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FÓRUM CONTÁBEIS

CONTABILIDADE

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Caixa Alto e Lucros Acumulados Fictícios

EDSON CARLOS MUSIAL

Edson Carlos Musial

Bronze DIVISÃO 5, Micro-Empresário
há 6 anos Quarta-Feira | 20 setembro 2017 | 16:55

Caros Colegas! Sou novato neste portal mas já trabalho com contabilidade há mais de 40 anos (do tempo que existiam livros Diário, Razão e Borrador transcritos com caneta tinteiro) e já presenciei muitas modificações nesta área, mas nada que se compare às mudanças acontecidas nos últimos 5/10 anos com a revolução da tecnologia, mas o que parece que não mudou foi a filosofia de que, para a maioria dos empresários, o contador é um "mal necessário" e até alguém a quem se atribui a capacidade e obrigação de fazer certos "milagres". Infelizmente esta ainda é a realidade de nossa profissão junto à maioria dos empresários.
Mas, filosofias à parte, gostaria de levantar um problema já debatido neste portal que é o do "caixa e lucros fictícios", principalmente nas pequenas e médias empresas administradas de maneira não profissional, e cujos valores irreais descaracterizam totalmente os Balanços Patrimoniais das empresas.
Pois bem! Dentro das diversas opiniões e sugestões debatidas no portal de como fazer "sumir" o caixa e lucro irreais tais como:- distribuição de lucros, apropriação de despesas, etc...etc...etc.. tenho a seguinte opinião:- Se o caixa é fictício o lucro acumulado originário deste saldo de caixa também é fictício, ou seja, não existem!!!
Então porque não baixar estes valores inexistentes através de declaração firmada pelo empresário "confessando" a falta de documentação e desta forma isentando e inocentando o contabilista de possíveis sansões ou penalidades às quais o mesmo não deu origem, pois se alguém sonegou ou deixou de fornecer documentos à contabilidade foi unica e exclusivamente o empresário. Não seria uma "hipocrisia" distribuir lucros inexistentes pagos com um dinheiro que também nunca existiu na empresa? Por que atribuir ao empresario através de lucros fictícios uma renda que o mesmo jamais teve pois teremos que informar esta distribuição na DIRF e posteriormente na DIRPF do empresário?
Sugestão para análise:- Simplesmente baixar o saldo irreal da conta caixa contra o saldo irreal da conta de lucros suspensos mediante a declaração de responsabilidade do empresário com um histórico mais ou menos nestes termos:- "Importe baixa contábil cfe. declaração de inexistência de tais valores por falta de documentação hábil".
Lembrem-se colegas:- O "governo" só é amigo do contabilista porque trabalhamos gratuitamente para ele, mas não tenham dúvidas que não hesitarão em colocar-nos na cadeia junto com qualquer empresario sonegador e corrupto. Pensem nisso!!!! Abraço...

Matheus  Gomide

Matheus Gomide

Prata DIVISÃO 2, Consultor(a) Contabilidade
há 6 anos Quarta-Feira | 20 setembro 2017 | 17:24

Verdade Edson,

Um problema muito comum, onde as movimentações bancárias sem comprovantes acabam gerando contrapartida no Caixa, resultando nesses problemas.
Acho a sua alternativa muito válida, mas além disso temos que criar mecanismos de modo que isto não volte a ocorrer e assim, sempre ajustando essas contas ao fim do exercício social.

Att,
Matheus G. da Silva
Contabilidade
LAYO FREDERICO ALVES DA SILVA

Layo Frederico Alves da Silva

Prata DIVISÃO 4, Contador(a)
há 6 anos Segunda-Feira | 25 setembro 2017 | 15:51

Concordo plenamente com essa abordagem para o problema, inclusive é a mesma que tomo diante da situação.

O problema começa na abertura da empresa, estou farto de ver contratos sociais onde o capital subscrito é informado como integralizado, ou seja, o sujeito diz que o capital social da empresa é de R$ 100.000,00, só que não integralizá o valor completo, mas na contabilidade é registrado 100.000,00 no caixa, já começa errado.

