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Dia do Contador

Profissão resiste ao tempo e atrai novos profissionais

Há 72 anos, 22 de setembro tornava-se uma data alusiva ao Dia do Contador. E como não poderia ser diferente, o Contábeis fez uma matéria sobre a profissão e entrevistou pai e filho que têm em comum o amor pela contabilidade. Acompanhe.

22/09/2017 08:40:50

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Dia do Contador: ofício resiste ao tempo, se adapta às novas tecnologias e atrai novos profissionais todos os anos

Profissão resiste ao tempo e atrai novos profissionais

Há exatos 72 anos, 22 de setembro tornava-se uma data alusiva ao Dia do Contador. A escolha não foi em vão, e sim histórica, já que o dia escolhido marcava a criação do primeiro curso de Ciências Contábeis no país, em 1945, à época na Universidade Federal de Minas Gerais, com a assinatura do então presidente Getúlio Vargas a partir do decreto nº 7.988.

O profissional da área passou de “guarda-livros” a profissional diversificado, que precisa estar cada vez mais atualizado com as novas ferramentas de gestão e com as constantes mudanças na legislação. Ainda assim, a contabilidade continua sendo uma profissão tradicional e clássica, mas longe de ser obsoleta, já que o contador precisou se adaptar aos novos tipos de negócios e abrir-se para novas oportunidades. Adaptação, inclusive, pode ser considerada uma palavra-chave na manutenção da contabilidade do futuro, e é sobre isso que conversamos com um pai e filho contadores. (leia mais abaixo).

Números do Conselho Federal de Contabilidade mostram um crescimento contínuo de 2004 para 2017 na quantidade de profissionais contábeis no país (somando técnicos e contadores). Contudo, a representação da mulher na profissão ainda é menor, em todos os estados.

No Brasil, os profissionais da contabilidade já são 530.373, sendo 349.123 bacharéis e 181.250 técnicos. O estado de São Paulo concentra a maioria deles, com 151.300 trabalhadores registrados nos conselhos regionais.

Adaptação: palavra-chave para o profissional da contabilidade

Nos anos 50 e 60, os profissionais contábeis já foram conhecidos e reduzidos ao trabalhador conhecido como “guarda-livros”, mas a partir dos anos 70 a expressão caiu em desuso.  Já nos anos 80, começaram a surgir os primeiros computadores e sistemas de troca de informações, fazendo com que as contabilidades começassem um processo de adaptação sem fim.

Nos anos 90, a inclusão de sistemas de gestão de empresas e a modernização no dia a dia fizeram com que as empresas contábeis começassem a se adaptar às mudanças que seriam constantes.

Atualmente, o profissional da contabilidade passou a ocupar papeis mais estratégicos, atuando também com análise, intepretação e consultoria, auxiliando as gestões das empresas, inclusive nas tomadas de decisões, fortalecendo o contato com clientes e tornando-se referência também em consultoria e negócios.

De pai para filho

E é com o exemplo de pai e filho contadores, Apparecido Domingues de Oliveira, 80 anos e André Maurício Souza de Oliveira, 50, que resolvemos homenagear todos os profissionais da área – sobretudo os contadores tradicionais na profissão, que são àqueles que conhecemos e lidamos no dia a dia e que fazem toda a diferença: dos pequenos aos grandes negócios, nas empresas privadas ao funcionalismo.

O contador Apparecido Domingues, de 80 anos, conta que sua entrada no universo da contabilidade foi uma consequência do trabalho que realizava no ramo de seguros. Contador há muitos anos, acompanhou todas as reconfigurações no ofício. “Hoje em dia acho que a sociedade valoriza um pouco mais o contador. A contabilidade está em tudo, é fundamental, mas os contadores ainda precisam fazer com que os clientes percebam a importância dos serviços prestados”, diz.

Sobre a tecnologia, Apparecido diz que precisou de muita adaptação, mas vê com entusiasmo a modernização. “Ela ajudou muito, hoje em dia o contador precisa estar atento, reciclar os conhecimentos, facilitou muitos procedimentos diários. Na verdade, ainda estou me adaptando”, confessa.

O filho André Maurício também falou com a nossa equipe.

Acompanhe a entrevista:

Contábeis: Por qual razão escolheu a contabilidade? Há quantos anos trabalha nesta área?

André: Com aproximadamente dez anos de idade comecei auxiliando meu pai no escritório contábil, exercendo as tarefas de “office-boy”. Isso foi muito importante para mim, pois o contato diário com clientes e funcionários nas remessas de documentos facilitou minha comunicação e relacionamento direto com as empresas. Aos 14 anos já estava como encarregado do Departamento Pessoal do escritório. Aos 16, já entrava na faculdade de Ciências Contábeis e concluí o bacharelado aos 19 anos. Então, se for fazer as contas, trabalho ha 40 anos, sendo 30 anos como contador.  O fator motivador principal é que as tarefas/trabalhos na área contábil nunca faltarão, pois a cada dia o Governo estabelece novas obrigações para as empresas cumprirem. Ainda hoje, a área contábil oferece enormes oportunidades de trabalho. 

Contábeis: Na época, o fato de o seu pai ser contador influenciou? Em sua opinião, a contabilidade ainda é uma profissão passada de uma geração para a outra?

André: Sim, influenciou porque aprendi o quanto podemos ser úteis na formação da economia do país, no auxilio aos empresários e contribuintes. Trabalho, honestidade e alegria sempre foram os pontos essenciais que aprendi com meu pai. O retorno financeiro é efeito.

Contábeis: Como contador há muitos anos, quais foram as grandes mudanças na profissão? A tecnologia atrapalhou ou ajudou?

André: Acredito que as mudanças nunca deixaram nossa vida tranquila.  Na área contábil, desde 2007 os contabilistas estão atentos às constantes alterações IFRS/CPCs, SPEDs, além de infinitas outras. Uma das mudanças que percebo é a necessidade e a procura cada vez maior por palestras, cursos e treinamentos. A associação às entidades de classe favorece essa busca para alimentar nossa sede de novidades e dúvidas. Os contabilistas unidos ficam mais fortes na obtenção de resultados perante a Administração Pública. No período em que estive ligado às rotinas na profissão, recordo que os lançamentos eram datilografados em fichas tríplices, livros-diário impressos com auxilio de gelatina e fita copiativa, livros fiscais escriturados manualmente. Acompanhei nítidas e grandes mudanças tecnológicas, desde o aparecimento dos computadores, fax, impressoras até as atuais e tão necessárias redes de internet, documentos eletrônicos, celulares, enfim... Hoje, sem essa tecnologia não sei como faríamos para cumprir nossas responsabilidades. A contabilidade é uma Ciência que caminha paralelamente às inovações tecnológicas.

Contábeis: Na sua opinião, quais são os principais desafios que a profissão deve enfrentar no futuro?

André: Acredito que um dos maiores é a busca pelo nosso aperfeiçoamento através da educação continuada; a mudança de postura do profissional contábil que deverá acompanhar a realidade de seus clientes de forma mais próxima, e não ficar apenas de trás das mesas de escritório. Isso sem falar das novas regras trabalhistas, de terceirização, regras previdenciárias que com certeza podem influenciar também nossas projeções futuras.

 

 

Por Mariana Bruno, para o Portal Contábeis

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