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Tabela do IR defasada coloca 6,3 milhões nas garras do Leão

De acordo com levantamento da Ernst & Young Terco, a defasagem da tabela do IR dos últimos 15 anos frente à inflação chega a 43,5%. Se correção acompanhasse inflação, a partir de hoje só 19 milhões seriam obrigados a declarar

02/03/2012 00:45:41

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Tabela do IR defasada coloca 6,3 milhões nas garras do Leão

Nos últimos 15 anos, a inflação oficial do país, medida pelo IPCA do IBGE, subiu 149,63%, mas, no período, a tabela do Imposto de Renda foi corrigida em apenas 73,95%. Essa defasagem colocou neste ano 6,37 milhões a mais de contribuintes nas garras do Leão. A partir de hoje, 25,5 milhões deverão fazer a declaração do IR. O número cairia para 19,12 milhões, caso a correção da tabela tivesse sido integral nos últimos 15 anos. O levantamento dessa defasagem foi feita pela consultoria Ernst & Young Terco.

Conforme o diretor tributário da Confirp Consultoria Contábil, Welinton Mota, se a correção da tabela acompanhasse a inflação, a base de contribuintes obrigada a declarar seria 25% menor a cada ano. "É claro que há diversas variáveis que devem ser consideradas. Hoje, temos quatro tipos de alíquotas, o que não existia antes de 2009, há o crescimento de pessoas no mercado de trabalho e mais empregos formais no país. Entretanto, o recuo no número de contribuintes poderia ser estimado em cerca de 25%", diz.

De acordo com levantamento da Ernst & Young Terco, a defasagem da tabela do IR dos últimos 15 anos frente à inflação chega a 43,5%. O presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais (CRC-MG), Walter Roosevelt Coutinho, confirma que a diferença entre a correção da tabela do Imposto de Renda, que é de 4,5%, e a inflação que corrige os salários, que ficou em 6,46%, interfere na quantidade de isentos. "Caso o reajuste fosse de 6,46%, o rendimento exigido para a declaração seria maior e, assim, mais pessoas não precisariam fazer a declaração", diz

O proprietário da Contabilidade Matur, Mário César de Magalhães Mateus, afirma que a correção de 4,5% adotada pelo governo contribui para o aumento da carga tributária. "Se fosse adotado o índice de inflação, que é mais alto, é fato que haveria menos gente pagando imposto e mais dinheiro em circulação, movimentando a economia", ressalta. O período de declaração termina em 30 de abril.

Fonte: O Tempo

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