Esses dias um empresário chegou querendo registrar um capital fictício de 95.000,00. Queria a seguinte cláusula: o Capital é de R$ 95.000,00, totalmente integralizados, em moeda corrente, neste ato. São 95.000,00 que só existem no papel, não há ativos de fato, some a isso a o enorme déficit de controle existentes nos pequenos negócios, pronto, o profissional contábil se torna merecedor da jocosa alcunha de contador de histórias. Vejo cada obra de terror de dar arrepios, números absurdos e situações que fogem a lógica.

Layo Frederico, Analista Fiscal, Prisma Contábil Ltda.
(63) 3214 2065 | AV LO 09 Quadra 307 Sul LT.12
Sala 7 | [email protected] | 
Gilmar Mendes

Gilmar Mendes

Prata DIVISÃO 3, Gerente Contabilidade
há 6 anos Segunda-Feira | 25 setembro 2017 | 19:52

ola caros colegas,

sempre debati isto nos escritórios onde trabalhei, e a respostas sempre foi a mesma por parte da classe contabil, se eu não abrir a empresa assim com valores no contrato social, outro colega vai abrir, então eu mesmo faço assim e fico com o cliente.

o nosso CRC não toma atitudes a favor da proteção do contabilista, este ainda quando vem com alterações e sempre contra ai vem cobranças a mais nas obrigatoriedades do proprio contador, este mesmo site aqui quando se sente que vai ser prejudicado pois quando a coisa é mais casca grossa sente-se ameaçado vem com alguma mensagem dizendo que se isenta das opiniões nossas ao inves de usar a sua força, como um canal que tem uma potencial desta.
resumindo:

o governo brinca que fiscaliza
o contador faz de conta que faz a contabilidade
e a gente faz de conta que é unido

desculpe o desabafo!!!

Gilmar Jesus Mendes
Agnaldo do Espírito Santo

Agnaldo do Espírito Santo

Ouro DIVISÃO 2, Contador(a)
há 6 anos Quarta-Feira | 27 setembro 2017 | 11:01

debate muito bom e produtivo. No entanto cabe lembrar, que não é responsabilidade do contador, a integralização do capital, e sim dos sócios. Agora, o contador não é obrigado a fazer o registro contábil, se não tiver a prova da realização. Se o fizer, aí sim estará cometendo erro grave.

Saudações Contábilistas
http://aescontabilidade.com.br/
e mail: [email protected]

Da justiça de cada um, nasce a Paz - João Paulo II
EDSON CARLOS MUSIAL

Edson Carlos Musial

Bronze DIVISÃO 5, Micro-Empresário
há 6 anos Quarta-Feira | 27 setembro 2017 | 12:03

