Fazer um plano de contas novo para uma empresa qualquer, não é tarefa das mais fáceis no meio contábil. Com erros de alocação de contas em grupos, com má divisão de despesas ou de contas patrimoniais, com erros de português, e com terminologia contábil duvidosa e propensa a julgarmos erradas ou não convencionais, o Planos de Contas,__ suposta Bíblia Contábil para o profissional__, precisa ter contas próprias que espelhem a atividade da empresa, tanto quanto manter contas tidas como “padrão” em relação à Contabilidade geral.
Há contas de fato, que levam nomes duplos ou até triplos, perfeitamente aceitáveis. Como exemplo, a conta que expressa bens que não são Ativos alocáveis no Imobilizado das empresas. Por uma condição legal e intuitiva, tudo aquilo adquirido de natureza Permanente e de baixo valor, cadastra-se no Plano como uma Despesa Operacional ou Administrativa chamada __ eu aprendi pela IOB__Bens e Materiais Permanentes. Mas, há quem trate como Bens de Valores Irrelevantes, Bens de Pequeno Valor, entre outros. Mas, é preciso ter cautela.
É possível se criar um pouco. Como se estuda em Linguística, o uso da língua é dinâmico, e perfaz a sua consolidação através do uso da língua e da própria maneira de se falar. Num plano de contas onde se consagra pelo uso o nome das Contas Contábeis, a mesma dinâmica é plausível de ser estabelecida num plano, tornando por vezes a terminologia contábil mutante ou renovadora, ao contrário do que se pensa. Não precisamos, porém, ser extremamente conservadores, e não podemos ser, a seu bem, estremadamente renovadores.
E, há casos clássicos: Lanches e Refeições, Conduções e Táxis, Material de Escritório, Máquinas e Acessórios, Móveis e Utensílios, Empréstimos a Pagar, Fornecedores, que não devem ser mudados. Muito importante num plano de contas como linha mestra, é usar uma coesão do princípio ao fim dos cadastros. Se você cadastrar Despesas com Táxi, Despesas com Refeições, e assim por diante, deve fazer deste o estilo único para todas as contas. Se não, abolir a palavra “Despesas” de todas, é o que se deve fazer.
Observei diversos casos de tributos de natureza financeira como a CPMF, o IOF, o IOC, dentre outros, abertos no Grupo de Despesas Financeiras. Alguns assimilaram que estas são despesas financeiras típicas, mas o correto é entendê-las como Despesas por Tributos Financeiros. Tenho por base que devemos abri-las nas Despesas Tributárias, simplesmente. Há quem tenha também o grupo Impostos e Taxas para todo este tipo de tributo, incluindo IPVA, ITR, IPTU, ISS (aquele que não é sobre o Faturamento), dentre muitos.
As curiosidades sobre Planos de Contas são variadas e ele tende a ser padrão numa parcela considerável de contas. Pode ser mesmo num sentido humorado a Bíblia do Contador que precisa consultá-lo com muita frequência. Boa estrutura divisória, boa nomenclatura, boa adequação, a devida alocação de contas, certo conservadorismo e a identidade ao negócio da empresa, com certeza, levarão à criação e a efetivação de um bom Plano de Contas. Eu diria que o SPED hoje, é uma ótima vitrina para isto. Tome como uma das bases o Plano Referencial ECF, por exemplo, e tenha uma ótima viagem!