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Morar na lagoa e perder pra sapo – Parte 1: A apresentação

Por trás de um bordão pode estar escondido uma tremenda falta de informação e atitudes equivocadas.

26/11/2016 16:58

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Morar na lagoa e perder pra sapo – Parte 1: A apresentação

Seguindo a linha de casos e causos, hoje trago um que vai ter várias partes, pois retrata o que muitos ainda infelizmente encontram no seu cotidiano. Essa é a primeira!

Trata-se de um contador com mais de 30 anos de experiência, que adora se gabar da responsabilidade que o mesmo tem sendo gerente de um escritório. O mesmo sempre que recebia uma carta de um cliente querendo tirar a documentação do escritório, corria até o mesmo, voltava logo depois com o peito estufado, bradando aos quatros ventos “Morar na lagoa e perder pra sapo” grito de guerra, tal qual Kreegah bundolo do Tarzan, ou comicamente falando o bordão, “e o salário ó” do Professor Raimundo. Tal grito de guerra ou se preferir bordão era proferido de tamanho êxtase pois havia conseguido manter tal cliente antes insatisfeito ainda na carteira do escritório, usando frases do tipo “para esse escritório eu não perco, nem que tenha que fazer de graça” ou então “falei tanto na cabeça do cliente, que o mesmo ficou perdidinho”.  Frases como essas que motivam seu trabalho. Não contente, sempre que ficava na situação de ter que explicar algo ao cliente proferia mais e mais situações patéticas, como “empresa limitada é que tem limite” ou “não vamos falar que estamos errados para o cliente, senão ele tira a empresa daqui, vamos falar que a lei mudou, ele não vai pesquisar mesmo”, sempre depois dessas besteiras, soltava seu mantra “morar na lagoa e perder pra sapo”. Sempre que um colaborador iria justificar falando que tal atitude era errado, ou então, não condizia com a realidade, ganha o seguinte argumento “errado é perder empresa” e num momento de reflexão solta “as vezes temos que mentir para manter a empresa”.

Estamos diante de uma situação que sim! Ainda existe. Sei que dói na alma ouvir tais ‘citações’ mais não é difícil ver que contadores independentemente da idade prefiram ainda se valerem por jeitinhos brasileiros, lábia, enrolação, do que uma relação mais profunda, com conversas diretas e transparentes com seus clientes.

Sempre achei muito mais bonito e digno assumir um erro mesmo que doa, que perca a empresa, do que tentar enganar o cliente, no mundo corporativo a mentira também tem perna curta.

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