de fabricação ou de aquisição de um item para revenda, por exemplo, para mensurar sua lucratividade exata. E já que até na hora da venda há gastos importantes a serem estimados, entenda melhor sobre essa obrigação financeira essencial.
Estimativa valiosa
A boa notícia é que os gestores podem confiar em vários instrumentos contábeis valiosos para atestar se as contas são, de fato, positivas ou se estão perdendo dinheiro.
E o CMV possui o papel imprescindível de avaliar os gastos de produção, comum nas indústrias, por exemplo. Ou de armazenamento de uma peça terceirizada que será negociada com o cliente, como ocorre com os revendedores.
Portanto, tanto em uma loja de calçados com fabricação própria quanto em uma farmácia de medicamentos terceirizados, é necessário contabilizar o custo dos produtos assim que o comprador o adquire no estabelecimento.
Dessa forma, o valor da aquisição da peça deve entrar na soma da rentabilidade, mas não o lucro obtido. Ou seja, você deve abater no preço de comercialização o gasto que teve com a confecção ou obtenção da mercadoria para identificar sua receita bruta em cada transação comercial.
Saiba a importância deste cálculo para sua empresa
Outro ponto importante é que o CMV costuma ser melhor aproveitado em pequenas organizações nas quais não se observa uma grande variação das despesas, mas sim uma espécie de custo padrão.
Neste caso, a soma deve considerar o valor unitário da mercadoria ou o percentual de faturamento agregado pela mesma. Além disso, o custo de mercadorias vendidas também indica o valor acrescido mensalmente ou dentro do período que preferir.
Entretanto, é válido ressaltar que, como não se trata de um lucro líquido, após calcular o CMV – conforme você aprenderá adiante – ainda existirão outros abatimentos a serem aplicados.
Cabe salientar também que, como o objetivo de toda empresa é fornecer produtos e serviços para gerar renda, o CMV se torna essencial para entender a situação verídica da mesma, independente do segmento.
Basta definir qual será a frequência mais adequada à atuação ou porte da empresa ou se o CMV emitirá uma declaração periódica – ou até mesmo permanente. Ficou confuso? Acompanhe o esclarecimento destes detalhes:
Declaração dinâmica
O CMV pode assinalar cálculos diferenciados dependendo do regime adotado pela organização. Para elucidar essa informação, considere que existem duas alternativas de análise de período conhecidas como inventário periódico e inventário permanente.
No periódico, como o próprio nome sugere, seu negócio não obtém um controle de estoque, de fato, eficiente, já que o cálculo é descoberto esporadicamente ou em prazos mais espaçados, além de gerar mais trabalho para identificar os elementos da fórmula.
Já o inventário permanente permite um gerenciamento de estoque com maior assiduidade, impondo um controle constante das movimentações de entradas e saídas de produtos.
Neste caso, obviamente, haverá mais eficácia e o cálculo apontará orientações assertivas e propícias à otimização da tomada de decisões.
Como se trata de um índice de apuração de derivados, o Custo de Mercadorias Vendidas também é um grande aliado do Demonstrativo Mensal de Resultados, além de determinar o ponto de equilíbrio, que é quando despesas e receitas são equivalentes e produzem um saldo igual a zero.
A partir disso é que será possível começar a gerar proveitos.
Economia satisfatória
Apesar da simplicidade do cálculo, ele é bastante útil para melhorar a sua gestão contábil, pois considerando os números corretos obtidos será possível se manter alerta quanto a gastos supérfluos ou exagero de investimento em determinada operação.
Se você já está ansioso para aprender como englobar essa matemática brilhante no seu cotidiano corporativo, fique tranquilo que explicaremos em seguida.
Considerações importantes
Por ora, é válido lembrar que existem duas maneiras de contabilizar o CMV de forma mais prática. A primeira é recorrer à habilidade de um contador ou consultoria especializada em gestão de finanças.
E a segunda é contar com sistemas de gerenciamento (programas que emitem o cálculo de forma automática, promovendo maior segurança e minimizando possíveis erros humanos) que eliminam a elaboração manual.
