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Economia

Custos e baixa oferta afetam exportações

A desaceleração no processamento da indústria, seja por baixa oferta em estoque ou pela contenção de despesas, tem impactado negativamente as exportações de suco de laranja. Apesar das quedas em volume e valor, a tendência é de recuperação

13/04/2017 13:27:15

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Custos e baixa oferta afetam exportações

A desaceleração no processamento da indústria, seja por baixa oferta em estoque ou pela contenção de despesas, tem impactado negativamente as exportações de suco de laranja. Apesar das quedas em volume e valor, a tendência é de recuperação ao longo do ano.

No ano-safra, correspondente aos meses de julho de 2016 a março de 2017, o volume de vendas externas do segmento está 19% menor quando comparado ao mesmo período de 2015/2016. No acumulado desta temporada, até março, foram embarcadas 665,87 mil toneladas de suco do tipo FCOJ equivalente.

Já a receita ficou 10% mais baixa no mesmo intervalo, totalizando US$ 1,198 milhão na safra, no mês passado. Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) foram compilados pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).

“Estamos no pico da entressafra. Terminou o processamento entre fevereiro e março e ainda não temos suco novo sendo processado. Estão sendo consumidos poucos estoques porque a safra foi pequena. A oferta baixa junto com a entressafra gerou estas reduções na exportação”, explica o diretor executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto. Nesta semana, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) informou que a temporada da laranja foi encerrada com 245,31 milhões de caixas de 40,8 quilos, 18% inferior ao último ciclo citrícola. Este foi o menor resultado desde o final dos anos 80.

Dentre os pontos positivos, a redução no número de frutas nas árvores provocou o crescimento delas. “A quantidade de frutos por caixa foi alterada devido ao ganho de peso das laranjas sendo necessários 26 frutos a menos do que na estimativa inicial para compor uma caixa”, destacou o Fundecitrus. A taxa de queda das laranjas ficou abaixo do esperado, principalmente, por conta da colheita mais rápida.

Despesas

Ainda na redução das exportações, o sócio da consultoria Markestrat, José Carlos de Lima Júnior, acrescenta que as indústrias estão reduzindo o volume de processamento porque o custo está muito alto. Todo o cenário de oferta restrita joga para cima os preços da matéria-prima. Somam-se a isso as despesas operacionais, como energia elétrica, que se estabeleceu em patamares elevados ao longo dos últimos anos. Vale lembrar que as indústrias deste setor também possuem produção própria e arcam com outras despesas que normalmente incidem sobre o primeiro elo da cadeia, como os insumos.

“É difícil mensurar a dimensão do aumento de custos, mas sabe-se que ele aconteceu”, diz o especialista.

Mesmo assim, a conjuntura global do mercado aponta para recuperação nas vendas internacionais, em função da baixa oferta também na produção da Flórida, nos Estados Unidos, importante fornecedor.

Expectativas

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA na sigla em inglês) divulgou nesta terça-feira (11) mais uma reestimativa da safra de laranja 2016/2017 da Flórida. Os dados apontam uma produção de 67 milhões de caixas, igual a estimada em março. No entanto, o sócio da Markestrat lembra que o atual volume de laranjas norte-americanas está cerca de 50% abaixo da oferta de quatro anos atrás.

“Acho difícil a Flórida conseguir recompor sua oferta porque passou por problemas de doença nos pomares. O Brasil deve suprir essa lacuna e, com isso, você tem um cenário positivo [para os brasileiros] no mínimo pelos próximos dois ou três anos”, avalia Lima.

Por aqui, o diretor da CitrusBR ressalta que o clima foi bom e à medida que a safra 2017/2018 se aproxime, o ritmo de processamento da indústria vai sendo retomado. “Ao que tudo indica, teremos uma safra boa, [os pomares] estão se desenvolvendo bem. O potencial produtivo do parque citrícola está dentro da demanda que imaginamos”.

Fonte: DCI - Diário Comércio Indústria & Serviços

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