A Latan, holding que controla a TAM e a chilena Lan, fez um aporte de R$ 3,5 bilhões na companhia aérea brasileira no ano passado para reequilibrar as suas contas. A fusão da TAM com a LAN foi concluída em junho de 2012, mas auditorias identificaram no início do ano passado erros em balanços de anos anteriores da empresa brasileira, que teriam sido causados por falhas em um sistema de controle de receitas com a emissão de passagens.
Entre 2008 e 2011, a TAM lançou como receitas passagens antecipadas — bilhetes emitidos, mas que ainda não haviam sido utilizados —, o que não é permitido. Esse erro levou a empresa a um ajuste negativo de R$ 1,1 bilhão nas receitas no balanço de 2012. Os dados constam de balanço republicado pela companhia no último dia 28 de fevereiro, véspera do Carnaval.
Sem o aporte bilionário feito pela Latan, no balanço de 2012, o último publicado antes de a companhia fechar o capital, a TAM apresentaria patrimônio líquido negativo de mais de R$ 900 milhões. Com o dinheiro da matriz, o patrimônio fica positivo, em R$ 1,1 bilhão.
— Foi feita uma reacomodação contábil no grupo (Latan) para que a TAM não apresentasse patrimônio negativo — confirmou nesta sexta-feira Daniel Levy, vice-presidente de Finanças e Gestão da TAM.
Segundo o executivo, além de reequilibrar contabilmente o balanço da companhia anterior à fusão, parte dos R$ 3,5 bilhões repassados foi utilizado para reforçar o caixa da TAM.
Apesar do elevado valor do aporte feito pela holding chilena, não houve alteração na participação acionária da família do comandante Rolim Amaro, fundador da TAM, que controlava a TAM antes da fusão, no capital da Latan.
— Não houve aporte externo, ou de qualquer dos acionistas, mas de dinheiro do caixa da Latan para uma empresa que é 100% sua — explicou Levy, acrescentando que houve um pequena diluição do capital da família no ano passado mas em função de uma aumento de capital da ordem de US$ 940,5 milhões.
De acordo com informações do site da Latan, a participação da família Amaro é de 13,5% do capital total do grupo.
Na estrutura de capital da TAM, porém, os Amaro detêm 80% das ações ordinárias, com direito a voto, enquanto a Latan tem 20% desses papéis e a integridade das ações preferenciais. O Código Brasileiro de Aeronáutica, que determina que grupos estrangeiros detenham no máximo 20% do capital votante (ações ordinárias) de companhias aéreas no país.
Fonte: O Globo