Aprenda a calcular o Custo de Mercadorias Vendidas
Mas se você já está acostumado a lidar com as finanças corporativas, verá o quanto é simples realizar este cálculo. A base do cálculo é a seguinte:
CMV é igual ao estoque inicial (EI) somado às compras (C) e menos o estoque final (EF).
Assim é possível achar o valor final que se encontra em seu estoque dentro do período considerado, normalmente de um ano. Mas também é possível utilizar essa fórmula cada vez que uma mercadoria for vendida.
O importante é incluir na avaliação a realidade da empresa, bem como o volume de mercadorias adquiridas e estocadas.
Fórmula preciosa
Para facilitar seu entendimento, imagine que, no início do mês, uma empresa apresentava o valor de R$5 mil em seu estoque inicial (EI). Porém, no decorrer de 30 dias, ela adquiriu R$3 mil em produtos (compras: C). No final deste período, ela possui R$4 mil em seu estoque final (EF).
Logo, isso significa que o Custo de Mercadorias Vendidas é de R$4 mil, já que CMV = EI + C – EF.
Inclusive, esta mesma fórmula pode ser usada para determinar o custo de unidades de cada produto, bastando aplicar o mesmo cálculo para cada item.
Quer ir além? Imagine que, no início do mês, uma papelaria tem R$500 em lápis disponível em seu estoque (EI). Ao longo de 30 dias, ela comprou mais R$1 mil no mesmo item (C) e chegou ao último dia do mês apresentando R$550 em seu acervo (EF).
Ora, o custo total de mercadorias então será de R$950, já que CMV = R$500 + R$1.000 – R$550. Agora ficou claro, não é mesmo?
O interessante é que essa mesma papelaria pode contabilizar cada item revendido na loja para encontrar o custo de compras de cada um separadamente.
Método percentual
Mas ainda existe outro método para encontrar o CMV que é baseado no percentual de faturamento.
Aqui, o cálculo é um pouco diferente. Primeiro, é necessário encontrar o índice médio de custos sobre o valor total faturado (notas fiscais emitidas). Posteriormente, aplicar este resultado de maneira uniforme em todas as peças vendidas.
Para exemplificar, descubra seu custo fixo, divida-o pelo faturamento e multiplique por 100. Veja mais um exemplo: se você recebe R$10 mil em um mês e possui R$1.200 como custo aproximado, (1.200 / 10.000 x 100), encontrará um resultado de 12% de CMV percentual.
Descubra o que não entra na conta
Até agora você já aprendeu o que é e como funciona o CMV. Além disso, viu sobre a importância desta somatória para descobrir a rentabilidade real apresentada pelos seus negócios. Aprendeu também, através de exemplos práticos, como é fácil aplicar este cálculo, mesmo sem o auxílio de um profissional especializado.
Entretanto, como qualquer empreendimento possui centenas de gastos e despesas mensais, cuide para não confundi-las na hora de calcular o Custo de Mercadorias Vendidas.
Isso porque alguns elementos não devem constar nesse cálculo, cujo objetivo é encontrar o lucro bruto. É o caso:
- dos impostos deduzidos sobre o faturamento, como o ICMS, por exemplo;
- das saídas administrativas do tipo conta de telefone ou internet e aluguel de espaço;
- das despesas operacionais ou de entrega, como o frete;
- dos passivos financeiros do tipo empréstimos e seus respectivos juros;
- e, por último, daqueles dispêndios relacionados às vendas como, por exemplo, as comissões.
Assim fica fácil estipular os proveitos de forma bruta, exata e ideal para delimitar se os números de faturamento asseguram a saúde financeira conforme o período avaliado, não é mesmo?
Com tais explicações relevantes, você acabou de absorver a importância de aplicar o cálculo do CMV nas finanças empresariais para driblar a clássica ilusão que acomete muitos gerentes, acreditando em um conteúdo equivocado ao mensurar o faturamento de seus empreendimentos.
Fonte: jornal contabil