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Economia

Crise abre oportunidade de gestão de ativos em desuso e já atrai estrangeiros

Em meio a movimentos de reestruturação, falência, fusões e aquisições, empresas de serviços de leilões e gerenciamento de ativos excedentes ou em desuso ganham força impulsionando o mercado e até atraindo novos players.

12/06/2017 11:52:24

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Crise abre oportunidade de gestão de ativos em desuso e já atrai estrangeiros

Segundo o gestor comercial da Sold Leilões, Ronaldo Filho, nos últimos dois anos a demanda por leilões aumentou consideravelmente no País. “No ano de 2016 o número de leilões realizados pela Sold foi 29% maior que em 2015 e se comparado com 2014, a alta foi de 61%, diz. Hoje, a plataforma de leilões eletrônicos possui três milhões de cadastros.

De acordo com o executivo, a maior parte das empresas que têm procurado o serviço estão passando por processos de reestruturação ou encerrado unidades de negócio. A diversidade de produtos colocados no leilão, segundo Ronaldo, é grande, indo de frota de veículos pesados a equipamentos industriais, mobiliários corporativos e materiais de construção civil. “A procura aumentou, porque é uma forma rápida e segura de vender em um curto espaço de tempo”, coloca.

Na outra ponta, ele destaca que a participação nos leilões também teve crescimento. “E mais importante aumentou a participação de usuários finais – chegando a 85% dos compradores-, o que ajuda no aumento do tíquete médio”, destaca.

Inovação

De olho no aumento do volume de ativos em desuso nas empresas, a companhia norte-americana de gestão de ativos excedentes EquipNet, decidiu investir em um novo escritório no País. “Estamos aqui desde 2015, mas como parte da operação americana. Só no final de 2016 decidimos montar uma estrutura legal”, conta o gerente comercial para América Latina da EquipNet, Rodrigo Lorca. Além das oportunidades da crise, ele explica que o mercado nacional ainda é pouco consolidado e deve demandar este tipo de serviço – que inclui avaliação e estratégia de venda. “Hoje a composição no País é interessante. A proporção de mercado das grandes empresas é menor que em outros países e com o tempo devemos ver uma onda de aquisições entre os grandes atores e isso irá gerar ativos em desuso”, salienta.

Além disso, ele destaca que o grande número de empresas de pequeno e médio porte permitem que a empresa ‘feche o ciclo comercial’ em um mesmo mercado. “A transferência tecnológica é um fator sustentável e permite que empresas menores tenham acesso a novas tecnologias, muitas vezes viabilizando que um projeto seja financeiramente viável por ter um custo melhor que o novo”, diz Lorca.

A prioridade da companhia é realizar a venda dentro do País de origem do produto- já que a venda costuma ter maior valor de mercado -, mas caso o produto ou equipamento seja excepcional, a EquipNet usa sua estrutura global para encontrar compradores em outros países. “Tivemos um cliente que possuía um equipamento que só ele no Brasil precisava. Então focamos o esforço de venda na Ásia e no final enviamos à Índia’, conta.

A meta da companhia é que até 2020, 50% dos ativos gerenciados sejam originados no Brasil. Atualmente, o inventário global da EquipNet varia de US$ 250 milhões a US$ 300 milhões, sendo US$ 25 milhões originados no País. “O faturamento no Brasil em 2016 foi de cerca de US$ 5 milhões e a meta para 2017 é atingir US$ 10 milhões. Além disso queremos triplicar em três anos o inventário no País”, destaca.

Apesar de ter foco na indústria farmacêutica e de alimentos, ele indica que tem atendido todos os ramos. Um motivo para a especialização é o tipo de projeto que buscam: equipamentos especializados de alto valor agregado, que exigem estruturas comerciais especializadas. “Como fazemos gestão e consultoria, buscamos o melhor valor para cada ativo, por isso analisamos o projeto e seleciono o melhor canal de venda (venda direta, leilão e em último caso sucata)”, exemplifica. A prioridade, segundo ele, é a venda direta, onde a EquipNet consegue clientes semelhantes aos seus clientes que conhecem o valor do equipamento.

Atualmente, a gestora tem focado em empresas de grande porte e projetos acima de US$ 100 mil, mas já existem perspectivas de captar médias para o portfólio. “Hoje buscamos grandes, por uma questão de prioridade, mas uma segunda etapa será conseguir entrar no mercado de médias”, complementa Lorca.

Entre os clientes atuais da empresa no Brasil estão as companhias AstraZeneca, Unilever, Novartis e Sanofi.

Fonte: DCI - Diário Comércio Indústria & Serviços

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