Não há como negar que a escola é um lugar confortável e até acolhedor. Grande parte do processo de aprendizagem é passivo, ou seja, o professor fala e o aluno escuta. Os riscos são pequenos em relação à exposição e avaliação do conteúdo apresentado, pois o palco é a sala de aula e os espectadores e avaliadores são os colegas de turma e, no máximo, um professor mais rigoroso. Nada que se compare com o grau de exigência do mercado de trabalho nos muitas vezes massacrantes processos seletivos e na rotina de aprendizado diário de uma nova atividade.
As universidades estão preocupadas em apresentar uma grade com conteúdos que informem, minimamente, as competências técnicas para exercer determinada profissão, mas não preparam os alunos para o mercado. Em alguns casos, os conhecimentos apresentados em sala de aula estão desalinhados com as exigências organizacionais. É muito importante que as escolas incentivem e cobrem a realização de estágios supervisionados, pois esse contato com a rotina, responsabilidades e clima organizacional aproxima os jovens da realidade, oferecendo a possibilidade de desmistificar e conhecer melhor a atividade profissional que eles escolheram.
Muitas vezes, por insegurança, excesso de cobrança e medo do fracasso, o aluno opta por continuar seus estudos na tentativa de melhorar seu grau de empregabilidade. Porém, essa é uma escolha equivocada, pois permanecer nos bancos escolares acrescenta informação, mas afasta da experiência prática e acaba reforçando a insegurança.
A formação não substitui a falta de vivência na área. E a frustração pode até aumentar, pois o investimento feito nos estudos não representa, necessariamente, mais chances de sucesso na conquista de um emprego. Sendo assim, minha recomendação é enfrentar as inseguranças iniciais e, paralelamente à graduação, ingressar em programas de estágio. Só isso vai permitir que você vivencie a parte prática da profissão que escolheu e confirme sua opção. Ou não. Se for o caso de fazer uma nova escolha profissional, essa é a hora para isso.
Fonte: clickcarreira