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Melhores prestações de contas

Os administradores e os conselheiros de empresas precisam se preocupar mais com o que vem pela frente e na implantação de amplas melhorias nos relatórios mensais internos de desempenho

28/04/2014 09:16

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Melhores prestações de contas

Aqui no Brasil, prestar contas internamente do que vem pela frente é raro, um tabu! Os administradores e os conselheiros de empresas precisam se preocupar mais com o que vem pela frente e na implantação de amplas melhorias nos relatórios mensais internos de desempenho. É o nosso futuro.
Poucas empresas no Brasil preparam informes prospectivos atualizados mensalmente ou trimestralmente para fins internos. Pouquíssimas empresas, excluindo as subsidiárias de multinacionais, fazem relatórios de desempenho efetivamente úteis e essenciais exclusivamente para públicos internos, como é pratica usual nos países desenvolvidos. Os relatórios de desempenho usualmente incluem as demonstrações financeiras básicas sem as notas explicativas (somente aplicável para públicos externos) comparado com previsto atualizado e período/ano anterior, informações prospectivas dos resultados do próximo mês, trimestre e ano, indicadores chaves de desempenho de resultados, de eficiência, de governança, sustentabilidade etc, comparado com respectivos orçados atualizados. Os relatórios internos incluem todas as informações essenciais para os usuários internos autorizados tenham as informações necessárias para compreender o andamento dos negócios e os subsídios necessários para tomadas de decisões.
O carro chefe dos informes para os investidores no mercado de capitais preparados pelos analistas das corretoras "sell side" sobre as empresas listadas são resultados futuros dos próximos trimestres e ano/anos. Precificam as ações com base nas expectativas de resultados futuros. O nível de acertos de vendas, margem bruta, lucro liquido e Ebitda futuros são bons, considerando o guidance limitado que as empresas abertas podem fornecer para os analistas das corretoras. Mesmo recebendo guidance limitado fornecem boas informações. E razoavelmente confiáveis.
Todo mundo quando investe quer saber os resultados projetados. Quer entender o futuro. É um grande influenciador na decisão de compra ou de venda de ações e de instrumentos financeiros.
Desalinhado com o acima, usualmente os diretores executivos e os conselheiros de administração recebem os orçamentos anuais (usualmente bem elaborados) e informes do que já ocorreu com excelência de detalhes. Como ninguém muda o passado, as cobranças da diretoria executiva e do conselho sobre o que vem pela frente são poucas ou menores do que se recebessem informes úteis - prospectivos periodicamente de forma tempestiva.
A maioria dos empresários está colocando no sentido figurado em suas empresas, os faróis de iluminação nos fundos e as lanterninhas de ré na frente. Isto é, possuem relatórios retrospectivos para públicos internos e externos, e nada ou quase nada em termos prospectivos para públicos internos.
Afinal, quando escurece ou há tempestades, a opção é dirigirmos devagar. Nestas circunstâncias, quem enxerga o que vem pela frente com mais clareza e com menos expectativas de surpresas, tem um diferencial competitivo significativo e decisivo.
Com quatro décadas com altos índices de inflação, a prestação de contas perdeu importância. Mas, a partir de 1994, com a redução drástica destes índices a patamares razoáveis, as demonstrações financeiras passaram a ter mais importância e significado, principalmente em decorrências das novas normas contábeis adotados no Brasil com validade universal a partir de 2008. Todavia a prestação de contas de informes se limita aos públicos externos do que já ocorreu. Falta introduzir a complementação: prestação de contas periódica focada para os públicos internos, incluindo o que vem pela frente.
No Brasil o passado é informado quase que automaticamente nas empresas bem organizadas através do uso intensivo de softwares empresarias apoiado na aderência aos processos estruturados de prestação de contas e de controles internos estabelecidos.
O que precisa melhorar é a prestação de contas internas incluindo informes do que vem pela frente.


Por Charles B. Holland 

Fonte: DCI-SP

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