Caro colega Gilmar Mendes.
Apesar de ter o mesmo nome, graças a Deus você não é nem parente daquele ministro pilantra (Gilmar Mendes do STF) que manda soltar todos os ladrões e corruptos que a justiça prende!!!
Concordo integralmente com teu desabafo contra o nosso órgão de classe (CRC) que não faz nada em nossa defesa, apenas os seus conselheiros vivem nababescamente às nossas custas através de anuidades, taxas, etc... que pagamos não se importando se um dia seremos processados junto com algum empresario sonegador e corrupto por apresentar contabilidades com valores fictícios.
Pelo contrário, eles ficam "babando os ovos" do governo para o qual já trabalhamos gratuitamente nos impondo obrigações absurdas, como por exemplo, a obrigação de informações para o COAF, responsabilidades conjuntas com os empresários nas demonstrações contábeis, etc... Absurdo...
Querem que sejamos "fiscais" gratuitos do governo correndo todos os riscos em uma provável denuncia de recursos suspeitos, impondo-nos uma obrigação que não nos diz respeito, pois para investigação desta natureza temos a policia federal, os promotores, etc... que ganham altíssimos salários para desempenhar estas funções e o nosso "querido" CRC, para aparecer na foto junto com estes governantes corruptos, firmam convênios nos obrigando a uma série de responsabilidades que não nos dizem respeito. Que o governo nos pague os salários de promotores, policiais federais e nos derem uma AR-15 que aí sim poderemos denunciar os "suspeitos" com mais segurança... O que acham?
Já que somos parceiros gratuitos do governo, por que o nosso CRC não faz um "convênio" onde o governo nos repasse apenas 1% do que ajudamos arrecadar? Lembrem-se que sempre somos nós contabilistas que tentamos conscientizar o empresario a recolher seus impostos em dia... O que ganhamos com isto? Nada...Nada...Nada... Apenas o risco de respondermos processos pelo resto de nossas vidas pelos "convênios" firmados pelo CRC junto ao governo nos arrumando cada vez mais obrigações gratuitas. Imaginem o que seria do governo se ficássemos apenas por 6 meses sem fornecer informações e gerar as guias de impostos ao governo? Nada seria informado. Nada seria pago.Quebraria com certeza !!!
Vocês já notaram que o CRC é o único órgão de classe que o tempo inteiro impõe novas responsabilidades e punições a seus filiados? Por que as "OAB" os "CREA" os "CRF" defendem a unhas e dentes seus filiados, mesmo que estes cometam algum deslize profissional? Pensem nisto!!!!
Colegas. Só estamos desabafando neste portal porque acredito que a maioria dos colegas passam pelo que estamos passando e que talvez este "desabafo" possa um dia encontrar "eco" no CRC para que este passe a defender um pouco mais os contabilistas ao invés de ficar puxando o saco do governo.
É apenas um desabafo sem ofensas a ninguém. Apenas algo que está entalado na garganta!!! Se continuar assim, talvez largar a contabilidade e criar galinhas seja uma boa opção....Reflitam...

LAYO FREDERICO ALVES DA SILVA

Layo Frederico Alves da Silva

Prata DIVISÃO 4, Contador(a)
há 6 anos Quarta-Feira | 27 setembro 2017 | 16:36

Nas perspectivas da maioria dos clientes (consumidores) nossos serviços são homogêneos. Calcular tributos, folhas de pagamentos, elaborar demonstrações etc., isso pode ser feio por qualquer escritório. O cliente não enxergar diferença nos serviços oferecidos, para ele o que conta é o preço e comprometimento com os objetivos do cliente.

O cliente não deseja um arauto da ética, ele não quer pagar por isso, ser ético não é diferencial competitivo, pelo contrário, é desabonador. Se não fazemos o que ele quer e ele acha mil contadores que fazem e por um preço melhor. E os contadores o fazem, pois para o clientes, nossos serviços são insípidos. Concorremos através da dilapidação de preços e da parceria aética com clientes.

No país Lei de Gérson, do jeitinho brasileiro, o CFC não tem força e papel para curar a sociedade e tampouco amparo tecnológico e humano para fiscalizar contadores.

Neste espaço de desabafo... colegas vós digo: há muito tempo me desiludi com a profissão, é o meu ganha pão, deixei o romantismo na faculdade e me adaptei ao ambiente para sobreviver. É missão da ciência (contábeis) entregar sabedoria, conhecimento ao usuário, pois bem, em grande parte sou um fabricador de embuste, um entregador de ignorância, um contador de faz de conta, vivendo neste mundo de faz de conta.

Layo Frederico, Analista Fiscal, Prisma Contábil Ltda.
(63) 3214 2065 | AV LO 09 Quadra 307 Sul LT.12
Sala 7 | [email protected] | 
Gilmar Mendes

Gilmar Mendes

Prata DIVISÃO 3, Gerente Contabilidade
há 6 anos Sexta-Feira | 29 setembro 2017 | 13:56

Pessoal,

como e bom ouvir pessoas como vcs, que de uma forma ou outra estão labutando por este Brasilzão afora,
infelizmente não temos força para fazer a coisa mudar......vai ser sempre assim, vai continuar assim,......
infelizmente em nada diminuindo a a classe dos nossos colegas caminhoneiros mas somente para comparação ,......á categoria deles mostrou sua força, parando todo mundo e mostrando a importancia deles no cenario nacional....
e nós o que fizemos..... nada....nada.... nada...
ta na hora de um basta!!!!!! disso!!!!

Gilmar Jesus Mendes

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