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O urgente e o imprescindível

Há anos tenho ouvido reclamações, a maioria corretas.

21/03/2017 10:58

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O urgente e o imprescindível

Há anos tenho ouvido reclamações, a maioria corretas. Comportamento inadequado de profissionais, seja por desvio de conduta, seja por simples incapacidade. Normas erradas. Infraestrutura deficiente. Financiamento extorsivo. Informações erradas ou indisponíveis.

É verdade quando dizem que um empresário, no Brasil, precisa matar um leão por dia. À parte a incorreção política da expressão, pois estamos em época de preservação da biodiversidade que sobreviveu até agora, o dito representa bem a dureza do ambiente empresarial. Todavia reclamar não adianta, ou melhor, a reclamação-desabafo, dita nos corredores, nos eventos, até mesmo em uma intervenção durante uma palestra, pouco ou nada adianta, salvo o fugaz alívio que quem reclama sente, ou um frêmito de riso, quando a reclamação se faz em tom chistoso.


O que ocorre é que as tentativas de mudança são frágeis, porque não contam com a energia da classe empresarial. Cada exportador trabalha mais do que seria necessário em um ambiente mais saudável, tentando levar a cabo todas as tarefas urgentes, tentando não perder embarques, tentando obter boa cotação para o pagamento recebido, tentando cumprir todas as exigências dos órgãos governamentais envolvidos, e haja criatividade para exigir novos registros, declarações, muitas eletrônicas, como se o fato de ser eletrônica reduzisse necessariamente o trabalho Os importadores também estão envolvidos no mesmo processo, assim como transportadores, depositários, intermediários, fabricantes, prestadores de serviço, e por aí vai.

Tudo urgente.

E se não for feito, problemas. Mas é necessário mais, para que o País possa sair dessa situação desagradável, em que se trabalha muito e se produz pouco, em que o continua há décadas representando cerca de 1% do comércio internacional, quando deveria triplicar essa participação, considerando área e população. É necessário que inventem um tempo para frequentar as entidades empresariais, como a AEB, por exemplo, para discutir e propor mudanças possíveis, tais como alterações em normas ultrapassadas, investimentos pontuais em infraestrutura, ideias viáveis e que podem alterar um pouco o ambiente de negócios, começando um ciclo virtuoso de pequenas mudanças, pequenos ganhos, mais fôlego, outras mudanças, talvez maiores, e assim por diante até remover o entulho administrativo e construir a infraestrutura necessária. É preciso fazer mais que o urgente. Temos de reservar um tempo para o imprescindível.

Fonte: CENOFISCO

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