Startups estão começando a aderir às férias ilimitadas, benefício criado para atrair a nova geração em vagas de emprego.
Esse modelo permite que o funcionário tire o tempo de descanso que for necessário, sem dias fixos e o limite de 30 dias previstos pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) .
A novidade, que já foi aderida por organizações como Netflix e Kronos, reforça o foco em resultados, ao invés da quantidade de horas ou dias trabalhados.
A ação é reflexo dos novos tempos, nos quais a flexibilidade na jornada de trabalho é um pilar de atração e retenção de talentos, além de essencial para manter a saúde mental e física em dia.
Segundo uma pesquisa global feita pela consultoria Gartner com mais de quatro mil profissionais, 93% dos líderes de Recursos Humanos (RH) estão mais preocupados com o esgotamento dos funcionários.
Por isso, uma das formas de recompensar o excesso de trabalho com folgas é visto como uma ferramenta de atratividade. A ideia não é atuar depois do cansaço ou das doenças surgirem e, sim, antes.
Inclusive, umas das projeções da consultoria é que as companhias mais competitivas serão as que priorizam o descanso.
Férias ilimitadas
Do ponto de vista do funcionário, as férias ilimitadas são positivas, já que demonstram confiança e respeito por parte da empresa, o que reforça o senso de pertencimento, o compromisso e a responsabilidade com o negócio.
No entanto, adotar a política de férias ilimitadas pode ser um desafio para a maior parte das empresas.
“Estamos na era da personalização e muitas empresas já flexibilizam as férias, mas quando falamos em dias de folga sem limites, é essencial tomar cuidado para que isso não vire uma ideia de que as pessoas podem trabalhar quando quiserem, numa visão de mundo cor-de-rosa”, diz o CEO da consultoria Produtive, Rafael Souto, em entrevista ao Valor.
Segundo ele, é essencial oferecer orientações gerais e trabalhar para construir uma cultura de autonomia com responsabilidade. “Saber usar a liberdade é uma construção.”
Leia mais:
Venda das férias: saiba como funciona, regras, legislação e o cálculo
Com informações do Valor Econômico