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Economia

Inteligência X Esperteza – Uma luta de Deus contra o dono do inferno

Confunde-se inteligência com esperteza! Ainda mais num país que ganhou fama no mundo por incorporar o tal “jeitinho brasileiro”. Ser esperto não é propriamente ser inteligente, muito ao contrário, como no caso exposto neste artigo.

08/05/2017 08:57

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Inteligência X Esperteza – Uma luta de Deus contra o dono do inferno

A piada que aparece abaixo, é sugestivamente coisa de brasileiro! Ocorre que a piada em questão, é caso verídico, conforme declaração veiculada junto a ela, que pode ser falsa, mas também pode ser verdadeira, e disto não se estranha, por sabermos que casos reais, coisas reais, ou pessoas reais — verdadeiras personagens humorísticas —, são profundamente engraçadas e se traduzem como… simplesmente piadas:

Segunda-feira, 7 de maio de 2012.

O jeitinho brasileiro que não deu certo (verídico) [1]

"Só bate quem erra!!!"

[…] Um avião da Transbrasil veio do Nordeste para o Rio. Os funcionários do setor de desembarque de cargas, perceberam que um cachorrinho chegou morto. Desesperados, atrasaram o desembarque da bagagem dando uma desculpa qualquer, como é de costume. Eles concluíram que o comandante se esqueceu de aquecer o porão de cargas, daí a morte do cachorro. Procuraram um canil próximo e acharam um cachorro idêntico. Liberaram as bagagens, e entregaram o cachorro para a dona. A madame disse que aquele não era o seu cachorro. Os funcionários insistiam o contrário. Por fim, um funcionário disse que se ela não estivesse reconhecendo o cachorrinho, era por causa da pressurização que afeta as pessoas. A dona respondeu:

— Essa pressurização deve ser boa mesmo, hein? Pois, meu cão embarcou morto no Nordeste para ser enterrado aqui no Rio! […]

E se levássemos este espírito para a Contabilidade? O que poderíamos obter? Teríamos o Auxiliar de Contabilidade que diante da conciliação bancária não batida, alteraria a fórmula de uma célula e simplesmente digitaria o valor da diferença: pronto, conciliação fechada. Teríamos o Assistente que, mediante o atraso do trabalho próximo ao fechamento, se comprometeria a trabalhar a noite mais 1 (uma) hora por expediente, mas na sua planilha lançaria 2 (duas) horas de expediente cumprido por dia: feito, horas computadas.

E se projetássemos isto para os balanços encerrados? O Contador na ânsia de cumprir os prazos, entregar as obrigações e partir para o feriado prolongado, acabaria por dar baixa de uma série de tributos e provisões das quais não teria confirmação, precisamente porque tinha um Caixa exageradamente alto e precisava adequá-lo. Temos ainda aquele que para terminar um balanço, fecharia as Receitas de Vendas e Serviços do período de uma empresa sem validar os livros fiscais, causando distorção na provisão dos impostos apurados e recolhidos. Tudo mais rápido, tudo mais fácil.

O jogador de futebol que cai na área simulando um pênalti, ou o jogador que leva as mãos ao rosto para simular que a braçada projetada atingiu-lhe em cheio, — quando de fato a braçada atingiu o vazio do ar; o empregador que mediante o direito menos respeitado dos trabalhadores, — as horas extras —, cria um Banco de Horas não oficializado junto ao seu Sindicato por falta de homologação, e concede estas horas conforme seu critério particular, ou aquele que causa explicitamente dificuldades e atrasos nos vencimentos de seus colaboradores, mas que para si tem justa e reservadamente os frutos e direitos de seus negócios garantidos.

Não. Com certeza o jeitinho brasileiro de resolver as coisas não é a solução. E também não se confunda ser esperto com o atributo da inteligência. Seria inteligência, o ex-presidente Lula ser o "pseudo-dono" de um sítio reformado pela Odebrecht, onde conforme delação, altos valores foram empregados na reforma do mesmo sob as orientações de D. Marisa Letícia, sua esposa, sem efetivamente sê-lo? Onde estão as provas de que o sítio é seu, o registro? Seria inteligência no meio da madrugada, quando todos os inocentes dormem, votarem as 10 (dez) Medidas Anticorrupção que contaram com milhares de assinaturas antes de chegarem à Câmara, de maneira rasteira e mutiladora, a ponto de sobrarem apenas 2 (duas) medidas intactas e sobreviventes?

Pois é, a esperteza também pode passar por uma momentânea e (sempre) inescrupulosa falta de ética. Como não se pensa condignamente na outra parte, ignora-se a causa do outro, e provoca-se um invisível prejuízo a quem de direito que tem a receber uma contraprestação por seus altos impostos em forma de serviços, proteção, benefícios em saúde, lazer e educação. Como no caso do cachorrinho morto, é preciso tomar cuidado para que o "tiro não saia pela culatra", e para que não fiquem a mercê de pesquisa e investigação jornalística, casuísmos políticos, e descrença popular. Aí sim, não somente na política, mas em tudo, absolutamente tudo, uma pretendida honestidade no uso da inteligência, pode se acabar, pode se perder!

Nota do autor

[1] Postado por@andreismile segue aew no twitter ;-)às 11:49 em 07/05/2012

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