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Antecipação de Lucros

Beatriz Gomes

Beatriz Gomes

Iniciante DIVISÃO 1, Assistente Contabilidade
há 5 anos Segunda-Feira | 8 outubro 2018 | 14:29

Boa tarde, galera!

Tenho uma duvida que engloba o Contábil e o DP.
Temos um cliente que fez uma retirada da conta PJ, para a conta PF dele alegando "adiantamento de lucros".
Antes de lançar, fui fazer um encerramento do exercício e notei que há possibilidade para essa retirada.
Porém, gostaria de saber se preciso ir ao DP e gerar uma folha de "participação de lucros" ou se não há essa necessidade. Se houver, deve haver algum desconto a ser feito e/ou imposto a ser pago sobre isso?

Agradeço desde já!

GILBERTO OLGADO
Consultor Especial

Gilberto Olgado

Consultor Especial , Contador(a)
há 5 anos Segunda-Feira | 8 outubro 2018 | 16:04

Boa tarde Beatriz Gomes !

Para haver distribuição de lucros é necessário ter saldo de Reservas de Lucros, caso não haja poderia fazer uma Antecipação de Distribuição de Lucros, mas desde que se feche um balancete contábil no mês anterior e gere um saldo suficiente para fazê-lo.

Porém, gostaria de saber se preciso ir ao DP e gerar uma folha de "participação de lucros" ou se não há essa necessidade. Se houver, deve haver algum desconto a ser feito e/ou imposto a ser pago sobre isso?


Este procedimento se faz para os colaboradores (funcionários) da empresa, na Distribuição de Lucros para os sócios, deve-se fazer uma Ata de Reunião dos Sócios deliberando sobre a distribuição para todos os sócios, mas antes precisa fazer o levantamento acima citado da conta Reservas de Lucros.

Aqui no Fórum tem material à respeito:
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Paulo Henrique de Castro Ferreira
Consultor Especial

Paulo Henrique de Castro Ferreira

Consultor Especial , Contador(a)
há 5 anos Terça-Feira | 9 outubro 2018 | 09:36

Bom dia Beatriz.

Seria interessante dar uma verificada no Contrato Social da empresa e ver se há cláusula autorizando a retirada antecipada.

Outro ponto a se observar é se a empresa não possui débitos tributários e/ou trabalhistas, pois se possuir ele não pode retirar lucros.

att

Atenciosamente.

Paulo Henrique de C. Ferreira
Contador CRC MG 106412/O - Perito Contábil CNPC 087 - Avaliador Imobiliário CNAI 23358
Avaliação de empresas e processos de transferência societária;
Especialista em 3º Setor e em fusões, cisões e incorporações;
https://www.psce.com.br
Atenção: não dou consultorias por telefone! Somente por e-mail ou via whatsapp (audio ou mensagem)
Edmar Oliveira Andrade Filho

Edmar Oliveira Andrade Filho

Ouro DIVISÃO 2, Contador(a)
há 5 anos Terça-Feira | 9 outubro 2018 | 11:08

Beatriz,

Lucro distribuível é lucro disponível e apurado em Balanço regularmente levantado. Se a entidade distribui lucros que não tem, deve tratar as parcelas na forma do parágrafo 3o do art. 238 da IN 1700:

Art. 238. Não estão sujeitos ao imposto sobre a renda os lucros e dividendos pagos ou creditados a sócios, acionistas ou titular de empresa individual, observado o disposto no Capítulo III da Instrução Normativa RFB nº 1.397, de 16 de setembro de 2013.
§ 1º O disposto neste artigo abrange inclusive os lucros e dividendos atribuídos a sócios ou acionistas residentes ou domiciliados no exterior.
§ 2º No caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado, poderão ser pagos ou creditados sem incidência do IRRF:
I - o valor da base de cálculo do imposto, diminuído do IRPJ, da CSLL, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins a que estiver sujeita a pessoa jurídica;
II - a parcela de lucros ou dividendos excedentes ao valor determinado no inciso I, desde que a empresa demonstre, com base em escrituração contábil feita com observância da lei comercial, que o lucro efetivo é maior que o determinado segundo as normas para apuração da base de cálculo do imposto pela qual houver optado.
§ 3º A parcela dos rendimentos pagos ou creditados a sócio ou acionista ou ao titular da pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro real, presumido ou arbitrado, a título de lucros ou dividendos distribuídos, ainda que por conta de período-base não encerrado, que exceder o valor apurado com base na escrituração, será imputada aos lucros acumulados ou reservas de lucros de exercícios anteriores, ficando sujeita a incidência do imposto sobre a renda calculado segundo o disposto na legislação específica, com acréscimos legais.
§ 4º Inexistindo lucros acumulados ou reservas de lucros em montante suficiente, a parcela excedente será submetida à tributação nos termos do art. 61 da Lei nº 8.981, de 1995.


A regra é clara, você distribui lucros e, se não tiver, considera que houve distribuição de lucros acumulados ou reservas de lucros. Se não existirem essas três parcelas (lucros disponíveis, lucros acumulados ou reserva de lucros) a consequência é grave: aplica-se a regra do art. 61 da Lei 8.981/95, que diz:

Art. 61. Fica sujeito à incidência do Imposto de Renda exclusivamente na fonte, à alíquota de trinta e cinco por cento, todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado, ressalvado o disposto em normas especiais.
§ 1º A incidência prevista no caput aplica-se, também, aos pagamentos efetuados ou aos recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa, bem como à hipótese de que trata o § 2º, do art. 74 da Lei nº 8.383, de 1991.
§ 2º Considera-se vencido o Imposto de Renda na fonte no dia do pagamento da referida importância.
§ 3º O rendimento de que trata este artigo será considerado líquido, cabendo o reajustamento do respectivo rendimento bruto sobre o qual recairá o imposto.

Portanto, sobre os valores pagos é devido IRF de 35% sobre o valor da base de cálculo reajustada. Se houve pagamento de 100, você reajusta a base de cálculo e calcula 35%, ou seja 100: 0,65= 153,85. Aplicando a alíquota de 35% sobre 153,85 = 53,85. Logo, imposto a recolher: R$ 53,85.



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