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Quanto devo tirar da minha empresa?

Uma das desvantagens em ser empresária é não ter um valor certinho para receber todo mês, mas deve garantir que o no caixa haverá dinheiro para pagar todo mundo. Certo? E como administrar essas incertezas? Existe um valor certo a ser retirado?

24/07/2015 09:21

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Quanto devo tirar da minha empresa?

Uma das desvantagens em ser empresária é não ter um valor certinho para receber todo mês, mas deve garantir que o no caixa haverá dinheiro para pagar todo mundo. Certo? E como administrar essas incertezas? Existe um valor certo a ser retirado?

O mundo perfeito seria você pagar só quando recebesse, mas essa matemática só funciona nos livros. Empreender é saber o que terá para pagar e quase sempre não saber se vai receber (no momento em que estamos, mais do que nunca).

Algumas dicas para não cair em armadilha, tanto para quem está no aperto como para quem está mais equilibrado:

1)     Separe as contas da pessoa física e as contas da empresa!

Não é uma tarefa fácil, mas é preciso tomar muito cuidado em não descapitalizar a empresa fazendo retirada pessoais, contas da empresa como funcionários, fornecedores e governo são básicos, deixá-los de pagar pode até comprometer a continuidade da empresa.

2)     Garanta o Capital de giro!

O capital de giro é o valor que a empresa precisa manter para custear / manter as despesas operacionais do dia a dia, sejam elas fixas como variáveis. Esse valor não é fixo, varia conforme o volume de venda, necessidades de estoque (de compras), etc.

Para ter esses valores o mais próximo possível da realidade, uma boa ferramenta é o fluxo de caixa, saber o quanto você terá entradas e saídas diariamente te dará melhores condições de negociar preços e prazos.

Por exemplo, se você não possui receitas fixas já procure garantir uma reserva para o pagamento do aluguel e da folha de salários, vale dar desconto na antecipação, em valores a vista, etc.

3)     Pro labore ou antecipações de lucros?

Se você tiver sócios já procure determinar no contrato social o quanto cada um poderá retirar, um exemplo muito bacana que pode ser adotado é fixar que uma parte dos lucros (%) será reaplicado na empresa, dessa forma a empresa garante um valor de reinvestimento sem depender de novos aportes e fica com uma reserva para urgências.

Não caia na armadilha de pedir empréstimo para pagar os sócios, se no fluxo de caixa estiver faltando dinheiro, é preciso buscar soluções para trazer novos negócios e aumentar a receita da empresa. 

4)     Desconto de duplicatas ou empréstimos?

Se as contas apertaram e você tem valores para receber procure negociar diretamente com o cliente ou fornecedores a possibilidade de antecipar o valor, não conseguindo faça a opção pelo desconto de duplicatas que tem para receber, costuma ser mais barato que obter empréstimo ou entrar no cheque especial.

Cuidado ao negociar com o cliente os prazos de recebimento, não faz sentido sua empresa financiar o cliente e sempre buscar antecipar, se isso ocorre a negociação de prazos com o cliente ou fornecedores precisa ser alterado rapidamente.    

5)     Retirada de lucros só com impostos em dia!

Outra armadilha muito comum é os sócios retirarem dinheiro da empresa e administrar no caos, aguardando um novo parcelamento especial. Cuidado! A receita federal está de olho nessas retiradas e pode multar ambos (empresa e sócios) em 100% dos valores. Hoje ela consegue cruzar diversas fontes de informação para saber que isso ocorre, se você tem CPF, cartão de crédito, conta em banco, aumentou o patrimônio, preocupe-se!

Espero que essas dicas tenham sido úteis e até a próxima! 

 Heloisa Motoki é Diretora Adm/Fin da Rede Mulher Empreendedora, sócia fundadora da Quali Contábil (www.qualicontabil.com.br) e Consultora Especial no site Fórum Contábeis (https://www.contabeis.com.br/usuarios/102860/heloisa-motoki/).  Com formação em MBA em Controladoria, Graduada em Ciências Contábeis e Técnico em Contabilidade, participante do programa de Empreendedorismo pela FGV/Goldman Sachs – 10.000 mulheres. Há 16 anos no mercado contábil, atua diretamente com pequenas e médias empresas em São Paulo 

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