Nada mais generoso que um bom feedback. Dado de uma maneira respeitosa e clara, representa oportunidade de autoconhecimento e aprendizado. Como afirma Joe Folkman, autor de livros sobre o tema, “o feedback estabelece uma conexão entre o que pensamos e o que fazemos, entre nossas intenções e como os outros percebem nossas ações”.
O feedback pode incomodar ou agradar a depender do quão distante ou próximo está, respectivamente, das expectativas do emissor e do receptor. Quando flui naturalmente, enriquece os indivíduos e seus relacionamentos, tanto pessoais quanto profissionais. O valor do feedback é frequentemente citado, mas é comum a falta de habilidade para dar e receber, o que faz esta prática ser, por vezes, pouco ou mal aplicada.
Seguem alguns pontos fundamentais para que o feedback seja dado de maneira adequada e construtiva:
Preparação:
• Estar baseado em informações: observações, fatos e critérios claros e específicos;
• Ser oferecido na primeira oportunidade, ou seja, nem se precipitar nem deixar cair no esquecimento;
• Discernir se o feedback é individual ou coletivo, optando no primeiro caso por um ambiente reservado e no segundo caso por uma reunião com o grupo;
Realização:
• Contextualizar o assunto, relembrar o momento e o que era esperado;
• Descrever os comportamentos observados. Não generalizar nem usar rótulos, por exemplo, dizer: “você interrompeu a fala dela e não a ouviu mais” em vez de “você é grosso;
• Demonstrar o impacto do comportamento, as consequências destes nas pessoas e no desempenho;
• Se a conduta e o impacto foram positivos, validar e estimular a continuidade. Se a conduta e/ou o impacto foram negativos, descrever as consequências atuais e futuras, pessoais e organizacionais, de se manter este comportamento;
• Ouvir a auto-avaliação, esclarecer dúvidas e apresentar sugestões de melhoria;
• Finalizar alinhando as expectativas, os objetivos a serem alcançados e os próximos passos.
Acompanhamento:
• Observar a evolução e dar o retorno das melhorias percebidas. O feedback é uma ferramenta de comunicação que tem o poder de informar, gerar reflexão e transformar posturas e desempenhos. Os principais responsáveis por desenvolver a habilidade e criar o hábito de feedback são os gestores, mas o ideal é que toda a equipe aprenda e exercite. Deste modo, todos ganham.
* Regina Barreto é coach, consultora de desenvolvimento humano e organizacional e sócia da Maxi Gente & Gestão.
