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Avanço de smartphones facilitam fechamento de mais de 500 agências

Além do avanço da internet no celular, os principais bancos adotaram planos de demissões voluntárias e de aposentarias, e reduziram quase 25 mil postos de trabalho em 2016, quando 215 locais de atendimento foram desativados

03/04/2017 13:56:53

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Avanço de smartphones facilitam fechamento de mais de 500 agências

O perfil da nova geração de clientes e o avanço da internet em celulares possibilitarão o enxugamento da rede bancária no País, e a consequente diminuição de custos administrativos e de pessoal nas instituições financeiras.

A expectativa para 2017 é que os principais bancos – num movimento mais concentrado nas instituições públicas – fechem mais de 500 agências, ante as 215 fechadas no ano passado.

Dados dos balanços das cinco principais instituições de varejo – Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco mais HSBC Brasil, Itaú Unibanco e Santander Brasil – mostram que a rede bancária encolheu de 21.732 pontos em 2015, para 21.517 locais em dezembro de 2016.

Nesse período, o número de colaboradores (funcionários e estagiários) nessas instituições também diminuiu de 504.667 pessoas em 2015, para 479.811 trabalhadores em 2016.

Deste recuo de 24.856 postos de trabalho, 10.307 foram concentrados no Banco do Brasil, seguido pela redução de 5.587 postos no conjunto somado por Bradesco e HSBC Brasil, mais a saída de 3.106 pessoas na Caixa, e de 3.086 colaboradores no Itaú e de outras 2.770 no Santander.

“Na medida em que as novas gerações de clientes utilizam cada vez mais os serviços eletrônicos, a frequência de pessoas nas agências diminui. E em diversos pontos não há a necessidade de se manter estruturas com custos em aluguéis, energia, transporte de valores e de mão-de-obra”, aponta o analista de instituições financeiras da Austin Ratings, Luiz Miguel Santacreu.

Entre os bancos públicos, a Caixa Econômica Federal anunciou na semana passada que pretende fechar entre 100 a 120 agências consideradas deficitárias. E o Banco do Brasil também já havia divulgado seu plano de fechar 402 agências e de transformar 379 em postos de atendimento bancário. “Nos privados, o Bradesco em integração com o HSBC Brasil, e o Itaú que adquiriu a rede local do Citibank também podem adequar suas estruturas devido a sobreposição de agências nas grandes cidades”, observa o analista da Planner Corretora, Victor Martins.

O analista da XP Investimentos, Marco Saravalle, diz que o principal objetivo dos grandes bancos é captar rentabilidade com a melhora dos índices de eficiência. “Está mais difícil rentabilizar em operações de crédito. A saída é educar a população no uso dos canais digitais e estimular as transações eletrônicas. O custo de uma transação eletrônica é quase uma fração (4%) do custo da mesma transação numa agência bancária”, argumenta.

Diante da necessidade de reduzir custos, o presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, disse, na semana passada, que o programa de demissão voluntária (PDV) da instituição deve fechar cerca de cinco mil adesões.

O vice-presidente de gestão e pessoas da Caixa, Marcos Jacinto, calcula que o PDV deve gerar uma economia de R$ 975 milhões em nove meses após a saída dos empregados.

Na mesma linha, o plano extraordinário de aposentadoria incentivada do Banco do Brasil teve 9.409 adesões. Essa reorganização gerará uma economia anual de R$ 750 milhões em despesas administrativas.

Canais digitais

Consultados pelo DCI, as instituições financeiras forneceram os dados publicados em seus respectivos balanços. Em nota, o Banco do Brasil respondeu que a reorganização institucional anunciada em 20 de novembro de 2016, preserva a presença do BB nos municípios onde já atua e expande os serviços digitais. “A estratégia de ampliação do atendimento por canais digitais prevê a abertura, ainda em 2017, de mais 255 unidades de atendimento digital, entre escritórios e agências digitais, que irão se somar às 245 já existentes. Essas unidades digitais já atendem a 1,3 milhão de clientes, com expectativa de chegar a quatro milhões até o final de 2017”, relatou o comunicado.

O Itaú Unibanco respondeu que o perfil de seus clientes está mudando. “Atualmente, mais de 70% das transações do banco são realizadas pelos canais digitais (internet e celular). Refletindo esta mudança, na medida em que nossos clientes demandam um atendimento mais digital, reduzimos os pontos físicos localizados próximos a outras agências. Por outro lado, abrimos dezenas de agências digitais e lançamos diversas soluções para internet e mobile que agilizam e facilitam a rotina de nossos clientes”, destacou o banco privado.

Fonte: DCI - Diário Comércio Indústria & Serviços

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