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Filosofia reversa aplicada à perícia contábil

Apresentamos uma breve análise sobre a aplicação da filosofia reversa no âmbito da praxe das perícias contábeis. Sendo que nesta resumida apreciação buscamos contribuir com a formação de um pensar contabilístico contemporâneo.

28/01/2014 14:01

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Filosofia reversa aplicada à  perícia contábil

Apresentamos uma breve análise sobre a aplicação da filosofia reversa no âmbito da praxe das perícias contábeis. Sendo que nesta resumida apreciação buscamos contribuir com a formação de um pensar contabilístico contemporâneo. Nomeadamente na busca por meio de um raciocínio lógico contábil, as explicações e interpretações
dos fenômenos patrimoniais pela via reversa da filosofia. A justificativa didática deste tema decorre da necessidade da educação permanente dos peritos e da necessidade de se desenvolver um percurso de aprendizagem em torno do tema inspeção pericial.

Desenvolvimento

O objetivo didático do tema deste artigo é desenvolver uma trajetória de aprendizagem pela via da educação permanente dos peritos em torno do tema raciocínio lógico contábil nas inspeções judiciais. Por se tratar de um tema amplo, foi escolhida para o trabalho de reflexão a utilização da filosofia reversa na busca da verdade real, tentando levar os peritos ao uso de argumentos a favor ou contra este procedimento, e, se este tipo de ação contribui ou não
para um desempenho do labor pericial, e que este seja mais igualitário e justo. Sob outro ponto de vista, este tema também é marcado pelo problema da verificação de indícios, o que provavelmente levará os peritos a ponderarem sobre a eficácia de tal técnica.

A filosofia da contabilidade busca por meio de um raciocínio contabilístico as explicações e interpretações dos fenômenos patrimoniais. Uma posição filosófica contábil exige a busca das causas primárias, dos critérios científicos e dos fundamentos da ciência. Uma vez que a filosofia surgiu da necessidade de se obter uma explicação lógica para se entender o meio em que vivemos, afastam-se as interpretações fantasiosas relacionadas com o imaginário e com os dogmas, ou quiçá, com os pensamentos utópicos do ser humano.

A práxis da filosofia em favor da ciência da contabilidade apresenta-se com várias vertentes:

a) a epistemologia – (conjunto de conhecimentos que tem por objeto o conhecimento científico, visando explicar os seus condicionamentos tecnológicos, históricos, sociais, lógicos, matemáticos, ou linguísticos);

b) a axiologia – (estudo crítico dos conceitos de valor monetário revelado pelos produtos contábeis, particularmente dos valores tidos como justos ou reais);

c) a teoria – (a estrutura para a elaboração da linguagem científica que determina o sentido e o alcance dos conceitos);

d) o equilíbrio – (se preocupa com os acontecimentos que possam influenciar o equilíbrio da equação patrimonial;
logo, busca identificá-los e estudá-los);

e) a configuração – (modelos estruturais como plano de contas de relatórios e equilíbrio patrimonial);

f) o valor – (todo o patrimônio é mensurável pelo seu valor de utilidade, logo todo ativo e todo passivo como todo o
patrimônio líquido possuem valores); e, por fim

g) a vertente tecnológica – (que é usada nos diagnósticos de situações patrimoniais).

A ciência da contabilidade, vista como uma ordem social, estuda as riquezas patrimoniais e suas relações dinâmicas, em hipóteses e situações reais, sempre sujeitas a revisões para se obter uma versão melhorada do experimento.
Já a filosofia reversa da observação se ocupa da logística de realimentação do pensar, que tem a preocupação com os aspectos logísticos da reconstrução de um fenômeno pela via do retorno dos fatos e atos ao ciclo da interpretação das informações patrimoniais, agregando-lhes valores de feedback1. A filosofia reversa consiste em usar a observação científica para, a partir de uma análise de causa e efeito já existentes em fenômenos patrimoniais que se repetem, ou seja, a observação de uma solução pronta, retirar todas as possíveis probabilidades e resultados novos ali visualizados. A título de exemplo, originalmente, o conhecimento filosófico contábil leva à construção de uma demonstração de resultado a partir da receita para se obter o lucro líquido, e o processo da filosofia reversa, leva a construção da demonstração de resultado a partir do lucro para se obter a receita.

A filosofia reversa é útil com um processo de análise de um efeito, quer seja econômico, quer seja financeiro ou social ambiental, e dos detalhes de seu funcionamento, geralmente com a intenção de construir uma nova linha de análise que obtenha a mesma importância gerencial. Este artigo representa uma reprodução parcial, in verbis do nosso livro: Filosofia aplicada à contabilidade. Curitiba: Juruá, 2013.

Considerações Finais:

Demonstrou-se no artigo, a importância de uma boa preparação filosófica dos peritos para se obter a melhor inter-relação dos fatos narrados nas demandas. Os objetivos da filosofia reversa no âmbito da praxe das perícias contábeis dão ao instituto e sua aplicação, utilidade prática. E considerando os objetivos e hipóteses práticas recomendamos a utilização da filosofia reversa na busca da verdade real, pois este tipo de ação, filosofia reversa, contribui para um excelente desempenho do labor pericial.

Wilson Alberto Zappa Hoog


Fonte: zappahoog.com.br

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