x

Economia

Bancos deixam de ver fintechs como ameaça ao negócio

O tempo em que as novas empresas de tecnologia financeira (“fintechs”) eram vistas como ameça para o futuro dos bancos parece ter ficado para trás

02/05/2017 10:15:14

  • compartilhe no facebook
  • compartilhe no twitter
  • compartilhe no linkedin
  • compartilhe no whatsapp
Bancos deixam de ver fintechs como ameaça ao negócio

O tempo em que as novas empresas de tecnologia financeira (“fintechs”) eram vistas como ameça para o futuro dos bancos parece ter ficado para trás. A avaliação é de Manoj Keshyap, líder mundial de fintechs da empresa de consultoria e auditoria PwC. “Muitas instituições ainda se preocupam com a perda de participação de mercado, mas a maioria já não vê mais essas empresas como um risco”, diz.

Embora já não representem uma ameaça como na época em que começaram a aparecer, as fintechs têm potencial para fazer algum estrago nos negócios dos bancos. Uma pesquisa conduzida pela PwC com profissionais de instituições financeiras revela que as empresas colocam em risco aproximadamente 24% das receitas. “Os bancos não vão desaparecer amanhã, mas alguns serviços vão ficar ‘commoditizados’ e outros, menos lucrativos”, afirma.

Para Keshyap, o avanço das fintechs se deu no momento em que os bancos tinham outras preocupações em vista, como as mudanças regulatórias após a crise financeira de 2008. “Muitas das tecnologias que surgiram nesse meio tempo foram desenvolvidas pelas fintechs”, diz.

No Brasil, as empresas de tecnologia financeira mais bem sucedidas até o momento são aquelas com foco em clientes que não vinham sendo atendidos pelos bancos. Ou seja, as instituições deixaram de ganhar, mas em geral não chegaram a sentir uma perda relevante em suas bases. Entre os casos de maior sucesso no país está a emissora de cartões de crédito Nubank e o aplicativo de gestão de finanças pessoais GuiaBolso.

De ameaça, as instituições financeiras começaram a perceber que poderiam se valer dessas companhias para acelerar seus programas de inovação, que haviam sido reduzidos nos anos anteriores. Mais do que os bancos, as atuais fornecedoras de serviços de tecnologia para o setor financeiro são as mais ameaçadas pelas fintechs, de acordo com o executivo.

A forma de combinar o ambiente de inovação das fintechs com o dos bancos representa um desafio para ambos os lados, segundo o especialista da PwC. “Existe tanto o risco de a fintech perder a identidade como o banco não conseguir se adaptar a essa cultura diferente”, diz.

Existem hoje mais de 200 empresas que se identificam como fintechs apenas no Brasil. A taxa de mortalidade dessas companhias no exterior se situa ao redor de 90%, segundo Keshyap. Não existe uma estatística para o país, mas a avaliação da PwC é de que esse percentual pode ser ainda maior.

Apesar dos problemas enfrentados por essas companhias para sobreviver, para 75% dos entrevistados globalmente na pesquisa conduzida pela PwC as soluções mais inovadoras nos próximos cinco anos virão de empresas iniciantes (startups). No Brasil, esse percentual é ainda maior, de 92%.

Entre as atividades em que os bancos já atuam em parceria com as fintechs, a área de pagamentos lidera tanto no Brasil como no exterior, de acordo com a pesquisa. O grau de inovação das empresas nacionais ainda é baixo, com um modelo que se baseia em reproduzir projetos bem-sucedidos no exterior. “As fintechs locais têm atuado em áreas como cartões pré-pagos e microcrédito”, afirma Luis Ruivo, especialista em fintechs da PwC no país.

Fonte: Valor Econômico

Leia mais sobre

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ARTICULISTAS CONTÁBEIS

VER TODOS

O Portal Contábeis se isenta de quaisquer responsabilidades civis sobre eventuais discussões dos usuários ou visitantes deste site, nos termos da lei no 5.250/67 e artigos 927 e 931 ambos do novo código civil brasileiro.