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Contabilidade consultiva sim, mas sem deixar de lado a contabilidade "raiz"

O artigo aborda, a importância de se aprender a elaborar a contabilidade pura, antes de dar consultoria. Fala ainda, sobre a necessidade de saber fazer os lançamentos contábeis, que hoje são importados prontos dos sistemas.

05/01/2018 08:19

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Contabilidade consultiva sim, mas sem deixar de lado a contabilidade

Contabilidade consultiva sim, mas sem deixar de lado a contabilidade

Convivi e convivo diariamente, com estudantes, estagiários e novos contadores.

Ultimamente venho notando entre a nova classe contábil, uma vontade enorme de mudar a forma como a contabilidade é vista pelo mercado. A nova geração contábil quer ser cada vez mais participativa, mais consultiva, ajudar nas tomadas de decisões e agregar valor tanto a sua classe, como a seus clientes. Para mim, isso é louvável e tem meu total apoio.

A única brecha, que às vezes vejo nesse novo movimento, é que alguns dos participantes da geração contábil atual, querem ser os consultores, mas não os feitores da contabilidade.

Percebo, na faculdade principalmente, que muitos querem fazer análises, mas nem todos querem elaborar a peça contábil a ser analisada.

Muitas vezes comentei em sala de aula, que se todos resolverem ser apenas consultores, quem fará o serviço de formiguinha?

 Em algumas aulas, já senti o entusiasmo dos alunos, quando receberam  gráficos financeiros para serem analisados em seus trabalhos acadêmicos, mas não senti  o mesmo entusiasmo, quando os trabalhos exigiam a elaboração dos lançamentos contábeis, que dariam origem aos mesmos gráficos.

Nos escritórios, em entrevistas com recém-formados, também notei que muitos, queriam trabalhar na área, mas nem todos estavam dispostos a fazer o velho trabalho de débito e crédito.

Costumo dizer aos alunos, que a modernidade dos sistemas atuais, agilizou bastante o serviço do contador, pois muitos lançamentos contábeis são integrados entre os sistemas do cliente e dos escritórios contábeis. Mas também digo a eles, sobre a importância de aprender como os lançamentos chegaram ao sistema.

Procuro lembrar aos entrantes na faculdade ou no escritório, que o mesmo sistema que hoje está automatizado, precisou da colaboração de um bom contador para ser parametrizado e, com certeza, esse contador entendia muito sobre a velha contabilidade “raiz”.

O contador que ajudou a parametrizar o sistema sabia quais débitos e créditos utilizar em cada operação, sabia também, elaborar razonetes e lançamentos diários e entendia  da hierarquia do plano de contas. O contador que ajudou a parametrizar o sistema entendia ainda, sobre a divisão do balanço pela ordem decrescente de liquidez e além de tudo isso, conhecia as normas contábeis exigidas pelos órgãos de classe e pelo mercado.

Acredito sim, na contabilidade consultiva, mas antes dela, vem a elaboração da contabilidade, ou ao menos o conhecimento de como a contabilidade é elaborada. 

É importante que o moderno consultor, saiba a origem dos relatórios que analisa. Primeiro temos que saber fazer, para depois darmos a consultoria.

Não estou dizendo que todos devem sentar em frente aos seus computadores e ficar o dia todo, digitando velhos lançamentos contábeis e muito menos ignorar as facilidades que os novos sistemas dão ao contador atual.

O que eu sugiro, é que todos procurem ver, o lado bom de elaborar a contabilidade.  Que todos possam ter a experiência de discutir contabilidade com os colegas e “vencer” a discussão provando sua teoria com um bom razonete.

Primeiro o desafio de se elaborar a contabilidade, depois o desafio de usar a contabilidade bem feita, para análises e decisões.

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