O economista José Roberto Afonso, assessor técnico parlamentar da Câmara dos Deputados pelo PSDB e ex-secretário de relações fiscais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), acredita que sobrecarregar com impostos setores importantes para o emprego no país, como serviços, por exemplo, é uma ""sinalização contrária"" ao bom resultado da economia e ao que se espera para o futuro.
- Sistematicamente, vêm se aumentando os impostos sobre o setor de serviços, que é o que mais gera empregos na economia brasileira e mundial - comentou, referindo-se à MP 232, que aumenta de 32% para 40% a base de cobrança do
imposto de renda e da
CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para os prestadores de serviço.
O economista ressaltou ainda que os prestadores de serviços que mais arrecadam impostos ao governo conseguem repassar os custos de um aumento nos tributos para o preço dos serviços. Já os pequenos, diz ele, não conseguem passar o peso extra do aumento para o consumidor final. O pequeno empreendedor acaba por optar pela sonegação, informalidade ou mesmo demissão de parte de seus funcionários, já que não tem como reduzir sua já pequena margem de lucro.
- Depois o governo não sabe porque a classe média baixa, que votou maciçamente no Lula, está ficando irritada com ele - criticou.
O economista alertou ainda que, com a sobrecarga de impostos para as empresas de serviços, um dos prejudicados é o próprio governo, já que é um expressivo contratante de serviços.
Fonte: JB On-Line