É indiscutível que criamos várias expectativas ao iniciar uma universidade, afinal estamos falando do nosso futuro como profissional, porém o que devemos esperar da instituição de ensino em relação a nossa formação acadêmica?
Nos meus primeiros períodos ouvi a seguinte frase de um colega de classe: quem faz os profissionais somos nós, e não a universidade. É uma simples frase, mas parando para analisar bem, abriu precedentes para a seguinte pergunta: A influência da instituição na carreira acadêmica realmente reflete no potencial do futuro profissional?
Hoje estou cursando o 7° período de contábeis, nos primeiros períodos tive muitas dificuldades em aprendizagem, principalmente com a didática dos professores mesmo eles sendo ótimos, do 1° ao 2° período minha turma viu muitas teorias como: teoria da contabilidade, administração de relacionamento com o cliente e uma matéria relacionada a sociologia (o homem na sociedade).
A partir do 3° período começamos a nos aprofundar no curso, vieram matérias como Contabilidade Básica e Contabilidade Comercial, o que em minha opinião foram a base para o aprendizado das matérias que teríamos nos próximos períodos, porém alguns alunos (inclusive eu) criaram muitas barreiras de aprendizados em sala de aula, o bendito débito e crédito não entrava, até que comecei por conta própria buscar o conhecimento. Mas por qual material? Meus caros, não existe ferramenta melhor que a internet, e principalmente o YouTube, aulas excepcionais onde aos poucos fui me encontrando em cada assunto apresentado em sala de aula e até mesmo alguns que não eram passados na classe. Comecei a praticar no Excel simulando abertura e a vida de uma empresa no dia a dia, fazendo seus lançamentos contábeis e tentando o máximo possível fazer tudo dentro da legislação vigente.
Em meu 5° período ingressei pela primeira vez na área contábil/fiscal, me vi perdido em relação a muita coisa, principalmente no setor fiscal onde haviam declarações a serem feitas, algumas eu nunca tinha ouvido falar, muito menos manuseá-las. Aos poucos fui me familiarizando com a situação e hoje consigo dominá-las a um nível que nunca me trouxe problemas até o momento em relação a situação fiscal das empresas. Formas de tributação também foi outro ponto onde tive uma ampla dificuldade de me familiarizar, pois a sistemática na prática é totalmente diferente.
Esses pontos citados acima foram alguns de vários, porém os mais complexos de aprendizagem em minha opinião.
Com base nisso, hoje tenho uma opinião formada em relação ao curso de ciências contábeis, existe uma carência em relação a praticidade de nosso conteúdo, é claro, muita coisa só poderemos ver quando atuarmos na área, mas algumas poderíamos aprender uma base suficiente para desenvolver com mais tranquilidade quando formos colocá-las em prática, como por exemplo o manuseamento de algumas declarações que poderiam ser feitas manualmente em laboratórios na universidade, algumas grades curriculares pecam muito em relação a praticidade nas universidades.
Acredito que a instituição, mas principalmente o aluno tem responsabilidade de seu crescimento profissional, não adianta uma instituição ser a mais recomendada de sua região e você não se aproximar do que a mesma oferece, será um investimento (de capital e tempo) perdido. Mas, se você como aluno se prontifica a buscar o conhecimento, nada disso irá influenciar, acredito que suporte seria o termo correto em relação a diferença de uma instituição para a outra (por exemplo uma biblioteca mais ampla e atualizada; mais convênios com empresas para estágios de seus alunos, e etc.)
Buscar o conhecimento e atualizar aqueles que já temos é imprescindível para a nossa profissão, e isso não depende exclusivamente da instituição e sim de nós como alunos e profissionais, afinal, somos os principais protagonistas de nossas vidas.
